O sol já havia se posto, deixando o céu em tons profundos de vermelho e roxo. O calor do dia persistia nas paredes do Palácio Escarlate, e as tochas encantadas iluminavam os corredores com um brilho alaranjado. Lucian caminhava com passos hesitantes, guiado por um dos guardas reais até o salão privado de seus pais.
Era raro ser chamado para uma reunião particular com o imperador e a imperatriz, então algo estava para acontecer.
O jovem ômega de cabelos dourados pastéis e pele de porcelana abriu a porta devagar, sentindo o olhar penetrante de seu pai antes mesmo de entrar.
O Imperador Caelum estava sentado em seu trono de obsidiana, um homem gigantesco, imponente e intimidador. Seus olhos dourados brilhavam como fogo líquido, e sua postura rígida exalava autoridade absoluta. Qualquer um que o visse pensaria que ele desprezava Lucian, que o ignorava por ser diferente, talvez até suspeitasse que odiava a própria esposa por dar à luz um filho tão... incomum.
Mas a verdade?
O homem mais temido de Ignisfera era um PAI BABÃO.
Assim que Lucian entrou, Caelum praticamente brilhou de felicidade. Seus olhos severos se suavizaram, e um sorriso ameaçou surgir em seus lábios. Mas ele não podia demonstrar isso na frente da esposa, certo? Então pigarreou, cruzando os braços e mantendo sua expressão séria... até que Lucian chegou mais perto.
— Meu menino. — A voz do imperador, grave e poderosa, tremeu um pouco de emoção.
Lucian, acostumado com a encenação do pai, apenas suspirou e cruzou os braços.
— Pai, pode parar de fingir que é assustador. Eu sei que você me ama.
A Imperatriz Helia, ao lado do marido, revirou os olhos com um suspiro longo e cansado.
— Lucian, não incentive essa palhaçada. — Ela disse, com um tom de reprovação.
— Do que você está falando, minha rainha? Eu sou um homem sério, um imperador respeitável. — Caelum retrucou, colocando a mão no peito, fingindo estar ofendido. Mas então, antes que Helia respondesse, ele puxou Lucian para um abraço esmagador.
— Papai, eu não consigo respirar!
— Ninguém pode tocar no meu bebezinho! Quem disser o contrário, eu corto a cabeça!
— Caelum! — Helia deu um tapa na cabeça do marido, que finalmente soltou o filho, mas não sem antes bagunçar seus cabelos pastéis.
Lucian suspirou e tentou arrumar o cabelo, sabendo que não adiantava discutir. Seu pai sempre fora assim quando estavam sozinhos. Para os outros, era um líder severo, uma lenda viva nas batalhas, um homem que impunha respeito pelo simples fato de existir. Mas, quando se tratava de Lucian, ele era um completo idiota coruja que não ligava nem um pouco para a etiqueta imperial.
— Então... Por que me chamaram aqui? — Lucian perguntou, voltando a ficar sério.
Helia pigarreou, voltando ao tom de mãe educadora.
— Seu aniversário é amanhã, e há decisões que precisam ser tomadas. Você já tem 15 anos, Lucian. Como príncipe de Ignisfera, você deve aprender sobre liderança, responsabilidade e—
— Ele não precisa de nada disso, ele é meu bebezinho! — Caelum interrompeu dramaticamente.
Helia, já acostumada com a infantilidade do marido, ignorou a interrupção e continuou:
— Haverá um banquete em sua homenagem, e nobres de todo o reino estarão presentes. Além disso, já é hora de começarmos a discutir sua futura posição no império.
Lucian piscou algumas vezes, processando aquela última parte.
— Minha... futura posição?
Caelum se ajeitou no trono, ficando repentinamente sério.
— Sim, meu filho. Você é um príncipe. Mas mais importante que isso... você é um ômega.
O silêncio preencheu a sala.
Lucian sentiu o peso das palavras do pai. Ele sabia o que isso significava. Um ômega na realeza nunca era apenas um príncipe – era um futuro casamento político, uma peça no tabuleiro de alianças entre reinos.
Ele engoliu em seco.
— Vocês já escolheram alguém para eu casar? — Sua voz saiu mais baixa do que gostaria.
Caelum e Helia trocaram olhares.
— Ainda não. — Helia respondeu, firme. — Mas é algo que será inevitável.
Lucian sentiu seu estômago revirar.
Mas antes que pudesse entrar em pânico, Caelum soltou um suspiro exagerado e pegou o filho no colo como se ele ainda tivesse cinco anos.
— MAS NÃO PRECISAMOS FALAR DISSO AGORA! — O imperador riu alto. — Amanhã é o dia do meu bebezinho, e ninguém vai estragar isso!
Lucian gritou de indignação enquanto tentava se desvencilhar do aperto sufocante do pai.
Helia massageou as têmporas, já sentindo uma dor de cabeça se formar.
— Caelum, solte o menino.
— NÃO! ELE É MEU!
— Você é o imperador de Ignisfera, pare de agir como uma criança!
— E ELE É MEU BEBÊ ÔMEGA, NÃO LIGA PRA VOCÊ, SÓ PRA MIM!
Lucian já tinha desistido de lutar.
— Eu não sou mais um bebê... — Murmurou, derrotado.
Caelum apenas riu e bagunçou o cabelo do filho de novo.
— Vai dormir, amanhã será um grande dia.
Lucian suspirou e se afastou, já aceitando o destino de ser mimado até o último segundo de sua existência.
O que ele não sabia, porém, era que seu aniversário traria algo muito mais do que apenas um banquete... E mudaria seu destino para sempre.
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Atualizado até capítulo 28
Comments
Cristiane de Oliveira
Nossa pelo menos ele tem alguém que se preocupa com ele isso é uma coisa boa...É como o meu pai sempre fala os nossos melhores amigos é o PAI e á MÃE...
2025-03-22
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Cristiane de Oliveira
Lucian é tão novinho assim...quase a minha idade...Caraca
2025-03-22
1
Cristiane de Oliveira
Coisa boa aí não tem...com certeza ...Se fosse eu a minha alma não tava nem no corpo mais /Speechless//Speechless//Sweat/
2025-03-22
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