Ecos do Passado, Silêncio do Presente

O Segredo Escondido na Terra

O cheiro de pedra úmida e musgo antigo impregnava o ar.

Aedric segurava uma tocha enquanto caminhava pelas cavernas mais profundas do Reino da Terra.

As paredes eram gravadas com símbolos milenares, histórias deixadas pelos ancestrais.

Ele passou os dedos por uma inscrição desgastada, tentando decifrar seus significados ocultos.

Se havia algo sobre as runas... estaria aqui.

— Vamos lá... — murmurou, os olhos percorrendo cada símbolo.

Os registros falavam sobre a criação das runas, a harmonia entre os elementos e a necessidade de mantê-las separadas.

Mas nada sobre roubos.

Nada sobre alguém capaz de manipulá-las.

Nada sobre a sombra encapuzada que agora as caçava.

Aedric fechou os olhos por um momento.

O silêncio da caverna era quase sufocante.

Se os antigos não previram isso... então o que estava acontecendo era algo completamente novo.

E isso o assustava.

Ele se levantou e apertou o punho.

Se os antepassados não tinham respostas... ele mesmo as encontraria.

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Acima das nuvens, onde o mundo parecia pequeno e distante, Zephyr planava sobre o santuário do vento.

Seu Quetzalcoatlus, uma imensa criatura alada de envergadura colossal, voava suavemente entre as correntes de ar.

Zephyr fechou os olhos e ouviu.

O vento sempre falava com aqueles que sabiam escutá-lo.

Pequenos sussurros, ecos de tempos passados, memórias que se dissipavam como brisa.

Mas hoje... nada.

Nenhum sussurro. Nenhuma resposta. Apenas o silêncio.

Ele franziu a testa.

— Vocês sempre sussurraram para mim. Por que se calam agora?

As nuvens se agitavam ao seu redor, mas os ventos ancestrais não respondiam.

Se até os céus estavam em silêncio... significava que algo estava errado.

Muito errado.

– Lembranças em Chamas –

O grande salão do Reino da Terra estava silencioso.

As paredes de pedra ecoavam cada palavra dita, enquanto os monarcas de todas as estações discutiam sobre o caos que se desenrolava diante deles.

— Alguém está atrás das runas. — A voz profunda do Imperador do Fogo, Caelum, ressoou pelo salão. Seu tom era frio, mas seus olhos... queimavam.

— Isso já está óbvio, Caelum. — O Rei das Terras respondeu, cruzando os braços, o olhar afiado como lâminas. Ele não o chamava de "Imperador". Nunca chamava.

Os outros monarcas sentiram a tensão.

O Alfa que governava as terras, um homem de ombros largos, barba curta e cabelos castanho-esverdeados, mal olhava para Caelum.

E Caelum não olhava para ele.

— Os alvos foram os príncipes. — A Rainha das Terras cortou o clima, os olhos castanhos estreitos. — Devemos reforçar as defesas das runas restantes antes que seja tarde.

A Imperatriz do Fogo concordou com um aceno, mas percebeu o olhar perdido do marido.

Era sutil. Mas ela conhecia Caelum bem demais.

E sabia para quem ele não estava olhando.

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Chamas do Passado

Era inevitável.

A presença dele, tão perto, mas ainda tão distante.

Caelum tentava se concentrar na reunião, no plano para recuperar Lucian e as runas roubadas, mas sua mente... viajava no tempo.

Havia um tempo em que não existiam reinos.

Havia um tempo em que existia apenas calor.

Pele contra pele, risos abafados, olhares intensos em meio à fogueira de sentimentos que nenhum dos dois ousava nomear.

Mas então o destino os separou.