A Guerra das Estações

O Massacre nos Mares

As águas antes calmas do oceano estavam agora tingidas de vermelho.

O fundo do mar tremia com os rugidos das feras abissais, criaturas antigas que não deveriam existir, mas agora rasgavam as profundezas como predadores famintos. Seus corpos eram serpenteantes, cheios de garras e tentáculos, suas bocas escancaradas revelavam fileiras intermináveis de dentes afiados.

O Reino das Águas estava sob ataque.

— Formação defensiva! — a voz de um general ecoou através das correntes marítimas, enquanto centenas de guerreiros aquáticos se espalhavam pela linha de frente. Suas lanças brilhavam, suas armaduras escamadas refletiam a luz esverdeada dos corais bioluminescentes ao redor.

Mas as criaturas eram rápidas, brutais. Elas emergiam das fendas submarinas, atacando sem piedade. Um guerreiro não teve tempo de reagir quando uma das bestas o agarrou com suas mandíbulas, arrastando-o para a escuridão sem emitir um único som.

Explosões subaquáticas ressoavam, enquanto os magos hídricos conjuravam esferas de pressão, tentando empurrar os monstros para longe. Mas a luta estava longe de acabar.

No centro do conflito, Orion, o Rei dos Mares, flutuava acima do campo de batalha, seu tridente em mãos, seu olhar afiado como uma lâmina. Ele observava seus guerreiros lutando, resistindo, mas sabia que algo estava errado.

Essas criaturas não eram naturais.

— Isso é obra de magia antiga... — ele murmurou, cerrando os dentes.

Foi então que ele sentiu.

Uma energia familiar, uma presença que não deveria estar ali.

Seus olhos se estreitaram.

Nereus... seu filho... estava vivo. Mas ele estava preso.

O tridente de Orion brilhou com fúria.

— Preparem-se! Vamos acabar com isso agora!

A Batalha no Reino do Fogo

O céu estava negro de fumaça.

O Reino do Fogo ardeu como um inferno, mas não de sua própria chama – as criaturas de magma estavam espalhando destruição por toda parte.

Serpentes flamejantes rastejavam pelas ruas de pedra vulcânica, cuspindo fogo negro que queimava até as estruturas mais resistentes. Golems de lava avançavam, esmagando torres e muralhas com seus punhos incandescentes. As defesas estavam ruindo.

Os guerreiros do fogo, com suas armaduras de bronze escuro e lâminas reluzentes, lutavam sem hesitar. Cada golpe de suas espadas incandescia como o sol, cada feitiço de chamas explodia contra os monstros que ameaçavam sua terra.

No centro da cidade, Caelum estava na linha de frente.

Ele não era mais um príncipe.

Agora, ele era o Imperador das Chamas.

— Mantenham as defesas! — Ele rugiu, seu manto real esvoaçando com o calor abrasador da batalha. Seu corpo emanava um brilho intenso, seus olhos dourados brilhavam como brasas vivas.

Um dragão de fogo desceu do céu, suas asas de lava brilhando como o sol ao entardecer. Caelum não hesitou – ergueu suas mãos e canalizou sua magia, transformando o próprio ar ao seu redor em uma onda de calor avassaladora.

A explosão que seguiu foi ensurdecedora.

O dragão rugiu em agonia, seu corpo sendo consumido pelas chamas puras de Caelum. Mas antes de cair, ele soltou um último rugido, ecoando pelo campo de batalha como um presságio sombrio.

O imperador ofegou, sentindo sua energia diminuir. Algo estava errado.

Ele podia sentir.

A magia do reino estava sendo drenada.

Lucian...

Seu filho ainda estava vivo.

Mas não por muito tempo.

Caelum cerrou os punhos, e o fogo ao seu redor queimou ainda mais forte.

Seja quem for que estivesse por trás disso, ele pagaria com a própria vida.

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