Entrelaçados

Bruna havia conseguido dormir ao lado de Rodrigo, ele o abraçou e lhe deu seu peito para ela descansar. Porém, Rodrigo não conseguiu fechar os olhos por está com muitas preocupações na cabeça, ele levantou da cama bem devagar com todo o cuidado para não acordar Bruna, a embrulhou com o grosso lençol de sua cama e saiu para o pátio do hospital afim de respirar um ar puro e tentar acalmar os seus pensamentos. Ele tirou do bolso uma cartela de cigarro, porém percebeu que não tinha isqueiro, nesse mesmo momento ele avistou a enfermeira, que estava atendendo Bruna no hospital, acendendo um cigarro escondida.

-Pensei que médicos não fumassem. -Rodrigo chegou tão de repente que deu um susto na mulher.

-Vivemos sobre muita pressão. -Respondeu a enfermeira ao se levantar. -Precisamos de uma válvula de escape.

-Eu entendo. -Compreendeu Rodrigo. -A cabeça começar a girar tanto que você nem sabe mais onde estar.

-Você quer que eu acenda? - perguntou gentilmente a enfermeira olhando para o cigarro na mão de Rodrigo.

-Por favor. -Permitiu Rodrigo.

-A sua esposa vai ficar bem. -disse a enfermeira acendendo o cigarro. -Vai ter que ficar em repouso por alguns dias, mas ela vai melhorar.

-É um alívio ouvir isso depois de tudo o que aconteceu. -disse Rodrigo. -Se ela não tivesse resistido, eu nem sei o que seria de mim.

-Agora ela está bem! -afirmou a enfermeira. -Por que não vai ajudar os seus amigos?

-Como disse? -perguntou Rodrigo.

-Eu ouvir a sua conversar com os seus amigos. -prosseguiu a enfermeira. -Eles precisam de você agora.

-Mas e Bruna? -questinou Rodrigo.

-Ela está em boas mãos. -a enfermeira garantiu. -Se preocupe apenas com os seus amigos.

-Você promete que vai cuidar dela? -perguntou Rodrigo, a enfermeira.

-Cuidarei dela como se fosse minha irmã.

Rodrigo voltou ao quarto onde estava Bruna, porém ela ainda estava dormindo. Ele se aproximou devagarzinho, lhe deu um beijo na testa, e partiu para ajudar os meninos.

O homem misterioso recebeu uma ligação dos pais de Sarah e foi atendê-la em outro quarto, a mãe dela tentou negociar o preço do resgate, porém o homem misterioso se manteve firme na primeira proposta que havia feito. Também agora era diferente, ele estava gostando tanto de Sarah como se fosse a sua filha, ela era realmente uma menina carismática que conseguia conquistar todos a sua volta. A mãe dela ofereceu tudo o que tinha, porém, o homem desligou o telefone na sua cara prometendo que a próxima ligação seria a última.

Ele voltou para a sala onde Sarah estava e, ao vê-lo, Sarah o recebeu com um grande sorriso perguntando se ele queria jogar uma outra partida de damas.

A noite chegou, Miguel, Pedro, Lucas, Alan e seu bando estavam mais que preparados para atacar a fazenda, eles estavam esperando uma oportunidade certa para que o ataque não desse errado E, quando acharam que já era a hora, Miguel deu sinal e o seu bando começou o tiroteio na fazenda. Eles conseguiram matar muitos seguranças e o tiroteio estava acontecendo a todo vapor, os meninos tinham a vantagem de estarem escondidos e os seguranças da fazenda estavam expostos à luz da mesma. Todos eles eram alvo fáceis para o bando de Miguel, que acabou por vencer todos em um tempo impressionante. Eles se levantaram do milharal e correram para entrar na fazenda.

