Violentada
A saliva do vampiro fez o corte da jovem cicatrizar. Ela o ajudou a deitar movente e em um ato de desespero foi em busca da ajuda e da sabedoria de Vladimir. Com delicada cautela, Yelena bateu na porta dos aposentos do servo.
— Vladimir... sei que já está tarde, mas poderia me atender?
O criado levantou e descalço se dirigiu até a porta para abri-la. Ainda sonolento, ele limpava seus óculos.
— Boa noite Srta. Barkov. — Disse o dampiro bocejando.
— Perdoe-me por acordá-lo, Sr. Vladimir. Estou muito preocupada com o comportamento destrutivo do Sr. Harper...
— Bem minha jovem... você sabe que ele é imortal, não sabe?
— Na verdade... não sei muito sobre ele...
— Vamos até a cozinha... vou lhe servir um chá. Nossa conversa ao meu ver será longa. — Respondeu o servo sorrindo.
Vladimir colocou a água para esquentar no fogão antigo, puxou uma cadeira e convidou a jovem a se sentar.
— Sente-se.... Bem minha querida, o Mestre Adrian é uma criatura noturna chamada “vampiro”. Os vampiros precisam se alimentar de sangue para viver, mas isso você sentiu na pele e não preciso lhe dar maiores explicações.
O Sr. Harper é um ser imortal, isso significa que ele não pode morrer... ele poderia beber até cair esvaziando todas as garrafas do casarão que ainda assim, isso não poderia matá-lo. Ele está se comportando assim porque deseja ser punido... ele acredita que não merece ser feliz ao seu lado...
— Ao meu lado? Se ele tem sentimentos por mim, por que não me assume? — Indagou surpresa.
— As coisas não são tão simples assim... o Sr. Harper não está pronto para abrir mão do seu sangue... acredite no que digo, eu sou Mordomo do Conde a mais de um século e quando ele caiu em desgraça... eu fui o único que não o abandonou.
— O Conde caiu em desgraça? Ele nunca me falou nada a respeito...
— Eu já falei de mais senhorita... e assim que Adrian estiver
disposto a abrir seu coração, ele mesmo lhe contará sua origem.
Um vampiro, só pode ser morto pela luz solar, por uma estaca de madeira em seu coração, queimado ou tendo sua cabeça decapitada...
A jovem terminou de beber seu chá intrigada e retornou ao seu quarto, as coisas que Vladimir lhe disse a fizeram pensar:
— Adrian é muito orgulhoso, nunca vai se reaproximar de mim se eu não forçá-lo a isso... talvez Boris possa me ajudar, se o Conde pensar que existem outros homens interessados em mim, ele não mais há de ficar perdendo tempo sofrendo.
Yelena não fazia ideia das más intensões do escravo e pensou que ele realmente queria ajudá-la. Dominada pela ansiedade, foi até o quartinho daquele homem e afoita bateu na porta.
— Boa noite senhor. Eu pensei bastante a respeito e resolvi aceitar sua ajuda.
— Me alegro em saber... — Respondeu ele sorrindo pelo canto da boca.
— Então até amanhã... vou aguardar que me corteje na frente do Conde.
— Por que esperar até amanhã? Se veio até meu quarto com tanta urgência... não devo perder essa oportunidade. Aprendi desde cedo que não devemos deixar para amanhã o que podemos fazer hoje! Vem aqui... princesa! — Disse ele envolvendo-a pela cintura de forma pegajosa.
— Não! Isso é um mal entendido! Eu só quero fazer ciúmes para o Conde! — Respondeu ela com aflição.
— Não há mal entendido nenhum... eu nunca quis te ajudar com essa besteira... desde o inicio eu queria dividir a cama com você! Pensei que seria mais fácil... normalmente as mulheres não resistem ao meu charme... mas você é diferente... por que vai querer deitar com um escravo se tem o Conde na palma da mão? Você é uma mocinha ambiciosa Yelena...
— Não! Não é nada disso! Me solte! Eu amo o Sr. Harper! — Afirmou ela começando a chorar.
— Pense no lado bom minha linda... se não for mais donzela... aquele pervertido perderá o interesse no seu sangue.
— Como você sabe sobre isso? — Perguntou admirada.
