A Confissão

A Confissão

Algumas semanas se passaram sem nenhuma nova adversidade nem no casarão nem na taberna, porém a cada dia tornava-se mais evidente que Yelena recebia tratamento diferenciado por parte se seu senhor. As noites nas quais a jovem se apresentava no pequeno palco, ostentavam a garantia de casa cheia e lucros acima do normal.

Keira já havia percebido que a jovem era privilegiada, desde o dia que o Sr. Harper foi ao leilão, Yelena foi a única que ele trouxe com ele na mesma noite. A cozinheira sempre foi ambiciosa e desejava gozar dos mesmos privilégios da rival, e para tanto, começou e tecer seu plano, precisava urgentemente pôr em pratica algum estratagema que a colocasse na cama do Conde. Começou a tomar a frente de algumas tarefes que competiam a Srta. Barkov, como por exemplo levar uma taça de vinho ao senhor antes dele ir para seus aposentos.

— Boa noite senhor... — Disse a escrava indo em direção ao Conde movimentando o quadril de forma exagerada ao caminhar.

— Onde está Yelena? — Perguntou Adrian zangado.

A cozinheira começou a gaguejar sem conseguir dar uma resposta convincente. O Conde bufou exausto, sem dar atenção a tentativa de Keira de seduzi-lo, ordenando em tom severo:

— Eu quero vê-la! Vá chamá-la agora mesmo! Por que não foi ainda? Será que nem para isso você serve?

Nada do que a escrava fazia rendia nem um mero esboçar de sorriso, entretanto Yelena nem precisava se esforçar para conseguir toda a atenção do vampiro. Saiu dali rapidamente e tratou de avisar a jovem que o Conde estava chamando. Cada dia que passava, odiava a rival com mais e mais força.

— Me chamou amo? — Perguntou ela com doçura.

— Por que está a distribuir suas tarefas a outros? Por acaso é algum sacrifício passar uns minutos comigo?

— De forma alguma, senhor... devo confessar que... é a melhor parte do meu dia... — Disse balbuciando.

— Poderia repetir isso? — Disse ele levantando da poltrona e

caminhando em direção a ela a passos lentos.

— Não me atrevo Sr. Harper. — Respondeu ruborizada.

— Adrian! Me chame de Adrian... — Ordenou tomando o rosto da amada entre suas mãos fazendo menção de beijá-la.

O movimento audacioso do Conde fez o coração da jovem acelerar e a única reação que conseguiu esboçar foi e de deixar a sala de estar correndo refugiando-se em seu quarto e fechando a porta. Adrian ficou visivelmente contrariado, atirou a taça de cristal na parede, gritando sem esconder sua indignação:

— Maldição! Vladimir! Venha aqui! — Berrou colérico.

O Servo já estava se recolhendo para dormir, mas ao escutar os gritos do seu senhor e a taça se quebrando entendeu a urgência do chamado e esperou pelo pior caso demorasse.

— O que foi senhor? Por que está tão irritado? — Perguntou.

— Você não sabe? O motivo da minha irritação não é evidente? Às vezes me pergunto por que eu o trouxe para essa terra esquecida por Deus! Daí me lembro... eu o trouxe por que você é meu amigo! Traga uma garrafa do Whisky Escocês e dois copos... pois você vai beber comigo.

Vladimir respirou aliviado, acenou a cabeça positivamente e sem perder tempo, trouxe o whisky e os copos.

— Vladimir... seja sincero... não está estampado no meu rosto que eu tenho... sentimentos por Yelena?

— Milorde, ela é uma escrava e o senhor a comprou... ela não seria muito sonhadora se tivesse tais pensamentos?

— Eu a comprei apenas por que naquele momento não havia outro modo de obtê-la! Eu precisava dela... eu a queria... ela tinha que ser minha! — Respondeu lascivo bebendo o whisky.

— Então... diga isso a ela. Ela não é indiferente ao senhor...

— Vladimir... ao mesmo tempo que eu a desejo com todas as minhas forças se eu a reivindicar ela não será mais donzela... e eu não mais poderei desfrutar de seu delicioso sangue virginal...

— Senhor... infelizmente não poderá ter ambos prazeres e terá que optar por um. Sei que sentirá um vazio com a ausência do sangue de virgem... mas esse vazio será preenchido com o amor da Srta. Barkov.

— Por que a vida é tão injusta? — Praguejou o Conde.

— Se você a ama... não a deixe escapar Milorde. — Respondeu o servo erguendo o copo propondo um brinde.

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