Ele se jogou na cama, o braço cobrindo os olhos, respirando fundo, a última coisa que ele queria era vê-la com outro cara no baile, mas o que ele podia fazer? Nada, ele não tinha direito nenhum sobre ela.
Foi quando a porta bateu e Sara entrou sem permissão.
— O que você quer? Perdeu a educação?— ele rosnou, sem tirar o braço dos olhos.
— O que eu quero é entender por que você está fugindo como um covarde, eu te conheço e sei que você não foge de nada — Sara respondeu, cruzando os braços.
Erick tirou o braço dos olhos e a encarou com frieza.
— Eu não estou fugindo de nada.
Sara bufou.
— Ah, claro, então por que você está agindo como um idiota desde que a Maya chegou?
Ele se levantou da cama, com o olhar escurecendo.
— Não é da sua conta, Sara, não se mete na minha vida.
— É sim! — ela rebateu. — Eu te conheço, Erick, sei que você tá fugindo de um sentimento bom porque tem medo de se apegar, medo de ser feliz.
Ele riu sem humor, com o tom cortante.
— Sentimento bom? Não existe nada de bom em mim, Sara, e você por me conhecer bem deveria saber disso.
— Não diga isso…
Ele caminhou até ela, o rosto a centímetros do dela.
— Eu não sou o cara certo para ela, Maya não merece alguém como eu.
— E quem é você pra decidir isso? — Sara desafiou, erguendo o queixo.
— Eu sou o cara que destrói tudo que toca, é por isso que você deveria sair do meu quarto agora.
Ela o encarou por um momento, os olhos estreitando-se em desafio.
— Você pode até tentar negar, Erick, mas eu te conheço, e você está sentindo algo por ela, goste ou não você não manda no seu coração.
Ele não respondeu, apenas deu um passo para trás, a mandíbula travada.
— Sai do meu quarto, Sara, agora!
Sara suspirou, balançando a cabeça.
— Você ainda vai se arrepender de deixar o medo te controlar, quero ver quando alguém chegar nela como você vai ficar.
Ela saiu, fechando a porta atrás de si, Erick ficou ali, parado, com os punhos cerrados, o coração martelando no peito, ele sabia que Sara tinha razão ele estava fugindo, mas o problema era que ele não sabia até quando conseguiria continuar fugindo de Maya.
Erick respirou fundo enquanto terminava de ajeitar o colarinho da camisa preta, ele tinha escolhido um visual simples, mas imponente: calça jeans escura, camisa justa que evidenciava os músculos definidos e uma corrente de ouro discreta no pescoço o rosto sério e a postura rígida deixavam claro que ele não estava ali para brincadeiras pelo menos era isso que ele queria que todos pensassem.
Descendo as escadas, encontrou Sara na sala, já pronta para o baile, ela usava um vestido vermelho colado ao corpo, com um sorriso divertido no rosto.
— Demorou, hein? — ela brincou.
Erick ignorou o comentário.
— Cadê a Maya?
— Foi pegar um brinco que esqueceu no quarto — Sara respondeu, com um tom travesso na voz.
Ele já ia responder quando o som de passos delicados ecoou pelo corredor, ele virou o rosto em direção à escada e travou.
Maya estava descendo lentamente, usando um vestido curto preto que abraçava suas curvas de maneira perigosa, os cabelos lilás estavam soltos, levemente ondulados, caindo sobre os ombros, os olhos dela estavam destacados com uma maquiagem suave, e o brilho nos lábios só tornava tudo ainda mais provocante.
Erick sentiu o peito apertar sua garganta, secou, ela estava linda, linda de um jeito que o fazia querer mandá-la de volta para o quarto só para que ninguém mais a visse daquele jeito.
Maya parou na metade da escada, os olhos encontrando os dele por um breve segundo ela sorriu de leve.
— Estou pronta.
Erick rapidamente disfarçou o impacto que aquela visão causou.
— Fiquem no camarote, não quero problemas — disse, o tom seco e frio.
Ele se virou, saindo apressado para o carro sem esperar por resposta.
Quando chegou ao veículo, ele se apoiou contra a lateral, respirando fundo a imagem de Maya descendo as escadas, aquele sorriso tímido nos lábios, estava gravada na sua mente como uma maldição.
— Que droga é essa? — ele resmungou para si mesmo, passando a mão pelos cabelos.
Erick sabia que estava entrando em um terreno perigoso, ele não podia se envolver, ele não devia se envolver, mas o problema era que, quanto mais tentava ignorar o que sentia por Maya, mais ela se infiltrava nos seus pensamentos e no seu coração.
Alguns minutos depois, Maya e Sara saíram de casa, Sara entrou primeiro, com o mesmo sorriso travesso de sempre, mas foi quando Maya entrou que Erick sentiu o corpo todo tensionar novamente o perfume dela tomou conta do carro, e ele lutou para manter a expressão impassível enquanto ligava o motor.
