Sucumbindo à Luxuria

Sucumbindo à Luxuria

A pesar de ter se alimentado dela de forma ousada na noite anterior, o Conde não se atreveu ir além disso. Adrian estava ciente que percorria um caminho sem volta, em algum momento daria um passo, faria um movimento do qual não poderia regressar. Estaria disposto a trocar a felicidade sublime de se alimentar dela por um breve instante de luxuria entre suas pernas? Porque se relacionava com ela dessa forma? Ele a amava mais que tudo e ainda assim a tratava como um mero objeto destinado ao seu prazer pessoal... ser traído por sua irmã Amara o tornou incapaz de demonstrar amor? No fundo de sua alma acreditava que não era digno de ter seus sentimentos por Yelena correspondidos.

Naquela noite A jovem cantou na taberna usando um dos vestidos da Imperatriz, estava linda. Boris se escondeu atrás de um pilar para poder ver a apresentação da jovem. Sonhando com o instante em que finalmente conseguiria pôr as mãos nela, a discussão dela com o Conde provavelmente seria útil para ele.

O vampiro, como de costume, foi escolta-la ao casarão depois que Yelena saiu do palco, queria desculpar-se por sua atitude, mas seu orgulho não permitiria que ele se desculpasse.

Já fazia mais de duas semanas que não conversavam adequadamente. Apesar de estar evidentemente triste, Yelena não se afastava toda a vez que ele tentava tocá-la, a receptividade dela, deu ao ex nobre a coragem necessária para se declarar.

— Yelena... talvez você não acredite em mim... mas eu te amo! — Disse ele afagando gentilmente seus cabelos.

— Ama o meu sangue?

— Não! Eu amo você por inteiro!

— Então se me ama por inteiro me faça sua Milorde... — Respondeu ela de forma ousada desamarrando os laços do vestido da Imperatriz buscando o tapete de peles para acomodar-se. Estava envergonhada, porém não estava arrependida de seu repentino rompante de coragem.

— Meu anjo... eu não posso... eu não estou pronto...

Ela não deu ouvidos aquelas palavras confusas de seu amo, com inocente sensualidade a jovem caminhou até ele colocando as mãos em volta de seu pescoço abandonando sua timidez e tomando iniciativa.

Adrian mais do que nunca se sentiu tentado a tocá-la intimamente, porém sabia que não controlaria seus impulsos se fizesse isso. Sem esperanças, ele a beijou na testa, dizendo:

— Vista sua roupa Yelena...

As palavras de seu mestre caíram sobre ela como um balde de água fria. Vestiu-se rapidamente sem conseguir controlar as lágrimas.

¬— Eu fui rejeitada! Rejeitada como alguém inferior! Como alguém que não merece ser amada! — Pensou ela correndo em direção ao seu quarto.

— Yelena!

O Conde chamou seu nome mas não teve forças para ir atrás dela, sentiu-se impotente. Incapaz de abrir mão dos viciantes prazeres oferecidos pelo sangue de virgem.

O Sr. Harper caiu no chão derrotado, a raiva que estava sentindo de si mesmo era indescritível. Keira havia os seguido de forma sorrateira, observou toda a cena sem ser notada, aproveitou aquele novo mal entendido para tentar novamente fisgar o Conde, desta vez, sem tentar fingir ser outra pessoa.

— Senhor... sei que na última vez que estivemos juntos eu tentei enganá-lo. Perdoe-me por isso, eu estava desesperada para ter sua atenção e acreditei que isso só seria possível me fazendo passar por Yelena.

Adrian levantou do chão rapidamente e outra vez apertou o pescoço da mulher sem piedade.

— Cale essa boca! Você não é digna de pronunciar o nome dela sua vadia!

— Senhor... está me machucando... — Disse a escrava com a voz embargada.

Adrian a soltou de forma repentina, a mulher caiu de joelhos no tapete, mas mesmo assim não deixou a sala de estar.

— O que ainda quer aqui meretriz? — Perguntou o ex nobre sem esconder sua ira.

— Eu posso satisfazê-lo senhor... basta me dar uma chance! — Afirmou a mulher desfazendo-se de suas vestes.

