Voz de Anjo
Algumas horas depois, Adrian acordou confuso, realmente havia dormido no tapete ao lado da jovem? Quando havia se tornado tão emotivo? Tratou de despertar a Srta. Barkov, mais tarde ocorrerá a reabertura da taverna e alguns detalhes ainda exigiam cuidado.
Yelena estava extremamente grata por seu senhor tê-la resgatado de sua vida difícil, bem como de seu terrível destino. Sendo assim, não poupou esforços para tornar o estabelecimento de seu amo organizado e apresentável. Limpou as mesas, esfregou o chão, lavou as canecas e os utensílios de cozinha. Sempre trabalhava cantando, o Conde não deixou esse fato passar despercebido e resolveu que seria majestoso vê-la cantar na reinauguração.
A noite, o Sr. Harper foi vê-la durante seu banho para convidá-la a se apresentar, não sabia se ela aceitaria, mas de qualquer forma tentaria persuadi-la.
— Boa noite minha criança... faz alguns dias que tenho observado que você canta como um anjo e eu gostaria muito de vê-la cantar Yelena.
— Pois eu cantarei para você dormir todas as noites amo.
— Você cantaria hoje, na reabertura da taberna?
— Na frente de todos? Não sei se vou conseguir...
— Eu posso hipnotizá-la para lhe proporcionar a segurança da qual precisa... se você quiser...
— Eu cantarei meu Conde e não quero que use seus poderes, quero tentar fazer isso sozinha.
— Você é uma jovem formidável Srta. Barkov. — Disse ele abrindo a toalha para secá-la.
— Se isso vai deixá-lo feliz Sr. Harper, eu farei com prazer.
— Use um dos vestidos da minha irmã, Vladimir trouxe algumas peças de roupa que pertenceram à ela... ficará tão linda quanto a Imperatriz!
— Você amava sua irmã senhor? O que aconteceu com ela?
— Sim eu a amava... mas é evidente que meu amor fraternal
não era correspondido... quanto ao que aconteceu com ela... no momento oportuno eu lhe contarei! Vou buscar o vestido.
O Conde retornou rapidamente, a jovem vestiu o traje e Vladimir arrumou seus cabelos com um delicado adorno de pérolas. Adrian lhe ofertou um lindo colar e um par de brincos de rubis. Para finalizar, o vampiro furou seu indicador nas presas e tingiu os lábios da jovem de carmim.
— Está magnifica Mademoiselle! — Afirmou o servo fazendo uma delicada reverencia.
Adrian sorrindo, tocou o ombro de seu criado Dampiro e sorrateiramente o apertou com toda sua força, fazendo Vladimir cair de joelhos.
— Vladimir? Você está bem? — Perguntou ela preocupada.
— Não foi nada... eu... eu apenas me... me desequilibrei... fique tranquila senhorita. — Respondeu o servo gaguejando.
— Vladimir... os escravos devem estar precisando de gerenciamento na taberna. — Disse o Conde em tom severo.
— Estou indo senhor. — Respondeu temeroso.
— Você não disse como estou... amo. — Indagou ela com velada timidez.
— E precisa? Você está linda meu anjo... mais linda do que minha irmã jamais esteve ao usar este mesmo vestido... — Respondeu ele dando o braço para que juntos se dirigissem ao pequeno estabelecimento.
A taberna estava lotada, os clientes brindavam alegremente e não estavam dispostos a economizar em suas celebrações. Todos os escravos estavam a servir bebidas e atender as mesas, até Ivan, o jovem que havia sido comprado para fazer a contabilidade do Conde. Vladimir pediu a atenção de todos:
— Boa noite damas e cavalheiros! Para tornar sua noite ainda mais agradável com um pouco de música eu apresento a Srta. Yelena Barkov!
Um silencio seguido de palmas e assovios fizeram a jovem apertar com força o braço do Conde.
— Vá brilhar meu anjo! — Disse ele fitando seus olhos encorajando-a
A jovem acenou positivamente a cabeça e subiu no palco. Começou a cantar com certa timidez no início, mas logo sentiu a
confiança tomando conta de sua alma e soltou toda sua voz.
Os olhos de seu amo brilhavam, a doçura da voz de sua escrava pouco a pouco o dominava. A jovem mesmo sem poderes mágicos estava a hipnotiza-lo, ele queria fazê-la sua, mas como isso seria possível sem perder o sabor de seu sangue sublime?
Yelena continuou sua apresentação, cruzou seu olhar com o de seu senhor e viu que ele a observava esboçando um sorriso enigmático, erguendo sua taça de vinho como quem propõe um brinde a uma dama da corte. O Conde estava muito satisfeito.
Dirigiu-se até o balcão, para encher sua taça novamente, seus ouvidos atentemos não poderiam evitar de ouvir os murmurinhos no salão e os comentários sobre a jovem.
— Quem é essa jovem mulher? Tão bela... — Perguntou um dos fregueses.
— Por acaso não é a filha do Barkov? — Respondeu outro.
