Fugas

A floresta era bem fria, suas árvores eram grandes e suas folhas estavam congeladas, poucos animais eram vistos naquele lugar. Rodrigo não sabia o caminho direito, mas seguiu na direção que Miguel havia lhe dado junto a Sarah e Bruna. A chuva não dava trégua e podia-se ouvir trovoadas por perto, era um local belo, porém bastante assustador para se viver sozinho, mas eles não tinham outra escolha, o que eles haviam deixado para trás era bem pior do que uma simples chuva.

— Amor, você acredita que estamos fazendo o certo? — Questionou Bruna que estava segurando as mãos de Sarah.

— Foi a decisão mais sensata, não podemos deixar Sarah correr perigo de novo. Eu não vou permitir isso. — Nesse momento Sarah olhou para Rodrigo e deu um sorriso.

Miguel ficou na casa da Pâmela e do Lucas esperando os policiais, ele carregou a espingarda e também esperou os amigos virem para ajudar.

Nesse momento, Lucas e Pâmela chegaram e ficaram sem reação ao ver Miguel com a arma na mão.

— Para quê tudo isso? — Perguntou Lucas.

— Essa é uma longa história… —Disse Miguel e depois contou-lhes o que havia acontecido, Lucas mandou Pâmela ficar com Karina enquanto ele iria ficar para ajudar.

De repente Miguel e Lucas ouviram barulho de carros se aproximando, o que era bem raro já que eles viviam bem afastado das grandes cidades, Lucas foi olhar o que era e viu um verdadeiro exército em sua porta, algo em torno de 20 homens bem equipados estavam a caminho de sua casa.

— Acho que a gente não passa de hoje. — Disse Lucas.

— Bem, suponho que eu vou ter que ficar com a Pâmela, então. — Prosseguiu Miguel.

— Chegue perto dela e eu estouro os seus miolos! — Terminou Lucas carregando a arma.

Alguém bateu a porta e Miguel foi ver quem era, ele avistou um homem que estava vestindo um uniforme de policial e usando uma arma com os outros 19 que cercaram a casa.

— Nós estamos procurando uma garotinha! — Disse o homem.

— Não conheço nenhuma! — Disse Miguel.

— Ah, é mesmo? — O homem disse isso com uma voz sorrateira. — Então não vai de importar de procuramos pela casa, não é?

— Limpe os pés antes de entrarem, não sei por onde diabos vocês estiveram! — Terminou Lucas.

Os policiais entraram e vasculharam em todos os cômodos da casa, subiram as escadas, mas acharam só a cama arrumada. Eles ficaram irritados e perguntaram de novo a Miguel e Lucas.

— Cadê ela? — Perguntaram.

— Sobre quem exatamente você está falando? — Prosseguiu Miguel.

— Ah, então vai ser assim? Ok, Segurem eles, rapazes! — O bando que havia rodeado a casa seguraram Miguel e lucas e os amarraram.

— Vou perguntar pela última vez! — Disse o homem vestido com traje de policial. — Onde está a menina?

— Procura no bordel onde sua mãe te teve! — Disse Miguel.  — O homem que estava usando um traje de policial pegou a sua arma e a apontou para os dois com a intenção de atirar, porém, nesse momento os amigos de Miguel e Lucas chegaram com várias armas nas mãos.

— Soltem eles! — Ordenou Pedro.

— Ou o quê? — Disse o policial. — Cada um apontou as armas para quem estivesse na frente, estavam bem marcados, e não tinham como aquilo terminar bem, mas o policial pensou melhor e resolveu mandar os seus homens abaixarem as armas, ele percebeu que a menina não estava lá e teve um plano melhor do que trocar tiros com esse grupinho.

— Tudo bem! — Disse o homem com traje de policial. — Vamos embora rapazes! — E assim o fizeram.

Os amigos de Miguel e Lucas desataram o nó que os homens haviam feito na corda que prendia os braços deles e o ajudaram a levantar.

— Por que demoraram tanto? — Questionou Lucas.

— Tivemos que esperar o Alan se arrumar. — prosseguiu Pedro.