— Como eu sei disso? Keira me contou que nosso amo não
passa de um louco degenerado com preferencias estranhas... — Respondeu Boris com ironia.
— Não! Como se atreve a falar assim dele? Tire suas mãos de mim maldito, você me enganou! — Gritou Yelena.
— Pare de gritar! Se você chamar a atenção do Conde eu te mato vadia estupida! — Afirmou ele a puxando pra dentro do quarto e trancando a porta.
Yelena Começou a chorar, estava com muito medo e sentia sua voz embargada na garganta. Como foi tão ingênua e não percebeu as más intenções do escravo?
— Tire essa sua roupa e deite ali! — Ordenou Boris.
— Não! Por favor... — Implorou ela.
— Você está me fazendo perder tempo! — Reclamou ele furioso rasgando as vestes da moça jogando-a em sua cama imunda.
— Por favor! Não! — Pediu ela suplicando.
— Não resista garotinha... talvez você possa até gostar... — Afirmou ele gargalhando deitando-se sobre ela!
Reunindo toda sua coragem Yelena gritou com toda sua voz para tentar conseguir chamar a atenção do Conde, rogando a Deus que ter bebido um pouco do seu sangue mais cedo tenha aliviado sua embriaguez.
— Adrian! Me ajude!
Adrian acordou assustado, poderia jurar que ouviu Yelena chamar por ele. Deveria estar sonhando, por que seu anjo o chamaria no meio da noite? Entretanto, um segundo grito mais apavorante que o primeiro, lhe deu a certeza de que não estava sonhando e sua amada estava em perigo.
Levantou furioso como um tornado, pegou sua inseparável bengala e seguiu o som do choro de sua amada. Quem quer que a estivesse fazendo Yelena chorar pagaria com a vida.
O pranto da jovem vinha dos quartos dos escravos, o Conde forçou a porta e essa se encontrava trancada. Isso só serviu para triplicar sua ira. Desferiu um poderoso chute que colocou a porta do cômodo abaixo. Ao correr os olhos flamejantes de ódio pelo quarto viu sua doce criança na cama, Boris estava sobre ela segurando seus pulsos e seu vestido em farrapos estava abandonado no chão.
— Adrian me ajude... — Disse ela suplicante.
— Sr. Harper eu posso explicar... — Afirmou Boris tremulo.
O Conde caminhou em direção da cama e pode ver o medo estampado no rosto do escravo. O ex nobre tinha alguns truques sujos na manga, sua bengala escondia um florete tão afiado quanto uma katana. Com um único golpe, decepou a cabeça de Boris que rolou pelo assoalho de madeira.
Yelena sem conseguir cessar seu pranto, jogou o corpo do escravo pro chão e correu em direção ao seu salvador.
— Meu senhor... eu estava com tanto medo...
— Meu anjo... como isso acabou acontecendo... hum? — Perguntou o Conde acolhendo a jovem em seus braços, se tivesse demorado apenas mais alguns minutos, não queria nem pensar o que poderia ter acontecido com sua garotinha.
— Adrian... me perdoe... Boris me enganou... eu... eu...
— Minha doce criança... você sabe todos os riscos que correu? Como você pôde entrar no quarto desse homem sem escrúpulos? Ele poderia ter te...
— Estava preocupado comigo ou só está querendo preservar a pureza da sua propriedade? — Perguntou ela interrompendo o Conde extremamente ofendida.
— Srta. Barkov, você é a única que cometeu um erro aqui... e você não tem o direito de me culpar! — Afirmou Adrian voltando a se zangar.
— Se eu não tivesse surpreendido Keira nua em nosso tapete de peles tendo intimidades com você meu amo... eu não teria acreditado que Boris desejava me ajudar.
— Você andou me espionando Yelena? Como se atreve? — Perguntou surpreso.
— Não foi de propósito... eu estava indo me desculpar com você Adrian! — Afirmou ela usando toda sua sinceridade.
— Se desculpar comigo? Por que? — Indagou o Conde admirado.
— Eu estava arrependida! Eu queria me desculpar por te pressionar tanto e por tentar fazer você desistir do meu sangue... mas agora, vejo que foi um erro... por mais que você me ame... jamais abrirá mão do meu sangue! — Respondeu ela sem conseguir esconder sua tristeza.
