Novos rumos

Sarah havia melhorado da febre e agora estava se sentido um pouco melhor, os cuidados de Bruna foram essenciais para a sua melhora e a pequena garotinha soube agradecê-la.

— Oi, tia! — Disse Sarah ao se levantar da cama. — Onde está o seu marido?

— Ele foi treinar tiros lá fora, minha princesa.

— Treinar? — Perguntou Sarah. — Para quê?

— Para nos proteger caso esse lugar seja invadido.

— Mas a senhora acha que eles vão me levar? — Perguntou Sarah assustada.

— Não precisa se preocupar, princesa. — Afirmou Bruna. — Nós vamos levar você até os seus pais em segurança.

Sarah voltou a ficar ressentida e com medo do que poderia vir e Bruna percebeu isso.

— O que foi, querida? — Questionou Bruna. — Eu disse alguma coisa que você não gostou?

— Não é isso.

— Você vai me dizer o que está acontecendo?

Sarah relutou um pouco em dizer, mas acabou se abrindo para Bruna.

— Meus pais não me querem mais.

— Não diga uma coisa dessas, menina. É claro que eles te querem sim.

— Você não entende. — Sarah começou a chorar. — Eu sou a culpada por tudo isso.

— Não, querida, você não tem culpa por nada disso. — Bruna tentou tranquilizar Sarah, porém não estava obtendo sucesso.

— TENHO SIM! — Gritou Sarah. — Eu fugi de casa porque não aguentava mais ficar lá com eles.

— O quê? — Bruna ficou pasma. Explique-me melhor.

— Eu estava cansada de viver com eles. — Relatou Sarah. — Eles eram péssimos.

— Eles te batiam?

— Sim, mas não foi por isso que fugi. — Prosseguiu Sarah. — Eles eram muito obsessivos comigo, se eu fizesse algo de errado, era motivo para apanhar.

— Até aí tudo bem. — Prosseguiu Bruna. — Todos os pais têm o direito de educar seus filhos.

— Você não entende mesmo, né? — Disse Sarah. — Eles me batiam por qualquer coisinha, se eu esquecesse de colocar o lixo para fora, se não fizesse a lição de casa, se não lavasse a louça direito. Já não aguentava mais.

— Foi só isso?

— Não, tem mais. — Disse Sarah. — Do último dia de aula, quando estávamos recebendo as notas da escola, a minha professora me chamou para conversar em privado e me contou que eu tinha tirado uma nota ruim. Fiquei desesperada com aquilo, se os meus pais recebessem o meu boletim provavelmente me matariam.

— E para onde você foi?

— Conheci um amigo na internet, que me deixou ficar na casa dele por um tempo.

— Meu Deus, Sarah! — Interrompeu Bruna. — Você tem 12 anos.

— Eu estava desesperada, não queria mais apanhar.

— E foi esse seu amigo que fez aquilo com você?

— Um dia ele me acordou cedo e me levou para conhecer dois homens que estavam me esperando na sala. — Disse Sarah. — O meu amigo me vendeu a eles e os dois me colocaram em um caminhão, eles me esconderam em uma casa de madeira, que ficava em uma floresta, havia um igarapé ao lado e um caminho escondido que ia da casa até outro caminho que ligava à rodovia.

— O que foi que eles fizeram com você lá? — Perguntou Bruna. — E por que te deixaram amarrada naquela árvore.

— Eu fiquei com medo deles, pois pareciam bastante cruéis, mas eles foram bastante gentis até o dia em que tivemos que fugir de daquele lugar. — Afirmou Sarah. — Depois que saímos de lá eles mudaram completamente, me batiam mais do que os meus pais e diziam que eu nunca mais os veria, mas teve um dia que eles receberam uma ligação e sem eu esperar eles me amarraram naquela árvore com a esperança de ganhar algum dinheiro com o resgate, eles saíram para a cidade e o seu marido me encontrou.

— Eu nem sei o que dizer, Sarah. — Prosseguiu Bruna. — Diga-me quem são os seus pais, de repente eu posso encontrá-los na internet.

— Meu pai é prefeito de uma cidade, minha mãe é advogada.

— Vou procurá-los na internet, querida. — Disse Bruna. — Fique aqui comigo para reconhecê-los.

Enquanto isso, os policiais receberam apoio de outro grupo de mercenários bem treinados para a procura da garota, esses homens eram sanguinários e profissionais, matavam quem quer que fosse a sangue-frio. Logo nas primeiras horas que chegaram encontraram o esconderijo no qual Sarah estava e eles capturaram o sinal de internet, pois Bruna estava mexendo no computador e agora sabiam onde ela estava, eles recarregaram as suas armas, esconderam os seus equipamentos e partiram com sangue nos olhos rumo ao esconderijo.

O grupo de Miguel havia acabado de chegar na Cachoeira secreta e logo avistaram Rodrigo treinando tiro e também perceberam haver um silenciador em sua arma, ele estava atirando nas árvores marcadas com X.

— Nossa, mas você é ruim hein! — Brincou Miguel. — A árvore tá bem na sua frente e você ainda atira na folha.

— Desculpe-me se eu não tenho o costume de atirar em árvores, OK. — Prosseguiu Rodrigo. — Mas se você não sabe, eu estou com muita coisa na minha cabeça.

— Muita coisa, sei... — Prosseguiu Miguel ao se aproximar. — Um belo par de chifres, por exemplo.

— Miserável!

E nesse momento todos começaram a rir.

— Como está Bruna e a garota? — Perguntou Pedro.

— Elas estão bem. — Disse Rodrigo. — Sarah havia pegado uma febre, mas já está melhor.

— Vamos entrar, gente, tem muita munição aí dentro, e também quero mostrar para vocês a minha segunda casa. — Disse Miguel.

— Podem ir, gente. — Prosseguiu Rodrigo. — Vou continuar aqui fora treinando para quaisquer eventualidades.

— Você que sabe. — Disse Miguel.

Os policiais e os mercenários chegaram perto demais do esconderijo e detectaram alguns tiros nos seus radares, era Rodrigo treinando e eles o avistaram, mas não fizeram nada até então.

— Espere! — Ordenou um mercenário.

— Esperar o quê? — Perguntou o policial. — Essa é a nossa chance, vamos matá-lo aqui e agora.

— Se fizer isso, nunca vai achar a garota. — Disse o mercenário.

— O que sugere? — Questionou o policial. — Se esperarmos mais um pouco, ele vai embora.

— É isso mesmo o que eu quero. — Disse o mercenário.

O policial enfim compreendeu ser melhor esperar Rodrigo mostrar a entrada do esconderijo, essa seria a melhor maneira de chegar até a garota. Eles esperaram e enfim Rodrigo se cansou de treinar e entrou na cachoeira, mostrando assim a porta da frente aos policiais e aos mercenários.

Bruna não pôde ver eles se aproximando, pois estava muito entretida tentando localizar os pais de Sarah, os meninos estavam lá dentro fazendo a maior algazarra, era engraçado, mas isso fez ela esquecer do perigo iminente que estavam correndo. Rodrigo havia entrado no quarto com Sarah e Bruna, ele estava procurando novas munições entre os diversos baús que encontrou.

Os policiais se amontoaram e estavam se organizando para entrar e render todos lá dentro, seria fácil, pois os meninos estavam fazendo muito barulho e pareciam distraídos com as suas brincadeiras.

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Comments

Anatalice Rodrigues

Anatalice Rodrigues

Comecei a me interessar mais por essa história

2023-09-30

0

Rosa Gomes

Rosa Gomes

tá muito interessante essa história

2023-06-23

1

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