— Vai demorar para chegar? — Maya perguntou, olhando para ele pelo retrovisor.
— Não — Erick respondeu curto, sem tirar os olhos da estrada.
Sara, percebendo o clima tenso, riu de leve.
— Esse baile promete…
Erick não respondeu, ele estava focado demais em um único pensamento: sobreviver aquela noite sem cometer o erro de deixar transparecer o que realmente sentia por Maya.
A música alta vibrava no peito de Erick enquanto ele entrava no baile, as luzes piscando em tons vermelhos e azuis, ele estava com as mãos nos bolsos da calça jeans escura, a expressão dura e fria como sempre, ao seu lado, Sara e Maya seguiam em silêncio, mas ele sentia a tensão no ar ou talvez fosse apenas o cheiro doce do perfume de Maya que o estava deixando inquieto.
Assim que chegaram ao camarote reservado, Erick viu que o local já estava cheio, homens de confiança com suas fiéis, aliados importantes e, claro, as putas que sempre gravitavam em torno dele, Sabrina, em particular, já estava com os olhos cravados nele.
Ele guiou Sara e Maya até um canto seguro do camarote.
— Fiquem aqui — disse em tom autoritário.
Sara revirou os olhos, mas Maya simplesmente assentiu, o olhar explorando o ambiente, Erick sentou-se em um dos sofás de couro preto, observando tudo, Sabrina logo se aproximou, sentando-se sem cerimônia em seu colo, passando os braços pelo pescoço dele.
— Senti sua falta, chefe… — ela murmurou, deslizando os lábios pelo pescoço dele.
Erick não reagiu, os olhos fixos na movimentação do salão abaixo, foi então que ele percebeu os olhares vários vapores, homens que trabalhavam para ele, estavam com os olhos grudados em um único ponto na pista de dança.
Ele franziu o cenho, olhou para onde tinha deixado as garotas e elas não estavam.
Sabrina continuava em seu colo, tentando atrair sua atenção, mas ele se afastou sem aviso, deixando-a de lado, levantou-se e caminhou até a grade do camarote para ver o que tanto os homens estavam olhando.
Foi então que ele viu.
Maya estava na pista, os cabelos lilás em contraste perfeito com a iluminação do lugar, ela dançava com Sara, os movimentos sensuais atraindo olhares famintos de todos os lados, o vestido curto subia cada vez que ela rebolava até o chão, os olhos brilhando de diversão.
O sangue de Erick ferveu instantaneamente, ele sentiu os músculos tensionarem, a mandíbula travar.
Sem pensar, ele desceu do camarote em passos rápidos e decididos, empurrou um dos vapores que estava mais perto da pista, abrindo caminho até Maya, quando chegou, ela estava com as mãos nos joelhos, subindo lentamente, e foi então que ele agarrou o braço dela com firmeza.
— O que você tá fazendo?! — ela exclamou surpresa, tentando se desvencilhar.
— Você acha que isso aqui é brincadeira?! — ele rosnou, os olhos estreitos e sombrios.
— Me solta, Erick! — ela gritou, mas ele não deu ouvidos.
Erick a puxou para fora da pista com força, ignorando os olhares de todos ao redor, ele a arrastou pelo salão, subiu as escadas e saiu pela porta lateral do baile, levando-a direto para o carro.
— Você tá maluco?! — Maya bateu o punho contra o peito dele assim que ele a soltou em frente ao carro.
Erick avançou sobre ela, pressionando-a contra a lateral do veículo.
— Você não tem ideia do que tá fazendo, Maya, eles estavam te devorando com os olhos!
— E o que isso tem a ver com você?! — ela retrucou, os olhos faiscando de raiva.
Ele ficou em silêncio por um momento, os olhos presos nos dela, as mãos dele ainda estavam nos braços dela, o toque quente fazendo os pelos dela se arrepiarem.
— Tudo — ele respondeu em um tom rouco, os olhos escurecendo.
Maya ficou sem reação, o coração martelando no peito, Erick, percebendo o que tinha dito, soltou-a de repente e se afastou, passando as mãos pelos cabelos.
— Entra no carro — ele ordenou, com a voz carregada de frustração.
Maya hesitou por um momento, o olhar confuso, mas acabou obedecendo, Erick entrou logo depois, ligando o motor sem dizer mais nada, a tensão entre eles visível enquanto ele acelerava pelas ruas em direção à casa.
O silêncio dentro do carro dizia mais do que qualquer palavra.
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Atualizado até capítulo 53
Comments
Vivi M ❤️
ele está com medo que apareça um gavião isso sim
2025-03-26
2
Vivi M ❤️
poxa autora poderia ter colocado uma fotinha dele
2025-03-26
2
Vivi M ❤️
caramba
2025-03-26
2