A Ameaça

A Ameaça

Adrian ficou sem reação por alguns instantes. Por que isso aconteceu logo agora que tudo parecia estar entrando nos eixos? Será que ele e sua amada Yelena não tinham direito a ter um segundo de paz? O Conde abraçou a jovem de forma protetora perguntando:

— Sabe que posso esmagá-lo facilmente com apenas uma das mãos, não é?

— Eu não tenho certeza se quero que faça isso meu amo... — Respondeu ela chorando.

— Yelena... o que eu quero dizer é que você não precisa ter medo... eu posso protegê-la. Você está segura comigo.

A moça não conseguia parar de chorar, Adrian afagou seus cabelos ainda envolvendo-a em seus braços, ordenou a Vladimir que retornassem a casarão imediatamente. Rapidamente chegaram ao seu destino, Vladimir guardou as compras e Yelena foi para seu quarto sem dizer uma única palavra.

— Vladimir... quero que pegue as 100 peças de ouro que ainda temos e compre outros escravos... se faltar dinheiro veja o que consegue com o colar de esmeraldas da Imperatriz... mais do que nunca quero ver a taberna prosperar e esse lar protegido, nem que para isso eu precise me desfazer de algumas joias.

— Que tipo de escravos quer que eu compre senhor?

— Vou confiar em seu julgamento... sempre foi mais sensato do que eu. Compre todos os escravos que conseguir, mas principalmente alguém para substituir Boris e Yelena.

Ela acabou de ver o pai esmolando na rua e está muito abalada Vladimir... vou passar um tempo com ela.

— Entendo Milorde... eu vou providenciar o que pediu. Também tentarei encontrar alguém que possa atuar como segurança. Cuide da Srta. Barkov, senhor.

Adrian foi procurá-la e encontrou a jovem deitada de bruços em seu leito, chorando copiosamente. Ela percebeu a presença do vampiro em seu quarto, porém não se moveu, nem mesmo para admirá-lo.

— Meu anjo... pare de chorar... eu nunca mais quero ver suas lágrimas... anime-se. Vamos... me acompanhe. De hoje em diante, esse não será mais seu quarto.

Ela enxugou suas lágrimas com as costas da mão e o acompanhou, Adrian a levou aos seus aposentos deixando-a extremamente surpresa.

— Senhor... tem certeza? — Perguntou hesitante.

— Nunca tive tanta certeza em toda a minha vida. Eu não estava brincando quando lhe propus casamento... eu realmente quero passar o resto da minha vida com você Yelena! — Respondeu decidido.

— Então vai enfim atender meu pedido? Vai me tornar igual a você e me amar por inteiro? — Perguntou ansiosa.

— Vou... mas não tenha pressa minha criança. Esperarei atingir a maior idade, vampiros envelhecem mais lentamente e ainda, quando consumimos sangue humano com certa frequência, paramos nosso envelhecimento e por vezes até rejuvenescemos.... Se eu não esperar um pouco para transformá-la, você aparentará ser uma apenas menina por pelo menos mais uns 30 anos.

— Realmente quero parecer mais madura... e esperarei o tempo que for preciso para estar a sua altura... Milorde.

— Eu soube que você estaria a minha altura desde o dia que a vi naquele lugar imundo enrolada naquele lençol. Não fique se desmerecendo... minha Condessa.

— Adrian... estou com medo do meu pai, tenho certeza que ele me viu com você e certamente virá atrás de mim — Afirmou com tristeza.

— Apenas confie em mim Yelena. Deite e tente dormir um pouco. Pedi a Vladimir que providencie novos escravos para trabalho e acho que ele retornará em breve. Vou aguardá-lo na sala de estar. Descanse meu anjo. — Disse o Conde ofertando a sua amada um beijo casto.

A jovem deitou e foi descansar, ver o pai em estado tão deplorável mexeu com suas emoções e não estava sabendo como lidar. Sentiu muito medo, lembrou das incontáveis surras, das ameaças, da insegurança... lembrou de todas as coisas horríveis, que por mais que se esforçasse não conseguia esquecer, mesmo com Adrian a zelar por ela, estava desamparada.

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