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A Jóia Perdida

O Encontro De Sarah

Em uma tarde ensolarada, com o clima bastante quente, as folhas de outono caíram das árvores, dando assim início ao verão. O tempo estava quente e as pessoas estavam estressadas com o calor absurdo que fazia. Rodrigo estava em casa, ajudando sua mulher nos afazeres domésticos quando teve uma ideia e a dividiu com sua mulher:

— Amor! — gritou Rodrigo. —Estou pensando em convidar os meus amigos para pescar lá no parque dos pinheiros, o que acha?

— Pode ir, meu bem. - Respondeu Bruna com bastante carinho. — Vai lá se divertir com seus amigos, vou aproveitar para fazer uma festa do pijama com as meninas. Apenas me diga quando você volta?

— Talvez daqui a dois a três dias. - afirmou Rodrigo. — Vai depender de quantos peixes o Miguel vai me desafiar a pegar dessa vez.

— Não demorem muito, da última vez vocês voltaram depois de uma semana. — disse Bruna.

— É que eu tava muito competitivo nesse dia.

Os dois soltaram uma breve gargalhada.

Rodrigo terminou de ajudar a esposa e foi chamar Miguel para a pescaria, Miguel estava construindo uma casinha nova para o seu cachorro quando Rodrigo chegou. Karina, esposa de Miguel, veio atendê-lo e levá-lo até seu marido. Miguel pediu que sua esposa preparasse algo para o seu amigo, porém Rodrigo disse que seria breve.

— Mano, esse calor está insuportável! — Afirmou Rodrigo.

— Vamos acampar no parque dos Pinheiros, esse é o único lugar que neva o ano todo e, também, é um ótimo lugar para caçar e pescar.

— Vou chamar o Alan, ele conhece bem aquele lugar. — Recordou Miguel.

— É melhor chamar logo a rapaziada toda! — Exclamou Rodrigo. Vou ver se consigo falar com eles e te encontro na estrada às 18 horas.

Rodrigo voltou para casa e começou a fazer algumas ligações para os seus amigos e Bruna, sua esposa, arrumou os materiais que o seu marido iria precisar nessa aventura. Ao final da tarde, tudo já estava pronto. Bruna deu um beijo em Rodrigo, o abraçou bem forte, olhou nos seus olhos e com uma voz bem amável ela disse: "Volta logo!". Assim ele saiu com Miguel e encontraram-se com alguns amigos na estrada que levaria ao parque dos Pinheiros. Eram seis, no total.

— Vejo que as mocinhas já estão arrumadinhas. — Brincou Miguel.

— Não #¿$?%!¡, otário! — Retrucou Lucas. — Se não fosse esse calor, eu estaria em cima da sua mulher agora!

— Você não aguentaria nem meio segundo com ela, seu animal. — Retrucou Miguel.

— Já que as mocinhas pararam de se arranhar, entrem logo no carro para chegarmos ainda hoje no parque. — Terminou Rodrigo.

O caminho levou duas horas e todos estavam bastante empolgados para vê quem iria pegar mais peixes dessa vez. Ao chegar no bosque, todos eles pularam do carro para montar a sua barraca perto das melhores árvores. Eles pegaram a suas varas e correram para um barco que ficava preso perto de um rio que os visitantes podiam entrar para pescar. Porém, Rodrigo e Miguel ficaram no acampamento terminando de arrumar tudo.

— Mano, deixa isso para depois. — disse Miguel bastante agoniado. — Vamos logo para o rio antes que aquele bastardo do Lucas passe na nossa frente.

— Calma, primeiro temos que arrumar esse lugar, vamos ter muito tempo para pescar depois.

— Então eu vou ali tirar água do joelho e já volto para te ajudar. — Avisou Miguel.

