A Jóia Perdida
Em uma tarde ensolarada, com o clima bastante quente, as folhas de outono caíram das árvores, dando assim início ao verão. O tempo estava quente e as pessoas estavam estressadas com o calor absurdo que fazia. Rodrigo estava em casa, ajudando sua mulher nos afazeres domésticos quando teve uma ideia e a dividiu com sua mulher:
— Amor! — gritou Rodrigo. —Estou pensando em convidar os meus amigos para pescar lá no parque dos pinheiros, o que acha?
— Pode ir, meu bem. - Respondeu Bruna com bastante carinho. — Vai lá se divertir com seus amigos, vou aproveitar para fazer uma festa do pijama com as meninas. Apenas me diga quando você volta?
— Talvez daqui a dois a três dias. - afirmou Rodrigo. — Vai depender de quantos peixes o Miguel vai me desafiar a pegar dessa vez.
— Não demorem muito, da última vez vocês voltaram depois de uma semana. — disse Bruna.
— É que eu tava muito competitivo nesse dia.
Os dois soltaram uma breve gargalhada.
Rodrigo terminou de ajudar a esposa e foi chamar Miguel para a pescaria, Miguel estava construindo uma casinha nova para o seu cachorro quando Rodrigo chegou. Karina, esposa de Miguel, veio atendê-lo e levá-lo até seu marido. Miguel pediu que sua esposa preparasse algo para o seu amigo, porém Rodrigo disse que seria breve.
— Mano, esse calor está insuportável! — Afirmou Rodrigo.
— Vamos acampar no parque dos Pinheiros, esse é o único lugar que neva o ano todo e, também, é um ótimo lugar para caçar e pescar.
— Vou chamar o Alan, ele conhece bem aquele lugar. — Recordou Miguel.
— É melhor chamar logo a rapaziada toda! — Exclamou Rodrigo. Vou ver se consigo falar com eles e te encontro na estrada às 18 horas.
Rodrigo voltou para casa e começou a fazer algumas ligações para os seus amigos e Bruna, sua esposa, arrumou os materiais que o seu marido iria precisar nessa aventura. Ao final da tarde, tudo já estava pronto. Bruna deu um beijo em Rodrigo, o abraçou bem forte, olhou nos seus olhos e com uma voz bem amável ela disse: "Volta logo!". Assim ele saiu com Miguel e encontraram-se com alguns amigos na estrada que levaria ao parque dos Pinheiros. Eram seis, no total.
— Vejo que as mocinhas já estão arrumadinhas. — Brincou Miguel.
— Não #¿$?%!¡, otário! — Retrucou Lucas. — Se não fosse esse calor, eu estaria em cima da sua mulher agora!
— Você não aguentaria nem meio segundo com ela, seu animal. — Retrucou Miguel.
— Já que as mocinhas pararam de se arranhar, entrem logo no carro para chegarmos ainda hoje no parque. — Terminou Rodrigo.
O caminho levou duas horas e todos estavam bastante empolgados para vê quem iria pegar mais peixes dessa vez. Ao chegar no bosque, todos eles pularam do carro para montar a sua barraca perto das melhores árvores. Eles pegaram a suas varas e correram para um barco que ficava preso perto de um rio que os visitantes podiam entrar para pescar. Porém, Rodrigo e Miguel ficaram no acampamento terminando de arrumar tudo.
— Mano, deixa isso para depois. — disse Miguel bastante agoniado. — Vamos logo para o rio antes que aquele bastardo do Lucas passe na nossa frente.
— Calma, primeiro temos que arrumar esse lugar, vamos ter muito tempo para pescar depois.
— Então eu vou ali tirar água do joelho e já volto para te ajudar. — Avisou Miguel.
O parque tinha um pouco de iluminação, mesmo assim Miguel levou uma lanterna, ele passou por entre as folhas congeladas e encontrou um lugar para urinar. Enfim conseguiu se aliviar e já estava se preparando para voltar ao acampamento, mas ouviu um barulho estranho que nunca ouvira antes naquele lugar. Ele se aproximou devagar de um pinheiro grande e bastante grosso empunhando um terçado que usara para cortar as folhas e quando deu a volta na árvore se assustou ao encontrar uma menina de aparentemente 10 anos bastante assustada e chorando. Ela estava sentada e acorrentada à árvore gigante e não conseguia se soltar.
— Oi? O que você tá fazendo aqui? — Perguntou Miguel espantado.-Quem fez isso com você?
A menina apenas abaixou a cabeça entre as pernas e se abraçou por estar com bastante medo.
— Eu vou tirar você dai! — Afirmou Miguel.
— RODRIGO! Gritou Miguel para Rodrigo. Vem aqui!
— O que você quer, viu alguma visagem? — Brincou Rodrigo sem entender nada.
— Vem logo aqui, isso é muito pior que visagem.
— Se isso for algum tipo de brincadeira, eu te mato e falo para sua mulher que um tigre te comeu vivo.
Rodrigo chegou aonde seu amigo estava e viu a menina amarrada na árvore, ele ficou espantado e não entendeu o que estava acontecendo.
— Quem é essa? O que ela está fazendo amarrada aí?
— Eu não sei, mano. Me ajude a soltá-la!
Rodrigo se aproximou da menina e falou com ela com uma voz bem calma:
— Calma pequena, nós já vamos te tirar daqui!
Ele correu para o acampamento e chamou todos os outros, quando chegaram eles pegaram os seus terçados e, após baterem na corrente, conseguiram libertar a criança da corrente grossa. Ela estava pálida e magra, usava um uniforme da escola e as suas mãos estavam bastante machucadas.
