Erick respirou fundo, tentando recuperar o controle das próprias emoções, ele deslizou a mão suavemente pelo rosto de Maya, afastando uma mecha de cabelo que caía sobre seus olhos.
— Acho que é melhor você dormir. — A voz dele saiu baixa, quase um sussurro. — Amanhã a gente conversa melhor.
Maya assentiu, os olhos cansados, mas ainda presos nos dele Erick se levantou, passando a mão pelo rosto enquanto se dirigia à porta, ele segurou a maçaneta e tentou girá-la, mas a porta não se moveu, ele franziu o cenho e tentou de novo. Trancada.
Do lado de fora, o som de passos ecoou no corredor.
— Sara… — Erick chamou, já irritado.
— Boa noite, irmãozinho — a voz divertida de Sara veio do outro lado, ele ouviu o som de chaves sendo balançadas e depois o eco suave de seus passos se afastando pelo corredor.
Erick encostou a cabeça na porta, soltando um suspiro pesado.
— Eu vou matar aquela garota.
Maya riu baixinho, atraindo o olhar dele.
— E agora? — ele perguntou, ainda de costas para a porta.
Ela deu de ombros.
— A cama é grande o suficiente para os dois.
Erick virou o rosto para ela, os olhos escurecendo.
— Eu não sei se consigo, Maya.
— É só dormir, Erick, eu não mordo…. — Ela sorriu de lado, os olhos brilhando em diversão.
Ele balançou a cabeça, desconfortável.
— Eu nunca dormi com uma mulher na vida.
Maya arqueou uma sobrancelha.
— Você nunca…?
Ele bufou, sem paciência.
— Você sabe o que eu quero dizer, eu nunca dividi uma cama com alguém, nunca dormi com ninguém sempre era sexo e eu ia embora.
— Então essa é sua chance de aprender. — Ela deslizou a mão até a dele e puxou suavemente.
— Maya…
— Anda, Erick, só dormir eu prometo que não vai ser tão difícil.
Ele olhou para ela por um longo momento, considerando as opções que na verdade não existiam, já que ele estava preso no quarto com ela.
— Certo. — Ele suspirou. — Mas só dormir.
Ela sorriu satisfeita e puxou-o para a cama, Erick hesitou por um segundo, mas acabou se sentando na beirada, Maya foi até o closet, pegou um pijama de seda azul e foi até o banheiro quando voltou, ele estava sentado com as mãos entrelaçadas, o olhar perdido no chão.
Maya subiu na cama e se acomodou debaixo das cobertas.
— Você não vai deitar?
Erick passou a mão pelo cabelo, claramente desconfortável.
— Não sei se é uma boa ideia…
— Você quer dormir no chão?
Ele a encarou, sem responder.
— Então deita logo — ela insistiu.
Ele cedeu, subindo na cama com cautela, Maya puxou o cobertor até os ombros, e Erick ficou imóvel ao lado dela, com os braços cruzados sobre o peito.
O silêncio se instalou entre eles por alguns minutos. Erick estava completamente tenso, sem saber como agir, então, ele sentiu Maya se mover para mais perto.
Ela encostou a cabeça no ombro dele, os dedos tocando de leve sua mão.
— Relaxa, Erick — ela sussurrou.
Ele soltou um suspiro longo, permitindo-se relaxar um pouco quando o cansaço finalmente começou a vencê-lo, ele olhou para Maya e percebeu que os olhos dela estavam se fechando lentamente.
Ela estava linda.
Mesmo com o rosto cansado, sem maquiagem, com os cabelos bagunçados sobre o travesseiro, Maya era a coisa mais bonita que ele já tinha visto.
Um sorriso involuntário surgiu em seus lábios, ele deslizou o braço até a cintura dela, puxando-a suavemente para mais perto ela se acomodou facilmente contra ele, o rosto encostado em seu peito.