O parque tinha um pouco de iluminação, mesmo assim Miguel levou uma lanterna, ele passou por entre as folhas congeladas e encontrou um lugar para urinar. Enfim conseguiu se aliviar e já estava se preparando para voltar ao acampamento, mas ouviu um barulho estranho que nunca ouvira antes naquele lugar. Ele se aproximou devagar de um pinheiro grande e bastante grosso empunhando um terçado que usara para cortar as folhas e quando deu a volta na árvore se assustou ao encontrar uma menina de aparentemente 10 anos bastante assustada e chorando. Ela estava sentada e acorrentada à árvore gigante e não conseguia se soltar.

— Oi? O que você tá fazendo aqui? — Perguntou Miguel espantado.-Quem fez isso com você?

A menina apenas abaixou a cabeça entre as pernas e se abraçou por estar com bastante medo.

— Eu vou tirar você dai! — Afirmou Miguel.

— RODRIGO! Gritou Miguel para Rodrigo. Vem aqui!

— O que você quer, viu alguma visagem? — Brincou Rodrigo sem entender nada.

— Vem logo aqui, isso é muito pior que visagem.

— Se isso for algum tipo de brincadeira, eu te mato e falo para sua mulher que um tigre te comeu vivo.

Rodrigo chegou aonde seu amigo estava e viu a menina amarrada na árvore, ele ficou espantado e não entendeu o que estava acontecendo.

— Quem é essa? O que ela está fazendo amarrada aí?

— Eu não sei, mano. Me ajude a soltá-la!

Rodrigo se aproximou da menina e falou com ela com uma voz bem calma:

— Calma pequena, nós já vamos te tirar daqui!

Ele correu para o acampamento e chamou todos os outros, quando chegaram eles pegaram os seus terçados e, após baterem na corrente, conseguiram libertar a criança da corrente grossa. Ela estava pálida e magra, usava um uniforme da escola e as suas mãos estavam bastante machucadas.

Lucas, assustado com aquilo, perguntou:

— Quem fez isso com você? Por que está aqui? Qual o seu nome?

A menina não se mexia nem respondia.

Rodrigo tomou a parte e afastou Lucas dali.

— Afaste-se! Você não vê que ela está assustada?

Daí Rodrigo se dirigiu a menina e falou:

— Olá, meu nome é Rodrigo! Não tenha medo, querida. Não vamos te fazer nenhum mal. Qual o seu nome?

A menina enfim levantou a cabeça, olhou com um olhar bastante desconfiado para Pedro e disse:

— Sarah!

— Está bem, Sarah, eu moro aqui perto. Que tal eu te levar a minha casa, a minha mulher vai te dar um jantar e nós vamos procurar os seus pais, o que acha?

Sarah balançou a cabeça, em sinal de afirmação, e abraçou o seu ursinho de pelúcia que havia ganhado de seu avô e estendeu a mão para Pedro, que estava mais próximo dela.

Então Rodrigo segurou a outra mão dela para ela se levantar. A menina tinha a pele parda, baixa estatura, semblante melancólico, cabelos negros e lisos com um corte discreto cobrindo sua testa. A roupa dela estava um pouco rasgada e ela tinha algumas feridas pelo corpo.

Eles tentaram andar, mas ela estava mancando e estava sangrando por diversas partes do corpo, incluindo nas partes íntimas.

— Você deve estar com muita dor, vou carregá-la no colo, minha esposa vai cuidar de você.

E assim Rodrigo segurou ela no colo, ele sentiu a respiração fraca dela e estava muito quente, devido ao frio que estava exposta.

Todos entraram no carro e seguiram com Rodrigo até a sua casa.

Eles chegaram e estavam desesperados por ajuda.

— AMOR! VEM AQUI RÁPIDO! — Gritou Rodrigo. —PRECISO DE AJUDA!

Ele gritou, gritou, mas a sua mulher não respondeu.

— Puts! Eu esqueci que ela não tá em casa. Deve tá com as amigas dando uma festa. — Rodrigo ainda estava com Sarah no colo que acabou desmaiando de dor.

— Ai meu Deus! — Rodrigo ficou ainda mais assustado. — Ela desmaiou!

— Calma Rodrigo! — Miguel tentou consolar o amigo. — Elas devem estar na casa do Pedro uma hora dessas.

