O Limite Invisível

Os dias seguintes passaram rapidamente, e Ji-woo logo se acostumou com a rotina de ser o braço direito de Ji-on. No entanto, mesmo em meio à agenda apertada e aos compromissos diários, não conseguia ignorar a tensão crescente entre eles. Sempre que seus olhares se cruzavam, havia algo a mais, algo que os dois tentavam esconder atrás de sorrisos profissionais e conversas rápidas. Mas Ji-woo sabia que não poderia mais enganar a si mesmo.

Era uma sexta-feira à tarde quando a pressão de seus próprios sentimentos chegou ao limite. Ji-on havia marcado uma reunião com investidores importantes, e Ji-woo estava encarregado de coordenar todos os detalhes. Durante todo o encontro, ele se manteve focado, anotando cada ponto importante, mas seu pensamento estava distante. Cada vez que ele olhava para Ji-on, sentado na cabeceira da mesa, a imagem daquele homem poderoso e controlado o paralisava.

A reunião finalmente chegou ao fim, e todos os presentes começaram a sair. Ji-woo estava organizando os papéis, sua mente ainda rodando com os últimos momentos. Ele se virou para ir até a mesa de Ji-on, quando o empresário o chamou:

“Ji-woo, um minuto.” A voz de Ji-on foi firme, mas o olhar que ele lançou em direção a Ji-woo era mais intenso do que nunca.

Ji-woo se aproximou lentamente, tentando manter a calma, mas seu coração batia mais rápido a cada passo. Ele sabia que não se tratava apenas do trabalho agora. Algo estava prestes a acontecer.

“Como foi a reunião?” Ji-on perguntou, os olhos escuros fixos nele, mas de um jeito que fez Ji-woo se sentir vulnerável. Como se ele estivesse sendo examinado, analisado profundamente.

“Tudo correu bem, senhor,” Ji-woo respondeu com um tom formal, tentando esconder o turbilhão de emoções dentro de si. Mas ele sabia que Ji-on podia perceber qualquer coisa. O homem tinha uma habilidade impressionante de ler as pessoas, e isso o fazia se sentir ainda mais desconfortável.

Ji-on não respondeu imediatamente. Ele permaneceu em silêncio por um momento, observando Ji-woo com uma intensidade que o fez se sentir exposto. Então, com um suspiro baixo, ele se levantou de sua cadeira e se aproximou.

“Eu percebi... uma certa distração durante a reunião,” Ji-on disse, a voz mais suave, mas com um toque de curiosidade. “Você parece estar... em outro lugar. Está tudo bem?”

Ji-woo engoliu em seco, sentindo o peso da pergunta. Era impossível mentir para alguém como Ji-on. A sensação de estar sendo desnudado era tão forte que ele teve que desviar o olhar.

“Sim, está tudo bem, senhor,” Ji-woo respondeu rapidamente, forçando um sorriso. Mas sabia que não podia enganar Ji-on. Não dessa vez.

“Ji-woo...” A voz de Ji-on ficou mais baixa, quase um sussurro. Ele deu um passo à frente, e Ji-woo sentiu o aroma do perfume de Ji-on invadir seus sentidos. “Eu sei que não está tudo bem. Há algo em você que está me dizendo que você está... escondendo algo.”

A tensão na sala parecia quase palpável. Ji-woo tentou manter a compostura, mas seus nervos estavam à flor da pele. Ele não sabia o que fazer. Não sabia como responder àquilo. Ele queria afastar-se, mas ao mesmo tempo, havia algo em Ji-on que o fazia querer se entregar, se deixar ser vulnerável.

“Desculpe, senhor. Eu só... estava pensando em algumas coisas. Nada importante,” Ji-woo tentou suavizar a situação, mas as palavras soaram vazias até mesmo para ele. A verdade era que ele estava tentando se afastar dos próprios sentimentos, dos desejos que começavam a surgir com força dentro dele.

Ji-on o observou por mais alguns segundos, estudando-o com um olhar penetrante, como se estivesse tentando encontrar as respostas que Ji-woo não queria dar. Então, sem dizer mais nada, ele se afastou, voltando para a sua cadeira.

“Eu espero que consiga... resolver essas ‘coisas’ logo,” Ji-on disse, a voz agora mais fria, mas ainda com um toque de algo indescritível.

Ji-woo não sabia se aquilo era um conselho ou uma reprimenda. Só sabia que, ao sair da sala, sentiu que havia cruzado uma linha invisível entre eles. Uma linha que ele não sabia se deveria tentar atravessar ou se deveria voltar atrás.

Ao fechar a porta, ele ficou parado no corredor, o coração acelerado, a mente cheia de perguntas. O que estava acontecendo? O que exatamente Ji-on queria dele? E mais importante, o que ele mesmo queria de Ji-on?

Ele sabia que não poderia mais ignorar o que sentia. Algo estava se formando entre eles, e as consequências disso seriam muito maiores do que ele imaginava.

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