A essa altura o homem desconhecido já havia escutado os tiros e um dos seus seguranças veio até seu quarto para escoltá-lo em segurança para fora de lá, felizmente para ele a fazenda tinha uma passagem secreta que levava diretamente até uma cidade próxima. Ele passou no quarto de Sarah e mandou ela se arrumar, depois eles passaram pela passagem secreta e conseguiram fugir por ela. Quando o grupo de Miguel conseguiu chegar na casa, já não tinha mais ninguém lá dentro, e todos os meninos ficaram tristes e com raiva por terem deixado isso acontecer. No calor da emoção ele pensou haverem matado todos os seguranças das fazendas, mas havia um escondido que, por infeliz coincidência, acertou um tiro em Lucas que o caiu desmaiado logo em seguida. Os meninos encheram o segurança escondido de balas que também caiu desmaiado. Alan abraçou forte o seu amigo caído e pediu para ele ter forças para não desistir, Lucas estava gritando muito de dor e Pedro tentou fazer um curativo para tentar parar o sangramento.

-Pegue mais algodão. -gritou Pedro.

-Achei uma caixa de remédios. -avisou Miguel.

-Traga aqui. -gritou Pedro.

Alan olhou para Lucas e tentou acalmá-lo dizendo:

-Não desiste, mano. Não ouse fazer isso comigo.

Lucas olhou para ele e, mesmo com tanta dor, conseguiu respondê-lo com a voz um pouco debilitada:

-Se eu morrer, quero você longe da minha mulher. Ou eu volto para te assombrar durante a noite.

Sarah havia acabado de acordar, portanto, ela estava cansada ainda, não parava de passar as mãos nos olhinhos até o homem desconhecido, que já não era tão desconhecido assim, perguntar-lhe se ela queria que ele a carrega-se no colo, e ela respondeu que não queria ser tratada como criança e que já era bem mocinha.

-Tá legal, mocinha. -disse o homem desconhecido. -Não vou te carregar se prometer correr mais rápido.

-Só posso prometer se me responder uma coisa. -disse Sarah.

-E o que seria? -questionou o homem.

-Qual é o seu nome? -Sarah perguntou.

-Me chame apenas de Frâncio. -disse o Homem desconhecido, que queria se chamado de Frâncio.

-Esse não é o seu nome verdadeiro, não é mesmo? -questinou Sarah.

-No meu mundo eu tenho vários nomes. -Disse Frâncio. -Se eu dizer o verdadeiro eu morro.

-Você acha que eles vão nos alcançar? -Sarah pensava que quem os perseguia era a polícia ou algo assim.

-Não se corrermos mais rápidos. -disse o homem.

Sarah não havia prestado atenção que no meio dessa confusão toda ela havia esquecido o seu ursinho que levava a todo lugar.

A caminho de ajudar os meninos, Rodrigo passou pela parte da estrada aonde tinha ocorrido o embate entre os meninos e os policiais, ele viu os carros destruídos e os vários furos de bala espalhados por todo o lado, ele pensou consigo mesmo: "Tomara que os meninos estejam bem, não me perdoaria se algo acontecesse com eles". Ele continuou o seu caminho até encontrar a parte do milharal que estava aberta e que por onde os meninos haviam entrado, ele avistou os meninos e correu para vê se eles estavam bem.

-Rodrigo, como é bom vê você! -Gritou Miguel. -Como você está?

-Sou eu que pergunto, como vocês estão? -perguntou Rodrigo. -Vi a estrada por onde passaram, os carros destruído e os tiros de bala. Vocês estão bem?

-Sim. -Afirmou Miguel. -Mas o Lucas...

-O que aconteceu com ele? -questinou Miguel.

-Um tiro pegou nele e ele está muito mal. -disse Miguel.

-Aonde ele está? -perguntou Rodrigo. -Posso vê-lo?

-Ele está lá dentro. -afirmou Miguel.

-Me leve até lá.

Ao chegar no quarto onde estava Lucas, Miguel se emocionou e pediu desculpas ao seu amigo por não ter estado com ele quando ele precisou, Lucas disse para ele não se preocupar com isso, pois a Bruna estava precisando do seu marido.

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