Pedro ligou para a sua mulher para perguntar onde elas estavam e ela disse estarem na casa da Pâmela, mulher do Lucas.

Eles correram para lá, mas dessa vez Miguel foi dirigindo enquanto Rodrigo segurava Sarah no colo. Ao chegar, a casa estavam com muito barulho de música, a casa ficava bastante afastada do povoado, entre a floresta. Eles bateram na porta desesperados.

— Abram, abram! — Lucas gritou.

Elas demoraram para ouvir, mas quando abriram todas ainda estavam bebendo e jogando cartas até os meninos chegarem.

— O que vocês querem aqui? - Perguntou Pâmela furiosa. Não sabem que hoje é a noite das mulheres?

— O que aconteceu para vocês chegarem do bosque tão cedo? — Perguntou Bruna furiosa. — Não venham me dizer que a neve derreteu e os peixes fugiram das mãos de vocês.

Nessa hora elas olharam para Rodrigo que estava com Sarah no colo e ficaram assustadas.

— O que aconteceu com essa menina? Perguntaram todas. Quem é ela? Onde a encontraram?

— Ela precisa da ajuda de vocês agora, venham, vamos levá-la para cima. — Disse Lucas.

Colocaram ela na cama de casal da Pâmela e do lucas, e as mulheres ficaram sozinhas com ela, tiraram a roupa e fizeram alguns curativos, enquanto os homens aguardavam preocupados na sala.

Assim que terminaram de limpá-la e fazer os curativos, Bruna embrulhou a menina com um edredom bem grosso e felpudo para tentar diminuir a febre da criança.

— Bem, nós já fizemos a nossa parte! — afirmou Karina, esposa de Miguel.-E agora?

— Vocês podem ir! — Respondeu Bruna. Eu não saio de perto dela!

Todas as mulheres desceram para a sala onde estavam os rapazes e ficaram cada um com o seu marido tentando entender o que havia acontecido com a menina.

— Onde está Bruna? Perguntou Rodrigo.

— Ela disse que não vai sair de perto da garota. —Respondeu Pâmela.

— Eu vou ficar com elas! —Afirmou Rodrigo. —Vejo vocês amanhã.

— Nós não vamos sair daqui! — Disse Lucas.

— Está bem!

Ao subir as escadas e abrir a porta, Rodrigo viu sua esposa chorando ao ver o estado da pequena Sarah.

— Aaaaah meu amor. Não fica assim.

— Ela é só uma garotinha, Rodrigo. Quem poderia ter sido tão cruel ao ponto de fazer isso com ela? Quem?

— Eu não sei, querida. Mas vou ficar aqui com você até ela acordar.

— Está bem! Amanhã eu espero que ela acorde e nos diga o que ocorreu.

Novos mistérios

O dia clareou na manhã seguinte, os raios solares invadiram o quarto onde estavam Rodrigo e Bruna com a pequena Sarah. O galo cantou, mas todos ainda estavam dormindo por passarem a noite inteira acordados pensando na menina, quando acordou, Bruna se deparou com Sarah com os seus olhinhos abertos.

— Rodrigo, Acorde!

— Hum... O que foi?

— Ela acordou!

— Meu Deus! Deixa eu ver!

Os dois se aproximaram da menina e tentaram conversar com ela.

— Olá, Sarah! Bom dia! Você está bem? — Perguntaram Bruna e Rodrigo com um grande entusiasmo.

— Acho que sim! Ela abriu um sorriso.

— Que bom! — Os dois respiraram aliviados.

— Você quer conversar conosco sobre o que aconteceu com você?

Sarah ficou séria e não quis responder.

— Tudo bem, querida! — Disse Rodrigo. — Não precisa falar nada agora.

— Eu vou preparar um café matinal bem gostoso para você, querida. — Avisou Bruna. — Já volto!

Bruna saiu para preparar o café e deixou Rodrigo sozinho com Sarah.

— Muito bem, não se sinta pressionada a dizer nada. — Disse rodrigo. — Você tem todo o direito de ficar desconfiada de nós, porém a tarde eu terei que leva-lá a uma delegacia mais próxima.

