Tempos Incertos

A mulher da cabana preparou uma sopinha bem quente para Sarah, levou até a cama e a ajudou a beber. Com os lençóis extras que havia guardado para ocasiões como essa, agasalhou bem Sarah e deixou que ela repousa-se um pouco. Frâncio estava na sala tão desesperado por notícias de Sarah que nem esperou a mulher sair do quarto para perguntar como ela estava, a mulher então, visto a aflição dele, tentou responde-lhe serenamente:

-Provalmente ela não irá sobreviver até amanhã.

Aqueles palavras cortaram o coração de Frâncio e quase fizeram ele desmaiar. Visivelmente alterado e gritando, ele a Questionou:

-Mas como assim? Ela tem só uma febre. Não é nada tão grave.

A mulher escutou calada a fúria de Frâncio e, quando ele terminou de falar, ela respondeu com muita calma:

-Você não deve ter percebido, mas ela tem um ferimento de tiro, bem perto do coração.

Frâncio ficou sem palavras nessa hora, ele não sabia o que fazer, ficou em um estado de choque tão grande que até deixou o seu celular cair da mão. Os amigos dele vieram e o ajudaram a sentar, mas ele levantou e exigiu ver Sarah, porém a mulher não deixou alegando que ela estava descansando e que já tinha feito os primeiro socorros.

A saúde de Bruna já estava bem melhor do que antes, a médica responsável por ela já estava ao ponto de dar Alto, Karina e Pâmela aguardavam ansiosas para isso.

-Se os médicos me liberarem, hoje mesmo estarei junto dos meninos a procura de Sarah! -Exclamou Bruna.

-Nada disso. -disse-lhe Karina. -Você ainda não está bem o suficiente.

-Eu não estou bem ficando aqui sem fazer nada enquanto todos estão fazendo alguma coisa útil.

-E no que você poderia ajudar? -questinou Pamela.

-Poderia rastrear as câmeras de segurança… não sei. Qualquer coisa serviria. -disse Bruna. -Só não quero ficar parada.

-Vamos fazer assim, assim que os médicos trazerem os resultados da sua situação a gente decide o que faz. -propôs Karina.

-Acho justo. -concordou Pamela.

-aconteça o que acontecer, estaremos sempre unidas.

Nesse mesmo momento, a médica responsável por Bruna entrou no quarto trazendo a ficha contendo o resultado do exame, as meninas, que já estavam ansiosas, ficaram ainda mais ansiosas para saberem se já podiam levar Bruna para beber até meia-noite, porém a médica deu-lhes uma instrução que apareceu um pouco desanimadora:

-Você já pode ir para casa, porém deve evitar estresse e exercícios físicos. Recomendo repouso absoluto e consuma bastante quantidade de líquido.

-Cerveja, conta? -interrompeu Karina.

-Se quiser morrer. -respondeu a médica.

-parem com isso meninas. -Bruna abriu um sorriso. -Vamos respeitar a doutora.

-bom, se sentir dores muito fortes, ligue imediatamente para mim. -disse a médica. -Isso é tudo.

-muito obrigado, querida. -responderam às três.

Pouco depois que a médica saiu, as meninas começaram a comemorar e a planejar uma forma de ajudar os meninos

Enquanto isso, os policiais federais haviam encontrado novas pistas do paradeiro de Sarah, eles sabiam que o grupo de sequestradores já estava bem menor e que agora a situação parecia mais favorável, pois o cerco que eles haviam formado era tão grande como nunca havia sido visto. Os policiais conseguiram capturar alguns sequestradores que não conseguiram escapar da fazenda e alguns deles resolveram delatar o grupo inteiro, eles deram o nome e a foto de Frâncio, descreveram bem a sua personalidade e também como foi o pouco tempo de convivência dele com Sarah. A foto dele começou a ser espalhada por todas as casas da região, o noticiário não informava outra coisa e estava ficando quase impossível para ele sair dessa situação, porém ele ainda não sabia de nada disso, estava muito preocupado com Sarah para poder pensar direito. Ele foi no quarto de Sarah para vê como ela estava, sentou-se perto de sua cama e passou a mão na cabeça de Sarah e sentiu o corpo dela quente e a aparência parecia um pouco mais debilitada, a respiração estava cada vez mais fraca e a sua cor estava um pouco pálida. Frâncio lagrimou ao vê Sarah nesse estado, parecia que nada agora fazia mais sentido e ele só queria um jeito para salvar ela, mesmo que o jeito fosse se entregar.

Os soldados de Frâncio observaram que ele estava impossibilitado de tomar as decisões nesse momento, então houve uma reunião entre eles para saber quem iria assumir o controle do grupo a partir de agora. Houve uma discussão até todos chegarem em um acordo, o grupo votou em Ricardo para assumir temporariamente as decisões importantes que precisavam se feitas, porém ele era muito diferente de Frâncio, era egoísta e gostava muito de mandar, ao ver a mulher da cabana voltando da feira com as comprar que trouxe ele a rodeou e tentou assediá-la:

-Você realmente é muito bonita, creio que vai servir por agora.

-Saia da minha casa, ou…

-ou o quê? -interrompeu, Ricardo. -Você vai fazer o quê?

Nenhum dos homens do bando interviu enquanto Ricardo tentava agarrar a mulher a força e quando a mulher já não aguentou mais lutar contra ele ela gritou por socorro Frâncio saiu de dentro do quarto de Sarah, ele estava com os olhos vermelhos de choro e ao verem ele com aquela aparência todos ficaram com bastante medo.

-O que você pensa que está fazendo com ela? -perguntou Frâncio.

-Ela não vale nada para você. -disse Ricardo enquanto segurava a mulher pelo cabelo. -Deixe que eu fique com pelo menos essa.

-Largue-a! -ordenou Frâncio. -Vou dizer isso apenas uma vez.

-E por que você acha que vou obedecer? -questionou Ricardo. -Eu estou no comando agora, os homens não obedecem mais a você, você só pensa nessa garota agora, deve ter ficado louco.

-Sim, fiquei louco. E agora tô doidinho para sentar a mão na tua cara.

-É, mas Vejo que isso será um problema. -disse Ricardo ao sacar uma arma da cintura. -Será que eu mato primeiro você ou ela?

-o que você vai ganhar com isso? -questinou Frâncio, porém Ricardo estava extremamente alterado.

-Talvez eu mate a garota primeiro, ela já não serve mais para nada mesmo.

Ao acabar de dizer isso, um dos soldados de Frâncio deram um tiro bem na cabeça de Ricardo que o fez cair mortinho no chão.

-Sinto muito por isso, chefe. -disse um dos soldados. -Ele já estava enchendo o saco demais.

-É bom saber que ainda posso contar com vocês. -respirou Frâncio aliviado e imediatamente foi ajudar a mulher da cabana que tinha ficado um pouco perturbada com tudo o que havia acontecido.

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