O coração de Erick bateu mais forte, ele ficou alguns segundos apenas observando a respiração calma de Maya, o jeito como o corpo dela se encaixava perfeitamente no dele.
Então, sem pensar muito, ele se inclinou e depositou um beijo suave no topo da cabeça dela.
— Boa noite, Maya — ele sussurrou.
Ela sorriu de leve, mesmo sem abrir os olhos.
— Boa noite, Erick.
Ele fechou os olhos, o corpo relaxando de verdade pela primeira vez em muito tempo, Maya se aconchegou ainda mais nele, e ele a segurou firme, como se, inconscientemente, já soubesse que não conseguiria mais soltá-la.
A noite foi tranquila, pela primeira vez em muito tempo, Erick dormiu profundamente, nenhum pesadelo, nenhuma insônia, apenas o som suave da respiração de Maya contra o peito dele, o calor do corpo dela aconchegado ao seu.
Ele abriu os olhos devagar, ainda sentindo o corpo dela relaxado sobre o seu, Maya dormia com o rosto encostado em seu peito, os cabelos lilases espalhados pelo travesseiro, Erick ficou imóvel, admirando-a.
A ideia de que ele tinha conseguido dividir uma cama com uma mulher sem transar parecia surreal, mas, com Maya, tudo era diferente, ela fazia com que ele se sentisse… em paz, era como se, com ela, ele pudesse respirar de verdade.
Ele deslizou os dedos pelos cabelos dela, sentindo a suavidade entre seus dedos, foi então que Maya se mexeu, esticando-se levemente e soltando um gemido preguiçoso.
Os olhos dela se abriram devagar, encontrando os dele.
— Bom dia — ele disse, a voz rouca pelo sono.
— Bom dia — ela respondeu com um sorriso preguiçoso.
Erick não resistiu, inclinou-se para frente e capturou os lábios dela em um beijo, foi intenso, cheio de desejo, mas também cheio de carinho ele sentiu o corpo dela reagir, o ritmo da respiração acelerando, e isso o fez querer mais.
Mas então ele se forçou a parar.
Ele encostou a testa na dela, respirando fundo para recuperar o controle.
— Maya… — Ele abriu os olhos e a olhou com seriedade. — Eu quero ir com calma, a sua primeira vez precisa ser especial.
Maya sorriu, os olhos brilhando.
— Desde quando você é tão fofo assim?
Erick deu um sorriso de lado.
— Eu só sou assim quando a mulher vale a pena.
Maya sentiu o coração disparar, ela sabia que Erick não era o tipo de homem de fazer esse tipo de confissão, então aquelas palavras significavam muito.
Eles foram interrompidos por batidas na porta.
— Vocês estão vestidos? — a voz de Sara soou divertida do outro lado.
Maya riu, cobrindo o rosto com as mãos.
— Sara! — Erick rosnou, mas sem conseguir conter o sorriso.
— O quê? Eu só quero ter certeza antes de entrar! — Ela gargalhou.
— Eu vou saindo tenho que resolver uns corre do morro. — Erick respondeu, rolando para fora da cama, ele se levantou e se inclinou sobre Maya, deixando um beijo na testa dela.
— Depois a gente continua nossa conversa. — ele murmurou.
Maya corou, mordendo o lábio.
Erick foi até a porta, percebendo que estava destrancada e a abriu, do outro lado, Sara o encarava com um sorriso travesso.
— Então? Como foi?
Erick revirou os olhos.
— Fofoqueira. — Ele passou por ela, enquanto Sara gargalhava.
— Eu só quero detalhes! — ela provocou.
— Você não vai ter detalhes. — Erick jogou as palavras por cima do ombro enquanto descia as escadas.
Sara olhou para Maya, que ainda estava na cama, com as bochechas coradas.
— Depois você me conta, Maya — ela disse, piscando.
Maya riu, sentindo o coração leve, Erick estava certo ele valia a pena.
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Atualizado até capítulo 53
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