Ji-woo voltou para o seu apartamento naquela noite, mas o silêncio familiar parecia diferente. Havia algo novo no ar, uma inquietação que ele não conseguia ignorar. Cada vez que fechava os olhos, o rosto de Ji-on invadia sua mente – o toque, o beijo, a intensidade das palavras.
Sentou-se no sofá, massageando as têmporas. Sabia que havia cruzado uma linha. O problema era que, ao invés de sentir medo, ele queria cruzá-la novamente.
Seu telefone vibrou sobre a mesa de centro. Ele olhou o nome iluminado na tela: Ji-on.
Por um momento, Ji-woo pensou em ignorar. Mas antes que pudesse decidir, seus dedos já haviam deslizado pela tela.
— O que foi? — Ele tentou soar controlado, mas falhou miseravelmente.
— Precisamos conversar. — A voz de Ji-on era firme, mas havia algo a mais, uma urgência. — Agora.
— Ji-on, já passamos do ponto de...
— Estou aqui em frente ao seu prédio, Ji-woo. Não vou embora até você me deixar entrar.
Ji-woo sentiu seu coração disparar. O controle que ele tanto prezava estava desmoronando a cada segundo que passava. Mas, sem pensar, levantou-se e foi até a porta.
Ji-on estava parado do lado de fora, impecável como sempre, mas havia algo em seus olhos – uma intensidade que ia além da usual. Ji-woo abriu a porta sem dizer uma palavra, e Ji-on entrou, fechando-a atrás de si.
O silêncio entre eles era espesso. Ji-on finalmente quebrou a distância, ficando a poucos centímetros de Ji-woo.
— Eu não consigo parar de pensar em você, Ji-woo. E acho que você sente o mesmo.
Ji-woo tentou desviar o olhar, mas Ji-on segurou seu rosto com firmeza, forçando-o a encará-lo.
— Não fuja de mim.
Aqueles três simples palavras derrubaram a última barreira que Ji-woo tentava manter. Ele se moveu antes que pudesse se impedir, agarrando Ji-on pela gola da camisa e puxando-o para um beijo feroz.
O beijo foi uma tempestade – selvagem, descontrolado, mas cheio de paixão. As mãos de Ji-woo deslizaram pelos ombros de Ji-on, puxando-o ainda mais para perto. Ji-on respondeu com a mesma intensidade, prendendo Ji-woo contra a parede.
O mundo desapareceu ao redor deles. Tudo o que existia era o toque, o calor e a urgência que compartilhavam.
Quando finalmente se separaram, ambos estavam ofegantes, os olhos brilhando com emoção e desejo não ditos. Ji-woo tocou o rosto de Ji-on com uma suavidade que contrastava com a intensidade do momento.
— Não sei o que isso significa, Ji-on.
— Significa que estamos juntos nisso. Sem máscaras, sem controle. Apenas nós.
Por mais assustador que fosse, Ji-woo sabia que não podia mais fugir. Pela primeira vez, sentiu que talvez pudesse aceitar o que estava por vir.
E, com Ji-on ao seu lado, ele estava pronto para enfrentar o que quer que fosse.
Ji-on segurou a mão de Ji-woo, entrelaçando seus dedos. O gesto era simples, mas carregado de significado. Ji-woo sentiu o peso daquela conexão, algo que ia muito além do desejo.
— Eu tenho medo — Ji-woo admitiu, sua voz saindo baixa. — Não estou acostumado a perder o controle assim.
Ji-on o observou por um momento, seus olhos suavizando.
— Eu também tenho meus medos, Ji-woo. Mas o que sinto por você... não é algo que eu possa ignorar. Não quero mais fingir que posso controlar tudo.
Ji-woo sentiu seu coração apertar. Aquela vulnerabilidade em Ji-on era algo raro, algo que ele nunca esperou ver. Era como se, pela primeira vez, ambos estivessem se despindo das armaduras que sempre usavam.
Ji-on se aproximou novamente, encostando a testa na de Ji-woo. O silêncio entre eles não era mais desconfortável. Era um entendimento silencioso, uma promessa não dita de que enfrentariam o que viesse juntos.
— Vamos descobrir como lidar com isso, Ji-woo. Juntos.
Ji-woo fechou os olhos por um momento, deixando-se entregar àquela ideia. Não tinha todas as respostas, mas sabia que não estava mais sozinho.
Ji-on se afastou lentamente, mas antes de sair, deixou um último beijo suave nos lábios de Ji-woo.
— Boa noite.
Ji-woo observou enquanto Ji-on se retirava. Pela primeira vez em muito tempo, sentiu uma paz estranha, como se um peso houvesse sido tirado de seus ombros.
Ao fechar a porta, sabia que algo novo havia começado. E, pela primeira vez, estava disposto a descobrir o que aquilo significava.
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Atualizado até capítulo 30
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