Lucas, assustado com aquilo, perguntou:
— Quem fez isso com você? Por que está aqui? Qual o seu nome?
A menina não se mexia nem respondia.
Rodrigo tomou a parte e afastou Lucas dali.
— Afaste-se! Você não vê que ela está assustada?
Daí Rodrigo se dirigiu a menina e falou:
— Olá, meu nome é Rodrigo! Não tenha medo, querida. Não vamos te fazer nenhum mal. Qual o seu nome?
A menina enfim levantou a cabeça, olhou com um olhar bastante desconfiado para Pedro e disse:
— Sarah!
— Está bem, Sarah, eu moro aqui perto. Que tal eu te levar a minha casa, a minha mulher vai te dar um jantar e nós vamos procurar os seus pais, o que acha?
Sarah balançou a cabeça, em sinal de afirmação, e abraçou o seu ursinho de pelúcia que havia ganhado de seu avô e estendeu a mão para Pedro, que estava mais próximo dela.
Então Rodrigo segurou a outra mão dela para ela se levantar. A menina tinha a pele parda, baixa estatura, semblante melancólico, cabelos negros e lisos com um corte discreto cobrindo sua testa. A roupa dela estava um pouco rasgada e ela tinha algumas feridas pelo corpo.
Eles tentaram andar, mas ela estava mancando e estava sangrando por diversas partes do corpo, incluindo nas partes íntimas.
— Você deve estar com muita dor, vou carregá-la no colo, minha esposa vai cuidar de você.
E assim Rodrigo segurou ela no colo, ele sentiu a respiração fraca dela e estava muito quente, devido ao frio que estava exposta.
Todos entraram no carro e seguiram com Rodrigo até a sua casa.
Eles chegaram e estavam desesperados por ajuda.
— AMOR! VEM AQUI RÁPIDO! — Gritou Rodrigo. —PRECISO DE AJUDA!
Ele gritou, gritou, mas a sua mulher não respondeu.
— Puts! Eu esqueci que ela não tá em casa. Deve tá com as amigas dando uma festa. — Rodrigo ainda estava com Sarah no colo que acabou desmaiando de dor.
— Ai meu Deus! — Rodrigo ficou ainda mais assustado. — Ela desmaiou!
— Calma Rodrigo! — Miguel tentou consolar o amigo. — Elas devem estar na casa do Pedro uma hora dessas.
Pedro ligou para a sua mulher para perguntar onde elas estavam e ela disse estarem na casa da Pâmela, mulher do Lucas.
Eles correram para lá, mas dessa vez Miguel foi dirigindo enquanto Rodrigo segurava Sarah no colo. Ao chegar, a casa estavam com muito barulho de música, a casa ficava bastante afastada do povoado, entre a floresta. Eles bateram na porta desesperados.
— Abram, abram! — Lucas gritou.
Elas demoraram para ouvir, mas quando abriram todas ainda estavam bebendo e jogando cartas até os meninos chegarem.
— O que vocês querem aqui? - Perguntou Pâmela furiosa. Não sabem que hoje é a noite das mulheres?
— O que aconteceu para vocês chegarem do bosque tão cedo? — Perguntou Bruna furiosa. — Não venham me dizer que a neve derreteu e os peixes fugiram das mãos de vocês.
Nessa hora elas olharam para Rodrigo que estava com Sarah no colo e ficaram assustadas.
— O que aconteceu com essa menina? Perguntaram todas. Quem é ela? Onde a encontraram?
— Ela precisa da ajuda de vocês agora, venham, vamos levá-la para cima. — Disse Lucas.
Colocaram ela na cama de casal da Pâmela e do lucas, e as mulheres ficaram sozinhas com ela, tiraram a roupa e fizeram alguns curativos, enquanto os homens aguardavam preocupados na sala.
Assim que terminaram de limpá-la e fazer os curativos, Bruna embrulhou a menina com um edredom bem grosso e felpudo para tentar diminuir a febre da criança.
— Bem, nós já fizemos a nossa parte! — afirmou Karina, esposa de Miguel.-E agora?
— Vocês podem ir! — Respondeu Bruna. Eu não saio de perto dela!
Todas as mulheres desceram para a sala onde estavam os rapazes e ficaram cada um com o seu marido tentando entender o que havia acontecido com a menina.
— Onde está Bruna? Perguntou Rodrigo.
— Ela disse que não vai sair de perto da garota. —Respondeu Pâmela.
— Eu vou ficar com elas! —Afirmou Rodrigo. —Vejo vocês amanhã.
— Nós não vamos sair daqui! — Disse Lucas.
— Está bem!
Ao subir as escadas e abrir a porta, Rodrigo viu sua esposa chorando ao ver o estado da pequena Sarah.
— Aaaaah meu amor. Não fica assim.
— Ela é só uma garotinha, Rodrigo. Quem poderia ter sido tão cruel ao ponto de fazer isso com ela? Quem?
— Eu não sei, querida. Mas vou ficar aqui com você até ela acordar.
— Está bem! Amanhã eu espero que ela acorde e nos diga o que ocorreu.
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Atualizado até capítulo 20
Comments
Deyse Pires
e ninguém pensou em levá-la ao médico 🤦🏻♀️
2023-06-12
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Deyse Pires
como boa fã de CSI, eu diria para levar para a polícia pois teriam que fazer uma investigação se não há sinais de quem deixou ela ali. 😂😂😂
2023-06-12
0
Rute Luiza
integrante.
2023-06-05
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