Sarah, que estava olhando fixamente para o teto, virou a cabeça rapidamente para conversar com Rodrigo. — Não! — Sarah deu um grito. — Não quero ir à delegacia. — Ela começou a chorar.

— Tudo bem, querida. — Rodrigo levantou da cadeira e sentou-se na cama. — Vamos deixar isso para depois, então.

Enquanto isso na sala, Bruna acordou todos com a novidade que a pequena Sarah havia acordado bem e iria preparar um café matinal para ela, as meninas se ofereceram para ajudá-la enquanto os rapazes ainda tentavam se levantar dos sofás em que estavam.

— Vamos colocar pão, uvas frescas, maçãs, bananas e suco de guaraná para dar a Sarah. — Ordenou Bruna.

— Ela deve estar faminta. — Disse Karina.

— O que será que aconteceu com ela? — Perguntou Pâmela.

— Não sei, mas eu deixei o Rodrigo com ela e ele deve ter descoberto algo agora. — Disse Bruna.

— Assim espero. — Respondeu Karina. — Quero que ela nos diga quem fez isso com ela e por quê? Assim, eu vou poder esganá-lo com minhas mãos.

As mulheres acabaram de preparar o café matinal da (Sarah) e continuaram a preparar o café para os rapazes enquanto Bruna foi levar o alimento a menina, ela subiu as escadas e pediu para Rodrigo abrir a porta e deixou o prato que continha o alimento na cama ao lado de Sarah.

— Pode comer, querida, você precisa recuperar as suas forças. — Bruna disse isso enquanto se assentava na cama.

Sarah pegou primeiro as uvas e comeu-às uma por uma, depois pegou a banana e a devorou com as maçãs, comeu o pão e após tomar o suco voltou a deitar na cama com uma leve expressão de satisfeita.

— Muito bem! — Disse Bruna. — Você é uma boa menina.

— Nós vamos te deixar descansar agora. — Afirmou Rodrigo. — Daqui a pouco nós vamos voltar para trocar os seus curativos.

Os dois saíram do quarto e deixaram Sarah descansando.

Ao descer as escadas, os seus amigos que estavam lá embaixo encheram os dois de perguntas sobre a menina. Todos queiram saber quem teriam feito isso a ela, porém Bruna e Rodrigo não souberam responder, pois Sarah não quis falar nada e tremia só de lembrar disso. O pessoal precisava ir embora, pois tinha de ir trabalhar, então eles se despediram e deixaram Rodrigo, Bruna, Pâmela, Lucas, Karina e Miguel cuidando de Sarah.

— Eu também tenho que ir para o trabalho, mas me ligue caso precise de algo. — Disse Pâmela.

— Vou levar ela e depois vou falar com alguns policiais, eles vão nos ajudar a resolver isso. — Disse Lucas.

— O Miguel e eu não vamos sair daqui até que a pequena melhore por completo. Afirmou Karina.

— O mesmo digo eu e o Rodrigo. — Terminou Bruna.

A tarde, aproximadamente 14:00, Lucas retornou a casa dele com dois policiais que, por coincidência, estavam procurando uma menina desaparecida.

— Ei, Rodrigo! Encontrei esses dois policiais que vão nos ajudar.

— Ótimo! Sejam bem vindos, senhores! — Rodrigo convidou eles para entrarem e se sentarem.

Karina foi para a cozinha preparar um café e Bruna foi para o quarto ficar com Sarah enquanto Rodrigo e Lucas conversavam com os policiais.

— Bem, então como vocês já sabem, nós estávamos procurando uma garotinha sequestrada quando o seu amigo chegou até nós e disse que encontrou uma menina com as mesmas características da que nós procurávamos. — disse um dos policiais enquanto se sentava.

— Nós encontramos ela amarrada, no meio do parque, com certeza esses sequestradores devem ser profissionais. — Disse Miguel.

— Bobagem! — Disse Rodrigo. — São um bando de pau no #¿$?%!¡ que fizeram muita maldade com a menina.