— Nossa... é ela mesmo! Está tão diferente! Onde será que arrumou esse vestido caro? E essas joias? Será que está se prostituindo? — Suspeitou um terceiro que já estava bêbado.
— Não sei senhores... mas se for... quero ser seu cliente! — Argumentou o primeiro.
O Sr. Harper ficou furioso, tanto que se afogou com sua taça de vinho. Fuzilou o canalha com os olhos e guardou sua fisionomia, antes da apresentação de sua serva terminar resolveria isso... esse bastardo não mais veria a luz do dia.
— Maldição! Estava tão feliz em vê-la cantar... como meu humor pode oscilar tanto por causa de uma mortal? — Pensou indignado.
Não pode mais travar sua luta interna, o homem que desrespeitou sua Escrava de Sangue estava de saída. De forma imperceptível, Adrian o seguiu. Encurralou o maldito perto do muro de pedras da igreja. Segurou o bastardo pelo pescoço e exibiu seus caninos assustadores sem piedade.
— O que sabe sobre a garota que está cantando na taberna? — Perguntou aterrador.
— Nada! — Afirmou o homem tremendo.
— Não minta miserável! — Berrou descontrolado.
— Ela é filha do velho Barkov... achei que não a veria de novo ele se vangloriou de ter ganho uma grande soma em dinheiro ao
vendê-la no mercado de escravos.
— O que mais você sabe?
— Nada! Eu prometo não dizer a ele onde a filha está!
— Perdoe-me, mas não acredito em suas palavras...
O vampiro mal teve tempo de terminar de falar, seu ódio o consumiu por completo, mordeu aquele homem e bebeu de seu sangue até a última gota, adquirindo junto com aquele sangue a habilidade de manusear uma faca.
De forma poética deixou o homem caído na porta da igreja, pegou sua bolsa de dinheiro para pensarem que era uma vítima de assalto. Em um dos bolsos do miserável, achou um canivete enferrujado, acabou usando-o para mascarar o ferimento causado por suas presas cravando o artefato no pescoço do homem morto. Saiu dali rapidamente retornando para sua taberna ainda a tempo de ouvir a última canção de Yelena.
A jovem percebeu a ausência de seu Conde, porém acreditou que algum assunto referente ao estabelecimento provocou sua saída repentina. Como ele retornou logo em seguida, resolveu não se preocupar, assim que ela desceu do palco, ele estava ali. Como um perfeito cavalheiro, ele a ajudou a descer as escadas e a cobriu com o casaco de peles.
— Estava divina meu anjo... — Disse ele de forma casual.
— Obrigada meu amo... estou muito feliz. Deseja que eu cante todos os dias?
— Todos s dias? Dividi-la com aqueles bêbados malditos todos os dias? — Pensou Ele mordendo o lábio inferior.
— Senhor...
— Ah... bem... que tal... como hoje é sábado sua apresentação ser sempre aos sábados, aos domingos... e as quartas-feiras?
— Eu esperava cantar diariamente...
— Três vezes será mais do que suficiente... amime-se nos outros dias poderá cantar para mim.
A jovem sorriu, seu amo a escoltou pelo braço até o casarão e conduziu ao seu quarto, a jovem tirou o vestido da Imperatriz e o colocou no cabide, em seguida, vestiu sua camisola simples.
— Senhor... eu posso me deitar ou o senhor deseja meus préstimos de cálice?
Apesar de não estar com fome, pois se alimentou com fartura do homem perto da igreja, seria formidável dormir com o sangue da amada nos lábios. Satisfeito aceitou sua generosa oferta.
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Atualizado até capítulo 38
Comments
Sílvia Nastaro
Fúria ? Eu diria ciúme em meio dessa fúria também !!! Mas esse vampiro é muito abusado !!! Ele escolhe momento de banho dessa menina para ir falar com ela e vai segurar uma toalha para ela para ver seu corpo de novo !!! ABUSADO !!! ALICIADOR !!! ATREVIDO !!! Certo que ele é seu amo mas esse sujeito explora isso a cada segundo !!! Aliás, tudo bem ele chamá-la de meu anjo, mas não dará certo ele continuar chamando sua amada (porque ela é mesmo sua amada !!!) de minha criança !!! Aliás, será que ela tem mesmo quinze anos ?! Ok, ele amava sua irmã, sentindo-se traído profundamente por ela, o que ocorreu mesmo. Um pontinho pra ele ! Mas esse conde precisava matar aquele sujeito de bar ? Foi maldade de cabeça maldita masculina o que ele disse sobre Yelena mas matar aquele sujeito foi muito exagero de ciúme !!! Se bem que era verdade que ele poderia contar ao pai horroroso de Yelena onde ela estava agora ... O que eu creio que ele irá descobrir mesmo assim !!!
2025-03-19
1
Simone Souza
olho grande kkkkkk
2024-05-07
1
Imaculada Abreu
Ele vai ter que beber o sangue de todos os homens.kkkk
2023-11-09
1