O carro preto deslizou pelas ruas da cidade, seguindo em direção ao morro, o motorista não disse uma palavra sequer apenas dirigia com firmeza, os olhos atentos à estrada, Sara estava sentada ao lado de Maya, sorrindo de forma descontraída enquanto mexia no celular.
Maya, por outro lado, estava inquieta, o coração batia forte enquanto olhava pela janela, observando a paisagem mudar lentamente os prédios altos e movimentados foram sendo substituídos por ruas estreitas e becos coloridos, cheios de vida e movimento ela sabia para onde estava indo, mas isso não tornava as coisas menos intensas.
— Está nervosa? — perguntou Sara, sem tirar os olhos do celular.
— Um pouco — Maya admitiu, mordendo o lábio inferior.
Sara riu.
— Relaxe, meu irmão é meio fechado, mas ele é tranquilo… na maior parte do tempo.
— Isso não me tranquiliza em nada — Maya respondeu, forçando um sorriso.
— Ele não vai te morder — Sara disse, piscando. — Mas é melhor não provocar.
Maya engoliu em seco, ela já tinha ouvido falar sobre o coringa, o dono do Morro do Alemão, um dos líderes mais temidos e respeitados da região, o tipo de homem que não aceita desrespeito e que comanda tudo com mãos de ferro, mas também o irmão mais velho que criou Sara com cuidado e proteção.
O motorista finalmente desacelerou o carro e parou diante de uma casa grande, bem cuidada, situada em um ponto estratégico do morro.
— Chegamos — ele anunciou.
Sara abriu a porta com um sorriso e puxou Maya pelo braço.
— Vamos.
Elas saíram do carro e foram até a porta de entrada Maya respirou fundo antes de atravessar o limiar quando entrou, foi recebida pelo som baixo de uma TV ligada o ambiente era moderno, mas aconchegante, com um sofá largo e cortinas escuras que bloqueavam parte da luz externa.
Então, ela o viu.
Erick estava sentado no sofá, com o corpo relaxado, usando apenas uma calça de moletom escura, as tatuagens espalhadas por seu abdômen definido e braços musculosos estavam completamente à mostra os desenhos eram intrigantes, escuros, contrastando com a pele bronzeada dele, os olhos de Maya desceram por reflexo, percorrendo o contorno dos músculos definidos até que ela percebeu o que estava fazendo e desviou o olhar, sentindo o rosto corar.
Erick ergueu os olhos, observando-as com um olhar impassível.
— Finalmente — ele disse, a voz grave e firme.
Sara sorriu e puxou Maya para frente.
— Maya, esse é o meu irmão, Erick.
Maya respirou fundo e deu um passo à frente.
— Oi, obrigada por me deixar ficar aqui, prometo não ser um encômodo. — disse, com uma voz suave e controlada.
Erick a analisou por um instante, sem qualquer emoção visível, seus olhos escuros desceram pelo rosto delicado de Maya, pelos cabelos lilás que caiam sobre os ombros e pelo corpo pequeno e bem cuidado.
— Só não saia andando sozinha por aí — ele disse, a voz baixa, porém cheia de autoridade. — O morro não é um lugar seguro para quem não conhece as regras.
Maya assentiu rapidamente.
— Entendido.
Erick continuou olhando para ela por mais alguns segundos, então voltou a atenção para a TV, como se nada tivesse acontecido.
Sara puxou Maya pelo braço, sorrindo.
— Viu? Ele até que foi simpático.
Maya lançou um olhar de lado para Erick, que parecia completamente alheio à conversa delas.
Ela tinha a sensação de que aquele homem era muito mais complicado e perigoso do que aparentava e, mesmo sem querer, ela já sentia que estava entrando em um território desconhecido demais para voltar atrás.
Sara puxou Maya pelo corredor, passando por algumas portas até pararem diante de um quarto com a porta entreaberta, Sara empurrou a porta com um sorriso orgulhoso.
— Esse é o seu quarto — disse, entrando com Maya atrás dela.
O cômodo era maior do que Maya esperava, as paredes tinham um tom suave de cinza, e uma cama ampla com lençóis brancos ocupava o centro, havia uma janela que dava para uma parte discreta do morro, onde algumas luzes piscavam à distância ao lado da cama, havia um criado-mudo com um pequeno abajur e um armário embutido, tudo simples, mas bem arrumado.
— Eu sei que não é tão luxuoso como você está acostumada, mas é confortável — disse Sara, sentando-se na cama e batendo no colchão.
— Está perfeito — Maya respondeu com sinceridade, passando os dedos sobre os lençóis. — Obrigada, de verdade, o luxo não importa pra mim e você sabe.
Sara sorriu, levantando-se.
— Vem, vamos lá para baixo, Erick já deve estar esperando para o jantar.
Maya sentiu o estômago se revirar ao ouvir o nome de Erick, ele não tinha sido hostil, mas a maneira como ele a olhou tão sério e intenso a deixou desconfortável mesmo assim, ela sabia que não podia recuar agora.
Elas desceram as escadas e voltaram para a sala Erick ainda estava lá, no mesmo sofá, só que agora ele tinha desligado a TV e estava mexendo no celular, quando ele percebeu a presença delas, ergueu o olhar, deixando o aparelho de lado.
— Finalmente — ele disse, levantando-se com movimentos lentos e controlados, ele tinha uma presença forte, o tipo de homem que domina um ambiente sem precisar dizer uma palavra.
— Já vamos jantar? — Sara perguntou, sorrindo.
Erick assentiu, com os olhos escuros deslizando por Maya antes de voltar a Sara.
— Sim, vamos.
Enquanto ele se movia em direção à cozinha, Maya sentiu os olhos dele recaírem sobre ela por um instante a mais.
— Gostei da cor do seu cabelo — Erick disse, de repente.
Maya ficou surpresa, não esperava aquele tipo de comentário dele.
— Obrigada — disse, tocando de leve nos fios lilás que caiam sobre os ombros.
— É… chamativo — ele completou, a expressão neutra.
— Eu gosto de ser diferente — Maya disse, levantando o queixo.
Um canto dos lábios de Erick ameaçou subir em um sorriso, mas ele o conteve rapidamente.
— Hm — foi tudo o que ele respondeu antes de seguir para a cozinha.
Sara cutucou Maya com o cotovelo, rindo.
— Viu? Eu disse que ele não morde.
Maya lançou um olhar desconfiado para o corredor por onde Erick havia desaparecido ele era enigmático, frio e direto mas, por alguma razão, o simples comentário sobre o cabelo dela a fez sentir algo novo, algo que ela ainda não conseguia entender.
— Acho que ainda é cedo para dizer isso — Maya respondeu, enquanto seguia Sara até a cozinha.
Por mais que tentasse, ela sabia que não seria fácil ignorar a presença de Erick naquela casa e, muito menos, o efeito que ele já começava a ter sobre ela.
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Atualizado até capítulo 53
Comments
Vivi M ❤️
mais bem que ele tava com vontade de morder 😅
2025-03-25
2
Vivi M ❤️
Até eu fiquei babando 🫣
2025-03-25
2