Nesse mesmo instante, Karina chegou com o café e os pães e serviu-os.

— O que vocês vão fazer com ela? — Interrogou Karina.

— Vamos levá-la aos pais dela, eles estão desesperados a sua procura.

Depois deles terminarem o café, Miguel e Rodrigo acompanharam os policiais até o quarto onde estava Sarah. Eles subiram as escadas, abriram a porta e, encontram Sarah dormindo como uma princesinha.

— É ela mesma! — Disse o policial espantado. — Vamos voltar lá para baixo e depois eu e o meu parceiro vamos para a delegacia registrar um Boletim de ocorrência.

E assim o fizeram.

Porém, Bruna desconfiou daqueles homens, ela teve a uma impressão estranha deles e levou essa questão a Rodrigo.

— Rodrigo, você acha que devemos confiar neles.

— É claro que sim! — Disse Rodrigo. — Eles são policiais né?

— Suponho que Bruna está certa em desconfiar. — Disse Miguel em um tom pensativo. — Eu reparei que eles não tinham me mostrado a identidade.

— Hum… não estou gostando disso —Disse Bruna. — Eles ficaram muito diferentes ao verem Sarah. Talvez tivesse medo que ela acordasse e nos dissessem quem realmente eram.

Nesse momento Sarah acordou.

— O meu anjo, desculpa por te acordar. — Disse Bruna ao senta-se ao lado dela e segurar o seu rostinho.

— Nós vamos encontrar os seus pais, querida. — Disse Rodrigo. — Dois policiais vieram aqui enquanto você estava dormindo e a reconheceram. Eles foram registrar você e com certeza vão ligar para os seus pais.

Policiais? — Perguntou Sarah.

— Sim, querida! — Afirmou Bruna enquanto passava a mão pelo seu rostinho.

Sarah começou a chorar de repente.

— O que foi, querida? Eu toquei em algum ferimento sem querer?

Os policiais são mal! Gritou Sarah enquanto chorava amargamente.

Os três tiveram um "choque" e entenderam que talvez os policiais tivessem feito mal a ela.

— Meu Deus, Rodrigo. — Disse Bruna desesperada. — Vai pegar as armas que vocês usam para caçar e liguem para os outros pedindo ajuda.

Rodrigo e Miguel desceram rápido as escadas, pegaram as armas que estavam em cima da lareira e deram uma olhada no movimento fora da casa. Bruna tentou acalmar Sarah dizendo que iria ficar tudo bem, mas Sarah estava com muito medo do que poderia vim a acontecer.

Após ligar para alguns de seus amigos e explicar a situação em que se encontravam, Miguel já estava bastante estressado e não queria esperar por eles.

— Mano, não seria melhor se você levasse a menina para longe daqui e escondesse ela em algum lugar?

— E para onde eu iria? — Perguntou Rodrigo carregando a espingarda de caça.

— Tenho um esconderijo no meio da floresta, ele fica bem ao sul e é quase impossível de encontrá-lo.

— Se é quase impossível, como é que eu vou encontrá-lo, seu animal? — Disse Rodrigo e depois deu um sorrisinho.

— Simples! — Disse Miguel. — Ele fica dentro de uma cachoeira.

— Como assim? — perguntou Rodrigo.

— Tem uma caverna na cachoeira, eu sempre vou para lá quando a Karina me expulsa de casa.

Karina interrompeu Miguel e disse: Então é para lá que você leva as suas #¿$?%!¡?

— Quem? O Miguel? — Brincou Rodrigo. — Tá mais fácil ele levar uma corda para se enforcar. — E todos começaram a rir.

— Vou levar elas para lá. — Disse Rodrigo indo em direção à escada.

— Está bem, amigo! — Terminou Miguel.

Rodrigo subiu as escadas com a espingarda na mão, entrou no quarto e pediu para Bruna e Sarah descerem para ir com ele para o esconderijo. Após se arrumarem e pegarem alguns itens que usariam mais tarde, Rodrigo, Bruna e Sarah seguiram a procura do esconderijo. E Miguel mandou Karina voltar para a casa deles, pois lá seria mais seguro.

