O Reino da Terra e o Príncipe Proibido

Os ventos secos das montanhas traziam consigo a poeira dourada que dançava sob a luz do sol.

No coração do Reino de Sylvaris, onde os vales férteis se encontravam com as cadeias rochosas, erguia-se o Castelo Imperial de Petra Magna.

Cravado nas montanhas como uma joia da terra, suas torres esculpidas na pedra se erguiam até as nuvens, e as muralhas de mármore e jade refletiam a luz dourada do entardecer.

A fortaleza não era opulenta como os palácios do fogo ou sofisticada como as cidadelas da água.

Ela era sólida. Inquebrável.

Assim como o povo que ali vivia.

O Príncipe da Terra e Seu Coração Escondido

O som das patas pesadas ecoava pelo chão de pedra.

Um tigre dentes-de-sabre, imponente e musculoso, cavalgava com uma velocidade controlada.

Montado sobre ele estava o jovem príncipe Aedric Sylvaris, herdeiro do Reino da Terra.

Um alfa de 18 anos, orgulhoso e nobre.

Seus cabelos eram castanhos esverdeados, como as copas das árvores ancestrais, e seus olhos brilhavam como esmeraldas lapidadas.

A pele, morena clara, reluzia sob o sol, marcada pelos vestígios de terra e suor de alguém que não se prendia ao luxo do palácio.

Diferente dos príncipes de outros reinos, Aedric não se isolava em reuniões intermináveis ou banquetes luxuosos.

Ele cavalgava entre as aldeias, distribuindo moedas de ouro, ajudando agricultores, e trazendo esperança ao povo.

Mas aquele dia...

Aquele dia ele sentiu um aperto diferente no peito.

E não sabia explicar o porquê.

A Notícia que Abalou as Rochas

Ao retornar ao castelo, desmontando de seu tigre, Aedric viu os olhares tensos dos guardas.

Os conselheiros aguardavam na entrada principal, e seu pai, o Rei Magnus Sylvaris, o encarava com um olhar severo.

Sua mãe, a Rainha Elara Sylvaris, mantinha-se composta, mas Aedric viu a sombra de preocupação em seus olhos.

— O que aconteceu? — Ele perguntou, limpando o suor da testa.

O silêncio foi esmagador.

Até que seu pai quebrou a barreira:

— O príncipe Nereus do Reino da Água foi sequestrado.

Aedric congelou.

Seu coração, que sempre batia forte e estável, perdeu o ritmo.

Seus punhos se cerraram.

Ele tentou controlar a respiração.

Tentou se manter racional, como um herdeiro do Reino da Terra deveria ser.

Mas a verdade...

A verdade é que se ele fosse do Reino do Fogo, o palácio teria sido consumido pelas chamas naquele instante.

O Amor que Não Poderia Existir

Aedric não podia demonstrar nada.

Mas dentro dele, uma tempestade de sentimentos rugia.

Porque Nereus não era apenas um príncipe distante para ele.

Ele era seu segredo mais precioso.

Seu amor proibido.

E agora, ele estava desaparecido.

...----------------...

O Salão de Pedra, a câmara de reuniões do Castelo de Petra Magna, era um lugar de respeito e tradição.

As paredes eram esculpidas com histórias de reis antigos, e os grandes pilares sustentavam o teto alto como se fossem troncos de uma floresta ancestral.

Aedric se sentou à mesa de pedra maciça, sentindo o peso das palavras que viriam a seguir.

A Voz do Rei e o Destino dos Reinos

O Rei Magnus Sylvaris apoiou as mãos calejadas sobre a mesa.

Ele não era um governante de aparências.

Seus cabelos castanhos grisalhos estavam presos em uma trança simples, e seus olhos verdes, idênticos aos do filho, eram firmes e determinados.

— Dois príncipes sequestrados. — Sua voz ecoou pela sala. — E duas runas roubadas.

Aedric engoliu seco.

O desaparecimento de Lucian já havia abalado o Reino do Fogo.

Mas agora... Nereus também estava envolvido.

— O que sabemos sobre os criminosos? — Ele perguntou, tentando manter a voz neutra.

A Rainha Elara Sylvaris, uma mulher de postura serena e olhar observador, respondeu:

— Nada além do que os relatos dizem. O sequestrador se move nas sombras, encapuzado, e não deixa rastros.

Magnus entrelaçou os dedos e olhou diretamente para o filho.

— Isso significa que nossas próprias runas estão em perigo.

Aedric prendeu a respiração.

A Runa da Terra.

A força primordial que sustentava montanhas, vales e florestas.

— O Reino do Ar também foi alertado?

— Sim. — Magnus assentiu. — Mas eles ainda não se pronunciaram oficialmente. O que nos preocupa mais... é o que o criminoso pretende com esse roubo.

O Propósito das Runas e o Perigo à Frente

Desde tempos imemoriais, cada reino possuía uma Runa Elemental, um fragmento da magia primordial que mantinha o equilíbrio do mundo.

A Runa do Fogo ardia nos vulcões do império.

A Runa da Água pulsava no coração dos oceanos.

A Runa da Terra estava escondida nas cavernas mais profundas das montanhas.

E a Runa do Ar flutuava nos céus, inalcançável para aqueles que não possuíam asas.

Se alguém estava roubando essas relíquias...

Significava que um desastre estava se formando.

Aedric e Sua Determinação

— E qual será nossa ação? — Aedric perguntou, tentando manter a compostura.

Seu coração gritava o nome de Nereus.

Mas ele não podia demonstrar sua dor.

Magnus cerrou os olhos.

— Fortaleceremos a segurança da nossa runa. — Ele declarou. — E nos prepararemos para uma possível aliança com os outros reinos.

Aedric desviou o olhar.

Alianças políticas.

Jogos de poder.

Mesmo nesse momento, quando dois jovens estavam desaparecidos, os reinos ainda priorizavam seus próprios interesses.

Mas ele não.

Ele encontraria Nereus.

Ele protegeria sua runa.

E descobriria quem estava por trás desse crime.

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Comments

Cristiane de Oliveira

Cristiane de Oliveira

Eu tou achando que ele vai se juntar com o príncipe do vento...pra resgatar os príncipes

2025-03-24

1

Cristiane de Oliveira

Cristiane de Oliveira

Por favor não sequestrem esse daqui não..../Grimace/

2025-03-24

1

Cristiane de Oliveira

Cristiane de Oliveira

Olha como ele é estiloso em vez de uma Ferrari é um tigre dentes-de-sabres/Chuckle//Chuckle//Chuckle/

2025-03-24

1

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