Era um sábado ensolarado quando Léo decidiu fazer algo diferente. Ele sabia que Ana gostava muito de animais, algo que ela mencionava com frequência em suas conversas. Então, como uma surpresa, ele a convidou para visitar o zoológico da cidade vizinha.
— Tem certeza que quer ir? — perguntou Ana, sorrindo enquanto arrumava os cabelos.
— Ué, por que não? Não sou tão insensível assim — disse Léo, cruzando os braços, mas com um sorriso no canto dos lábios.
— Tá, mas eu que não vou carregar você se cansar de andar — provocou ela, rindo.
— Ah, é? Não se preocupa, a gente vê quem cansa primeiro. — Ele brincou, mas no fundo achava graça do quanto gostava de tê-la por perto.
Quando chegaram, foram direto para as áreas dos felinos e dos primatas. Ana ficou fascinada com os tigres, enquanto Léo observava mais ela do que os animais. Era visível o quanto ela amava aquele ambiente, e isso o fazia sorrir.
Mas o clima tranquilo mudou quando entraram na área dos répteis. Léo estava distraído, comentando sobre um jacaré, quando ouviu uma voz familiar atrás de si.
— Olha só quem tá aqui. O famoso Léo "Sombra". — A voz era carregada de sarcasmo.
Léo se virou, e seu corpo imediatamente ficou tenso. Era **Carlos**, um antigo rival, membro de uma gangue menor que era subordinada à dos Dragões Negros. Carlos era mais velho que Léo, mas a humilhação de ter apanhado dele anos atrás ainda ardia como uma ferida aberta.
— Carlos — disse Léo, com um tom seco. — Não sabia que você gostava de jacarés. Achei que você preferisse rastejar como eles.
Carlos riu, mas seus olhos revelavam o rancor. Ele olhou para Ana, que estava ao lado de Léo, confusa com a troca de farpas.
— E quem é essa? Sua nova... "amiga"? — Carlos sorriu de forma provocativa antes de se dirigir diretamente a Ana. — Você devia tomar cuidado, sabia? Ele não é boa companhia.
Ana franziu a testa, surpresa.
— O que você quer dizer com isso? — perguntou ela, mas antes que Carlos pudesse responder, Léo deu um passo à frente, bloqueando a visão do rival.
— Não é bom relembrar o passado, Carlos. Principalmente porque, se eu fizer agora o que fiz naquela época, o estrago vai ser bem maior.
Carlos o encarou por alguns segundos. Embora quisesse desafiar Léo, ele sabia que era uma briga que não ganharia.
— Relaxa, Sombra. Só tô brincando. — Ele deu um passo para trás, levantando as mãos em sinal de rendição. — Aproveita o passeio.
Carlos saiu, mas o clima entre Ana e Léo ficou pesado. Ela olhou para ele, esperando uma explicação, mas ele permaneceu calado.
— Quem era ele, Léo? O que foi aquilo? — perguntou Ana, tentando entender o que havia acabado de acontecer.
— Ninguém importante. Esquece isso, Ana.
— Esquecer? Você acha que é assim tão fácil? Ele claramente te conhece e disse que eu não devia confiar em você. Por quê?
Léo passou a mão pelos cabelos, irritado.
— Já disse, Ana, esquece isso. Não tem nada a ver com você.
— Léo, para de me tratar como se eu fosse uma criança! — ela exclamou, a voz começando a tremer. — Eu mereço saber o que tá acontecendo.
Léo respirou fundo. Ele sabia que não poderia contar a verdade. Não queria arrastá-la para o mundo sombrio em que vivia, mas ao mesmo tempo, não queria perdê-la.
— É melhor eu te levar de volta. Talvez a gente deva parar com isso, Ana. Talvez seja melhor a gente não se ver mais.
Ana ficou em silêncio por um momento, mas quando ele começou a se afastar, ela gritou:
— Léo!
Ele parou, sem se virar.
— Até quando você vai continuar fugindo?
Léo finalmente se virou, confuso com a pergunta.
— Fugindo do quê?
— De tudo. Dos seus sentimentos, dos desafios da vida. Você acha que é o único que já teve que encarar coisas difíceis? — Ana respirou fundo, tentando organizar as palavras. — Eu não sei o que você passou, mas sei que você sente algo por mim. E se eu tô sendo honesta com o que sinto, por que você não pode?
Léo a encarou, surpreso. Ele nunca havia encontrado alguém como ela, alguém que não tinha medo de desafiá-lo, alguém que era tão direta e intensa.
— Você precisa decidir, Léo. Vai ser homem pra encarar o que sente ou vai continuar sendo um menino revoltado que nunca cresce?
As palavras dela o atingiram como um soco. Por um instante, ele não disse nada. Apenas a olhou, sentindo o peso de tudo o que ela havia dito.
Então, sem pensar, ele deu um passo à frente, segurou o rosto dela com as mãos e a beijou.
Foi um beijo intenso, cheio de tudo o que ele não conseguia colocar em palavras. Ana correspondeu, sentindo que, naquele momento, ele finalmente tinha parado de fugir.
Quando se separaram, os dois estavam ofegantes.
— Eu não sei o que vai acontecer, Ana — disse ele, a voz rouca. — Mas eu tô aqui.
Ana sorriu, com os olhos cheios de lágrimas.
— É só isso que eu preciso saber.
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Atualizado até capítulo 52
Comments
Emily Silva
gostei da atitude da prota,ela araso botou moral. eu gosto assim !!!!!!
2025-02-26
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Emily Silva
oh meu deus, a melhor parte finalmente aconteceu!!!
2025-02-26
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