Fugas

A floresta era bem fria, suas árvores eram grandes e suas folhas estavam congeladas, poucos animais eram vistos naquele lugar. Rodrigo não sabia o caminho direito, mas seguiu na direção que Miguel havia lhe dado junto a Sarah e Bruna. A chuva não dava trégua e podia-se ouvir trovoadas por perto, era um local belo, porém bastante assustador para se viver sozinho, mas eles não tinham outra escolha, o que eles haviam deixado para trás era bem pior do que uma simples chuva.

— Amor, você acredita que estamos fazendo o certo? — Questionou Bruna que estava segurando as mãos de Sarah.

— Foi a decisão mais sensata, não podemos deixar Sarah correr perigo de novo. Eu não vou permitir isso. — Nesse momento Sarah olhou para Rodrigo e deu um sorriso.

Miguel ficou na casa da Pâmela e do Lucas esperando os policiais, ele carregou a espingarda e também esperou os amigos virem para ajudar.

Nesse momento, Lucas e Pâmela chegaram e ficaram sem reação ao ver Miguel com a arma na mão.

— Para quê tudo isso? — Perguntou Lucas.

— Essa é uma longa história… —Disse Miguel e depois contou-lhes o que havia acontecido, Lucas mandou Pâmela ficar com Karina enquanto ele iria ficar para ajudar.

De repente Miguel e Lucas ouviram barulho de carros se aproximando, o que era bem raro já que eles viviam bem afastado das grandes cidades, Lucas foi olhar o que era e viu um verdadeiro exército em sua porta, algo em torno de 20 homens bem equipados estavam a caminho de sua casa.

— Acho que a gente não passa de hoje. — Disse Lucas.

— Bem, suponho que eu vou ter que ficar com a Pâmela, então. — Prosseguiu Miguel.

— Chegue perto dela e eu estouro os seus miolos! — Terminou Lucas carregando a arma.

Alguém bateu a porta e Miguel foi ver quem era, ele avistou um homem que estava vestindo um uniforme de policial e usando uma arma com os outros 19 que cercaram a casa.

— Nós estamos procurando uma garotinha! — Disse o homem.

— Não conheço nenhuma! — Disse Miguel.

— Ah, é mesmo? — O homem disse isso com uma voz sorrateira. — Então não vai de importar de procuramos pela casa, não é?

— Limpe os pés antes de entrarem, não sei por onde diabos vocês estiveram! — Terminou Lucas.

Os policiais entraram e vasculharam em todos os cômodos da casa, subiram as escadas, mas acharam só a cama arrumada. Eles ficaram irritados e perguntaram de novo a Miguel e Lucas.

— Cadê ela? — Perguntaram.

— Sobre quem exatamente você está falando? — Prosseguiu Miguel.

— Ah, então vai ser assim? Ok, Segurem eles, rapazes! — O bando que havia rodeado a casa seguraram Miguel e lucas e os amarraram.

— Vou perguntar pela última vez! — Disse o homem vestido com traje de policial. — Onde está a menina?

— Procura no bordel onde sua mãe te teve! — Disse Miguel.  — O homem que estava usando um traje de policial pegou a sua arma e a apontou para os dois com a intenção de atirar, porém, nesse momento os amigos de Miguel e Lucas chegaram com várias armas nas mãos.

— Soltem eles! — Ordenou Pedro.

— Ou o quê? — Disse o policial. — Cada um apontou as armas para quem estivesse na frente, estavam bem marcados, e não tinham como aquilo terminar bem, mas o policial pensou melhor e resolveu mandar os seus homens abaixarem as armas, ele percebeu que a menina não estava lá e teve um plano melhor do que trocar tiros com esse grupinho.

— Tudo bem! — Disse o homem com traje de policial. — Vamos embora rapazes! — E assim o fizeram.

Os amigos de Miguel e Lucas desataram o nó que os homens haviam feito na corda que prendia os braços deles e o ajudaram a levantar.

