flashback - Caelum × Magnus

– O Encontro nas Chamas

O vento cortante das montanhas era um contraste gritante com o calor escaldante do vulcão.

Magnus, um jovem príncipe de 17 anos, cavalagava em seu feroz tigre dentes-de-sabre, explorando os terrenos inóspitos do Reino da Terra.

Ele já havia visto florestas, rios profundos e cavernas ancestrais... Mas nunca um vulcão.

A curiosidade o guiou até lá.

O solo negro e rachado soltava vapor, o cheiro de enxofre era denso, mas Magnus continuou a subida, os olhos dourado-esverdeados brilhando em pura determinação.

Foi então que o viu.

Um garoto.

Não um garoto qualquer, mas o príncipe herdeiro do fogo.

Caelum.

Aos 15 anos, o jovem já carregava a presença de um rei. Mas também carregava algo a mais.

Uma ideia estúpida.

Magnus arregalou os olhos ao vê-lo se aproximando perigosamente da borda do vulcão, os pés descalços no rochedo quente, os cabelos loiros-pastéis balançando com o calor escaldante.

E então ele ouviu.

— Será que eu consigo nadar na lava?

O quê?!

Magnus nunca desmontou tão rápido do tigre.

— VOCÊ FICOU LOUCO?! — O alfa gritou, correndo na direção de Caelum.

O garoto do fogo se virou, surpreso.

— Hã?

— VOCÊ TÁ QUERENDO SE MATAR?!!

Caelum piscou.

— O quê? Não! — Ele riu, inocente. — Eu sou um príncipe de fogo! Minha linhagem é a mais poderosa! Então... — Ele apontou para o lago borbulhante de lava logo abaixo. — Por que eu não poderia nadar na lava?

Magnus sentiu uma veia estourar.

— PORQUE VOCÊ NÃO É IMORTAL, PORRA!

Caelum parou.

Ponderou.

— Mas eu sou o herdeiro do Sol.

— VOCÊ É O HERDEIRO DA BURRICE!

Antes que Caelum fizesse qualquer outra idiotice, Magnus o agarrou pelo braço e o puxou para trás, longe da beira do vulcão.

— Se você cair ali, vai virar churrasco real, seu idiota!

Caelum fez um bico.

— Hmmm... Faz sentido...

— ÓTIMO QUE FAZ!

Silêncio.

Magnus soltou um suspiro, olhando o príncipe menor de cima a baixo.

Ele era... bonito.

Bonito demais.

Os olhos dourados de Caelum eram como brasas quentes, vivos, cheios de energia. Seu rosto tinha um ar de travessura, mas também algo ingênuo.

O que fez Magnus perceber.

Caelum não queria se matar.

Ele só era... um completo idiota.

O príncipe do fogo coçou a nuca.

— Ei... Você quer ser meu amigo?

Magnus piscou.

— O quê?

— Você parece legal.

O príncipe das terras suspirou, exausto.

— Depois dessa, eu meio que sou obrigado, né?

E assim começou uma amizade que queimaria para sempre.

– O Segredo Entre as Chamas –

Os dias se passaram.

E eles sempre voltavam para o mesmo lugar.

O topo do vulcão.

Um território proibido para qualquer um que não fosse um nobre do fogo.

Mas Magnus ia, porque Caelum estava lá.

E Caelum ficava, porque Magnus voltava.

O príncipe das terras nunca pensou que um alfa do fogo pudesse ser tão cativante.

O jeito como Caelum falava, cheio de confiança e energia, os olhos brilhando como o próprio sol... Era viciante.

No começo, era apenas conversa.

Depois, pequenas brincadeiras.

Depois... troca de olhares demorados.

Então, um dia, tudo mudou.

Eles estavam sentados na beira da montanha, observando a lava lá embaixo.

O calor do vulcão não se comparava ao calor que começou a se espalhar entre eles.

Magnus virou o rosto e viu Caelum observando-o.

— O quê?

— Nada. — O príncipe do fogo sorriu. — Só tava pensando... Como seria beijar você.

Magnus congelou.

Caelum era direto.

Sempre foi.

Mas dessa vez, ele foi direto demais.

O príncipe da terra sentiu o coração acelerar.

E então percebeu.

Ele também queria saber.

— Então descobre.

Caelum não hesitou.

Se inclinou, segurou Magnus pela nuca e o beijou.

E Magnus retribuiu.

Foi fogo e terra colidindo.

O beijo começou curioso, exploratório.

Mas logo ficou profundo.

Quente.

As línguas se encontraram, os corpos se aproximaram.

Magnus sentiu as mãos de Caelum percorrendo suas costas, apertando seu corpo.

O desejo crescia entre eles.

O calor entre suas peles era insuportável.

Até que eles cederam.

Ali, sob o céu avermelhado do entardecer e o brilho ardente da lava, eles se entregaram um ao outro.

Foi intenso.

Foi inevitável.

E foi ali, naquela montanha proibida, que o fogo e a terra se tornaram um só.

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