O Último Golpe

O Reino da Terra em Ruínas

O Reino da Terra sempre foi conhecido por sua resistência. Seus guerreiros eram os mais disciplinados, suas muralhas as mais impenetráveis, suas fortalezas as mais duráveis. Mas, naquela noite, tudo desmoronava.

As montanhas tremiam.

O chão rachava.

E das profundezas da terra, monstros colossais emergiam, feitos de puro minério e pedra viva. Suas formas eram grotescas, seus olhos brilhavam com um verde espectral. Cada passo que davam fazia o solo tremer, como se o próprio mundo estivesse rugindo de dor.

No meio do caos, Magnus, o Imperador da Terra, rugia suas ordens.

— Não recuem! Mantenham as formações!

Seu exército, vestido em armaduras pesadas e empunhando martelos e espadas forjadas nos vulcões antigos, lutava com tudo que tinha. Mas, por mais que fossem fortes, as criaturas eram imortais.

Golpe após golpe, os monstros se despedaçavam… e se reconstruíam.

Magnus saltou no meio da batalha, sua lâmina dupla girando no ar. Com um único corte, ele partiu um golem ao meio, mas as pedras se reagruparam rapidamente, formando um novo monstro diante de seus olhos.

Ele rosnou, os dentes trincando de raiva.

— Maldição… isso não é normal.

E então ele sentiu.

A energia de sua terra estava quebrada.

Seus olhos se arregalaram.

A runa da Terra… havia sido roubada.

— Aedric…

Seu coração pesou no peito. Seu filho também tinha desaparecido.

O inimigo estava vencendo

A Última Investida

Nos céus mais altos do mundo, onde as nuvens dançavam como rios brancos, o ser misterioso voava, montado em sua besta demoníaca.

O dragão de sombras rugia, suas asas enormes criando tempestades de vento conforme rasgava os céus. Eles estavam indo buscar a última runa, a do Ar.

Se conseguisse essa… nada mais o impediria.

Mas então, o céu se abriu em um trovão ensurdecedor.

— NÃO NA MINHA CASA!

Um gigante pássaro de plumas douradas, maior do que qualquer criatura alada já vista, desceu dos céus como um raio. Era o lendário Roc, a fera ancestral dos ventos.

E sobre ele, Zephyr, o Príncipe dos Ares, o guerreiro dos céus.

Seu cabelo branco voava ao vento, sua capa azul tremulava como uma bandeira real. Seus olhos prateados reluziram em fúria.

— Seu maldito, você não vai sair daqui com vida.

O misterioso invasor sorriu debaixo do capuz.

— Tente me impedir, pequeno príncipe.

E então, o céu explodiu.

Dragão e Roc se chocaram no ar, o impacto gerando ondas de vento tão fortes que fizeram tempestades surgirem nos reinos abaixo.

Zephyr saltou do Roc, girando no ar, puxando duas lâminas curvas feitas de puro ar condensado. Ele desceu como um raio, mirando a cabeça do inimigo.

O ser misterioso bloqueou com sua lança negra, o impacto gerou uma explosão de faíscas mágicas. Os dois trocaram golpes em pleno voo, girando, se esquivando, atacando sem hesitação.

Foi uma batalha épica.

Mas Zephyr estava sozinho.

O inimigo era astuto. Ele recuou um passo, murmurando um feitiço sombrio – e então, uma rajada de vento cortante acertou o Roc no peito.

A fera lendária gritou em dor, perdendo altitude.

— NÃO! — Zephyr gritou, tentando ir até ele.

Mas foi tarde demais.

O inimigo aproveitou a distração.

Um golpe certeiro atingiu Zephyr no peito.

Ele arfou, seu corpo congelou no ar.

E então… tudo escureceu.

Quando seus olhos se abriram novamente, ele já estava acorrentado na caverna, ao lado dos outros príncipes.

A última runa havia sido tomada.