Cap 8 - Uma sensação ruim aflige meu peito.

...Agora que o peso tem levantado / O amor tem certamente mudado meu jeito / Case comigo / Hoje e todos os dias / Case comigo — Marry Me de Train....

...˙❥˙Capítulo 8: Uma sensação ruim aflige meu peito....

Hoje é um daqueles dias que parecem um sonho, envolto em rendas e promessas de amor eterno. Mas, apesar da beleza do 7 de maio, meu coração está em um turbilhão de nervosismo e ansiedade. Estou em meu quarto, olhando meu reflexo no espelho, enquanto tento acalmar a tempestade dentro de mim.

— Anna, você viu o Henry? Como ele está? — perguntei à minha sogra, tentando disfarçar o tremor na minha voz. Anna, com seu sorriso calmo e acolhedor, respondeu. — Querida, ele está tão nervoso quanto você. Mas lembre-se, ele te ama mais do que tudo. Tudo dará certo.

Enquanto conversava, minha cunhada Georgina ajustava um pequeno detalhe no meu vestido.

— Elena, você está deslumbrante. Henry vai perder o fôlego quando te ver entrando na igreja — ela disse, tentando me animar. Mas eu mal podia me concentrar em suas palavras; minha mente estava focada no Hain, nosso padrinho, que ainda não havia aparecido.

— Georgina, e o Hain? Já são quase horas! — exclamei, sentindo uma onda de náusea.

— Não se preocupe tanto, Elena. O Hain conhece a importância deste dia. Ele vai chegar, tenho certeza — Georgina tentou me tranquilizar, mas eu mal conseguia esconder minha preocupação. A ideia de algo dar errado devido a um atraso parecia um presságio ruim, e isso só fazia meu estômago revirar mais. Respirando fundo, tentei focar no rosto sorridente de Anna e no toque gentil de Georgina, lembrando-me de que, no fim, o mais importante era que eu e Henry estaríamos juntos, unidos, frente a frente, prometendo amar mutuamente para sempre.

— Falta apenas 15 minutos para o casamento, Georgina! — Começo a andar de um lado para o outro no quarto de hóspedes da casa de seu pai.

— Fica tranquila, deve ter acontecido alguma coisa para ele ter se atrasado. O importante é o noivo estar na igreja com o padrinho dele ou sem. — Ela me faz parar de andar.

— Eu sei, mas ele estava tão feliz por reencontrar esse amigo e que ele seria seu padrinho. — Me sento na cama.

— Vai ficar tudo bem. Como eu disse, Hain não deixaria de vir ou se atrasaria se não tivesse algum motivo. — Ela se senta ao meu lado, me estendendo um copo d'água. — Meu irmão ficaria mais arrasado se a noiva dele não aparecesse porque teve uma crise de ansiedade e entrou em pânico.

— Você tem razão, preciso me acalmar. — Ela sorri.

Sinto a tensão diminuir um pouco enquanto bebo a água que Georgina me deu. Olho para o relógio de novo e vejo os minutos passando. Tento me concentrar na respiração para manter a calma. Afinal, hoje é um dos dias mais importantes da minha vida e não posso deixar que o nervosismo estrague isso. Georgina, sempre tão serena, continua ao meu lado, me oferecendo o apoio de que preciso.

— Lembra do que você me disse na noite passada? — Ela pergunta, quebrando o silêncio.

— Sobre o quê? — Respondo, tentando recordar.

— Que o amor supera tudo. Hoje é o dia de celebrar esse amor, então focaremos nisso. — Ela segura minha mão e me dá um sorriso encorajador.

— Tem razão, vamos celebrar o amor. — Respiro fundo e me levanto, sentindo-me um pouco mais forte. Georgina me acompanha até a porta, pronta para me ajudar a enfrentar qualquer desafio que apareça. Afinal, o que realmente importa é que estamos cercadas por pessoas que amamos e que nos amam de volta.

— Boa menina! Agora levanta, não queremos amassar o vestido antes de você entrar na igreja — faço o que ela me diz e caminho até o espelho, me olhando uma última vez.

— Está pronta?

— Sim! — Não.

Uma sensação ruim aflige meu peito. Olho meu reflexo no espelho e tento sorrir, mas o sorriso não chega aos meus olhos. Meu coração bate acelerado, como se quisesse me avisar de algo que não consigo compreender. Respiro fundo, tentando afastar a ansiedade que parece crescer a cada segundo.

— Deve ser apenas nervosismo — digo a mim mesma, enquanto ajeito uma mecha solta do meu cabelo. Mas a dor persiste, um aperto que não consigo ignorar. Tento me convencer de que é normal, que todas as noivas devem sentir isso antes de um grande passo. Porém, não consigo afastar a sensação de que algo está errado.

A minha sogra se aproxima, ajustando o véu na minha cabeça com cuidado. Seus olhos brilham de orgulho e emoção. Tento me concentrar no amor e no apoio que sinto dela, mas a sensação ruim não me abandona. Sinto como se estivesse prestes a dar um salto no escuro, sem saber ao certo onde aterrissar. Será que sou a única a sentir isso? Ou é apenas o medo do desconhecido? De qualquer forma, não posso retroceder agora. É hora de enfrentar o que vier.

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