— É isso que você realmente pensa de mim? Como se atreve duvidar do meu amor? Eu nunca amei uma mulher o tanto que eu amo você Yelena! — Disse o nobre desesperado, confessando seus sentimentos.
A jovem não conseguia parar de chorar, tentava inutilmente esconder seu corpo com as mãos, evidentemente não era a primeira vez que o Conde a via nua, mas era a primeira vez que se sentia humilhada pela presença dele.
Decidiu voltar para o seu quarto, recolheu seu vestido do chão, tentando desviar do vampiro, mas ele a segurou com força no pulso.
— Onde a senhorita pensa que vai? Ainda não acabamos nossa conversa! — Ordenou de forma agressiva.
— Pra mim já acabou! — Respondeu com firmeza.
— Yelena! Não se atreva a sair por aquela porta! — Disse ele cada vez mais alterado.
— E o que vai fazer? Me jogar nessa cama e terminar o serviço que seu escravo não conseguiu? Não se preocupe Sr. Harper... como eu acabei de dizer, Boris não conseguiu me deflorar e eu ainda continuo donzela... mas não sei por quanto tempo! Ainda há outros homens nesse casarão. — Gritou ela cada vez mais atrevida.
— Estou avisando Yelena! Vou matar qualquer homem que se aproximar de você! Seu dever é me alimentar, permanecendo pura e fazer valer as 300 peças de ouro que paguei por você! — Decretou ele aos berros.
Adrian se arrependeu no mesmo instante em que disse aquele discurso horrível, mas infelizmente, só existem três coisas que nunca voltam atrás: a flecha lançada, a palavra pronunciada e a oportunidade perdida.
— Prometo que de hoje em diante Milorde, saberei meu devido lugar nessa casa e farei valer todo o dinheiro que gastou para me comprar! — Disse a jovem enxugando suas lagrimas com o peito completamente dilacerado.
O Conde soltou seu pulso extremamente envergonhado. Ainda tentou se justificar, mas naquele momento, nada do que dissesse poderia fixar um coração partido. Yelena jamais o perdoaria.
Ele se resignou a baixar a cabeça e deixar Yelena retornar ao seu quarto enrolada nos farrapos de seu vestido rasgado.
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Atualizado até capítulo 38
Comments
Sílvia Nastaro
Ai, Adrian, de meu coração negro !!! Você sentindo-se miserável, péssimo, terrível pelo que você fez contra Yelena com Keira, bebendo mais garrafas de seu veneno alcoólico até cair em sono profundo, não querendo que Yelena visse você nesse estado, acende e avoluma minha raiva contra você, que prefere esconder-se a enfrentar-se, seu covarde !!! Mas você foi capaz de acordar desse sono alcoólico profundo ao ouvir Yelena chamar por seu nome implorando socorro e você foi capaz de encontrá-la mesmo ultra-sedado e você foi capaz de salvá-la, matando aquele mentiroso miserável daquele brutamontes que você escolheu que estava prestes a violentar sua amada !!! MARAVILHA !!! Eu amei você por essas ações !!! MAS ENTÃO você voltou a ficar arrogante e estúpido COM ELA, acusando-a de espiã ao invés de envergonhar-se em dose dupla ao saber que ELA VIU O QUE E ONDE VOCÊ FEZ COM QUEM AO IR DESCULPAR-SE COM VOCÊ !!! Era uma oportunidade ótima para você utilizar toda essa vergonha que você diz que sente ao embebedar-se pelas suas ações para desculpar-se lindamente com Yelena. MAS NÃO !!! Você TINHA que acionar seu orgulho masculino ridículo para chamá-la de atrevida, ficar furioso com ela, machucá-la em seu pulso, vir com suas trezentas peças de ouro gasto por ela !!! SEU MALDITO !!! Oh, TUDO ficou pior de que estava e você transformou toda gratidão dela por você tê-la salvo em uma tristeza profunda !!! Você não está mesmo merecendo Yelena !!!
2025-03-20
1
Rosária 234 Fonseca
essa me magoou também pegou pesado viu
2023-09-15
3
Paula Silva Nery 🌺🌼
Senhor amado,como pode ser tão estúpido !!! 😖💔🧠👈🏻 não tem antes 🗣️
Apoiado 👍🏻🤝🏻 Yelena!!!!!!!
2023-05-13
1