O Conde ficou surpreso que aquela mulher ainda não havia desistido de tentar seduzi-lo, estava com tantos sentimentos diferentes dentro do seu peito que queria gritar. Estava completamente fragilizado e por um milésimo de segundo pensou:

— Será que fazer sexo com essa mulher vulgar poderia aliviar minha raiva? De fato, não seria a primeira vez que me deitaria com alguém sem nenhum sentimento envolvido.

Keira percebeu que o Lorde fraquejou e aproveitou para envolvê-lo:

— Senhor... venha... você não tem nada a perder... eu posso satisfazê-lo. — Afirmou ela provocativa.

Será que um breve momento de prazer poderia fazê-lo esquecer apenas por um instante que estava morto por dentro?

Quando que sua vida se tornou tão complicada... antes de comprar Yelena não se importava em deitar com quantas mulheres desejasse e agora única e exclusivamente por causa dela, estava se comportando como um monge.

— Chega! Eu sou um homem livre e essa terra de bárbaros não vai ditar regras de como devo viver minha vida miserável! Vou fazer o que me der vontade... inclusive comer essa vadia até ouvi-la gritar! — Pensou o Conde cego pela ira e pela luxuria.

Não podia trair Yelena de cara limpa, não iria conseguir, então, pegou duas garrafas de Whisky vagabundo que estavam na prateleira sobre a lareira e bebeu direto da garrafa, sem usar um copo. Completamente embriagado jogou Keira no tapete de costas pare ele.

— Fique de costas pra mim vadia e não ouse se mexer ou me encarar! Eu não quero olhar pra essa sua cara de prostituta! — Gritou ele de forma autoritária.

Não importava como, a escrava estava prestes a conseguir o que queria, satisfeita, tratou de obedecer ao Conde.

Adrian estava tentando inutilmente esquecer quem era sua acompanhante naquele tapete de pele, então resolveu que deveria fantasiar que estava com Yelena. Fechou os olhos e imaginou com toda sua alma que o corpo que ele estava tocando era o corpo do seu anjo. Keira percebeu que algo havia mudado, o Conde repentinamente abandonou os afagos agressivos e deu inicio a caricias suaves e delicadas.

A Srta. Barkov estava extremamente arrependida de seu comportamento e estava decidida a se desculpar pela sua ousadia, deveria ser paciente e esperar até seu amado estar pronto para retribuir sua dedicação. Retornou a sala de estar depois de se trocar e se deparou com Keira nua deitada de bruços no tapete enquanto Adrian ia em direção a ela.

Cobriu a boca com a mão escandalizada com o que acabara de ver e por mais que não quisesse assistir aquela cena, estava paralisada como uma estátua de sal. Escondeu-se atrás da cortina sem forças de deixar o cômodo, por mais que aquela visão lhe trouxesse sofrimento.

O vampiro, sem desconfiar que estava sendo observado, abandonou suas vestes e invadiu a cozinheira com sua virilidade, a escrava gemeu de surpresa e o som de seu corpo e de sua voz deram ritmo ao quadril de seu amo fazendo-o se movimentar com mais vigor, alguns momentos depois, Adrian chama o nome da jovem amada involuntariamente instantes antes de seu prazer explodir.

— Yelena...

Ouvir o Conde chamar o nome da rival, encheu Keira de ódio, todavia, não poderia dizer uma única palavra sobre isso e deveria engolir todo o seu ciúme juntamente com o seu orgulho.

Yelena finalmente conseguiu sair dali. Sua alma estava mergulhada em tristeza e nada poderia fazer seu pranto ou sua dor passar. Retornou ao seu quarto trancando a porta, buscando refugiar-se em sua cama, jamais conseguiria esquecer tudo que acabara de presenciar.

Após alguns minutos, toda a ilusão se desfez, ao contrario do que o Conde havia imaginado, ele não estava se sentido melhor e nem tão pouco sua raiva havia diminuído. Vestiu sua roupa e saiu da sala sem dizer nada sobre o que acabara de acontecer.

Keira estava realizada com sua pequena vitória. Ela sabia que a jovem escrava havia os pego no flagrante pois por um breve instante conseguiu vislumbrar a silhueta de Yelena de relance enquanto mantinha sua cabeça baixa.

— Vamos ver quanto tempo conseguirá manter sentimentos pelo Conde sabendo que ele me procura para aquecê-lo nas noites frias jovem Yelena. — Disse a escrava em voz alta plenamente satisfeita.

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