— Seus miseráveis! — Exclamou Miguel e depois deram uma gargalhada.

Os homens vestidos de policiais deram uma volta pelo terreno, eles pararam alguns quilômetros a frente da casa que a acabara de entrar e desceram dos carros se dividindo em grupos para procurar a menina pela floresta.

Sarah ainda não estava totalmente recuperada, seu corpo ainda estava fraco e os seus curativos foram molhados pela chuva, Bruna passou a mão pelo rosto de Sarah e percebeu que ela estava começando a ter febre novamente.

— Rodrigo, ela vai ficar ainda mais doente se continuarmos nessa chuva. — Reclamou Bruna com preocupação.

— Eu não consigo achar a cachoeira! — Prosseguiu Rodrigo.

— Eu achei! — Disse Sarah olhando para cima.

A Cachoeira ficava suspensa em uma montanha congelada, rodeada de árvores e em uma altura considerável.

— Meu Deus! — Expressou Bruna. — E agora Rodrigo?

— Bem, pelo menos sabemos onde está. — Ele olhou para Sarah e eles sorriram.

Os rapazes começaram a conversar entre si sobre o que fariam a seguir.

— Nós temos que ir atrás deles, disse Miguel.

— Você não disse que eles estavam escondidos? — Perguntou Pedro.

— Sim, eu disse! — Afirmou Miguel.

— Então vamos deixar eles lá por enquanto.

— Esses policias não são burros, devem ser profissionais ou algo assim. — Prosseguiu Miguel -Se nós não fizemos nada eles vão encontrar a menina.

Enquanto isso os homens vestidos de policiais sabiam muito bem o que faziam, eles tinham consigo sensores de calor e cães farejadores para tornar a busca ainda mais eficaz. A floresta era imensa, mas eles estavam bem organizados, se alguém suspeitasse de algum movimento estranho todo o bando ficaria sabendo na hora.

Enfim Rodrigo, Bruna e Sarah chegaram até a Cachoeira, eles andaram muito entre a floresta congelada, mas chegaram bem a cachoeira. Ela estava jorrando uma água morna e, os três aproveitaram para se aquecer. Sarah havia pegado uma gripe insistente e uma torce que não parava, porém, a água morna conseguiu reestabelecer um pouco de sua saúde.

— Acho que ela vai ter febre mesmo, isso não foi um simples resfriado, ela deve ter alguma outra doença que não sabemos. — Disse Bruna.

Rodrigo passou a mão na cabeça dela e viu que a menina já estava voltando a ficar quente.

— Droga! — Exclamou Rodrigo. — Fiquem aqui! Vou procurar esse tal esconderijo.

Rodrigo reparou cada detalhe da cachoeira, pedra por pedra e brecha por brecha, foi então que finalmente conseguiu ver uma coisa estranha nela, ele viu que dentro dela havia uma caverna ou um buraco que iria mais que ajudar eles naquele momento. Ele chamou Bruna e pegou Sarah no colo, pularam para dentro da cachoeira e repararam ser um lugar bem ajeitado.

— Coloca ela na cama. — Ordenou Bruna.

— Esse lugar é melhor que a nossa casa. — Disse Rodrigo enquanto colocava a pequena na cama.

O lugar parecia uma "Batcaverna", tinha telas de televisão e sons muito avançados, Bruna sentou na mesa com um laptop e conseguiu ativar as câmeras, Rodrigo encontrou algumas armas que tinha achado e começou a carregá-las. Sarah estava voltando a ficar doente, então eles embrulharam ela com um lençol grosso e ficaram perto dela.

— Não quero morrer! — Disse Sarah chorando.

— Você não vai morrer, nunca mais repita isso! — Disse Bruna lagrimando.

— Eu vou lutar por você lá fora, então não ouse desistir, pequena. — Ordenou Rodrigo olhando naqueles belos olhinhos.

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Comments

Anatalice Rodrigues

Anatalice Rodrigues

Uma criança amarrada numa floresta. Estranho. Cadê os pais

2023-09-30

0

Rute Luiza

Rute Luiza

quem é a Sarah????

2023-06-05

2

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