— Por que demoraram tanto? — Questionou Lucas.

— Tivemos que esperar o Alan se arrumar. — prosseguiu Pedro.

— Seus miseráveis! — Exclamou Miguel e depois deram uma gargalhada.

Os homens vestidos de policiais deram uma volta pelo terreno, eles pararam alguns quilômetros a frente da casa que a acabara de entrar e desceram dos carros se dividindo em grupos para procurar a menina pela floresta.

Sarah ainda não estava totalmente recuperada, seu corpo ainda estava fraco e os seus curativos foram molhados pela chuva, Bruna passou a mão pelo rosto de Sarah e percebeu que ela estava começando a ter febre novamente.

— Rodrigo, ela vai ficar ainda mais doente se continuarmos nessa chuva. — Reclamou Bruna com preocupação.

— Eu não consigo achar a cachoeira! — Prosseguiu Rodrigo.

— Eu achei! — Disse Sarah olhando para cima.

A Cachoeira ficava suspensa em uma montanha congelada, rodeada de árvores e em uma altura considerável.

— Meu Deus! — Expressou Bruna. — E agora Rodrigo?

— Bem, pelo menos sabemos onde está. — Ele olhou para Sarah e eles sorriram.

Os rapazes começaram a conversar entre si sobre o que fariam a seguir.

— Nós temos que ir atrás deles, disse Miguel.

— Você não disse que eles estavam escondidos? — Perguntou Pedro.

— Sim, eu disse! — Afirmou Miguel.

— Então vamos deixar eles lá por enquanto.

— Esses policias não são burros, devem ser profissionais ou algo assim. — Prosseguiu Miguel -Se nós não fizemos nada eles vão encontrar a menina.

Enquanto isso os homens vestidos de policiais sabiam muito bem o que faziam, eles tinham consigo sensores de calor e cães farejadores para tornar a busca ainda mais eficaz. A floresta era imensa, mas eles estavam bem organizados, se alguém suspeitasse de algum movimento estranho todo o bando ficaria sabendo na hora.

Enfim Rodrigo, Bruna e Sarah chegaram até a Cachoeira, eles andaram muito entre a floresta congelada, mas chegaram bem a cachoeira. Ela estava jorrando uma água morna e, os três aproveitaram para se aquecer. Sarah havia pegado uma gripe insistente e uma torce que não parava, porém, a água morna conseguiu reestabelecer um pouco de sua saúde.

— Acho que ela vai ter febre mesmo, isso não foi um simples resfriado, ela deve ter alguma outra doença que não sabemos. — Disse Bruna.

Rodrigo passou a mão na cabeça dela e viu que a menina já estava voltando a ficar quente.

— Droga! — Exclamou Rodrigo. — Fiquem aqui! Vou procurar esse tal esconderijo.

Rodrigo reparou cada detalhe da cachoeira, pedra por pedra e brecha por brecha, foi então que finalmente conseguiu ver uma coisa estranha nela, ele viu que dentro dela havia uma caverna ou um buraco que iria mais que ajudar eles naquele momento. Ele chamou Bruna e pegou Sarah no colo, pularam para dentro da cachoeira e repararam ser um lugar bem ajeitado.

— Coloca ela na cama. — Ordenou Bruna.

— Esse lugar é melhor que a nossa casa. — Disse Rodrigo enquanto colocava a pequena na cama.

O lugar parecia uma "Batcaverna", tinha telas de televisão e sons muito avançados, Bruna sentou na mesa com um laptop e conseguiu ativar as câmeras, Rodrigo encontrou algumas armas que tinha achado e começou a carregá-las. Sarah estava voltando a ficar doente, então eles embrulharam ela com um lençol grosso e ficaram perto dela.

— Não quero morrer! — Disse Sarah chorando.

— Você não vai morrer, nunca mais repita isso! — Disse Bruna lagrimando.

— Eu vou lutar por você lá fora, então não ouse desistir, pequena. — Ordenou Rodrigo olhando naqueles belos olhinhos.

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