A semana seguinte trouxe um fardo inesperado. O projeto de expansão da empresa estava tomando mais tempo do que Ji-woo imaginava. A pressão estava cada vez mais visível nos rostos dos colaboradores, e ele, como braço direito de Ji-on, se via constantemente sobrecarregado. Mas, por mais que tentasse se concentrar no trabalho, algo em sua mente não conseguia se afastar de um único ponto: Ji-on.
Era impossível ignorar a forma como o empresário se aproximava dele, como suas palavras carregavam sempre um peso maior do que o necessário. Havia uma expectativa nas entrelinhas de cada conversa, um jogo de olhares que Ji-woo começava a reconhecer, mesmo que tentasse fugir dele.
Naquela tarde, após uma longa reunião com clientes, Ji-on pediu a sua presença novamente em sua sala. Ji-woo sabia que não era apenas para discutir os negócios dessa vez, mas hesitou antes de entrar. Não sabia exatamente o que poderia esperar dessa interação. Sua mente estava turva, e seu coração, agitado.
“Entre, Ji-woo.” A voz de Ji-on veio do outro lado da porta, firme como sempre, mas com um toque de suavidade que fez o estômago de Ji-woo revirar.
Ele entrou, a sala estava iluminada suavemente pela luz do fim de tarde. Ji-on estava de costas, olhando para os papéis em cima da mesa. Mas, quando Ji-woo fechou a porta, o empresário se virou. Seus olhos se encontraram instantaneamente, e o silêncio foi profundo, pesado, quase palpável.
“Eu queria conversar com você sobre algo importante,” Ji-on disse, sua voz mais baixa do que o usual.
Ji-woo sentiu uma pontada de tensão subir pela espinha, mas se manteve firme. “Claro, senhor. O que precisa?”
Ji-on deu um passo em direção a ele, o movimento tão sutil, mas que fez Ji-woo prender a respiração. “Eu sei que você está se esforçando muito. Você tem dado tudo de si para o trabalho, e isso não passou despercebido.” Ele fez uma pausa, como se procurasse as palavras certas. “Mas eu quero saber algo, Ji-woo. Por que você ainda se mantém tão distante?”
Ji-woo franziu o cenho. Aquela pergunta o pegou desprevenido. Ele estava acostumado a ser questionado sobre seu desempenho, mas não sobre sua distância emocional.
“Eu… não entendo o que quer dizer, senhor,” Ji-woo disse, mantendo um tom respeitoso, mas sua mente estava em confusão.
“Não é difícil de entender, Ji-woo. Eu percebo como você age quando estamos juntos. Como você se esquiva. Como evita meu olhar quando tento falar sobre algo mais pessoal,” Ji-on explicou, com um sorriso enigmático, mas ainda assim sério.
Aquelas palavras estavam fazendo Ji-woo se sentir vulnerável de uma maneira que não conseguia controlar. Ele sentiu a pressão em seu peito aumentar, a necessidade de se justificar surgindo, mas ele sabia que, naquele momento, as palavras poderiam não ser suficientes.
“Eu… não sei o que você quer de mim,” Ji-woo disse finalmente, sua voz mais baixa. Ele tentou esconder a vulnerabilidade, mas não conseguiu.
Ji-on se aproximou mais, e agora, a distância entre os dois era quase inexistente. “Eu não estou pedindo nada, Ji-woo. Mas estou começando a perceber que a maneira como você lida com isso tudo... diz mais do que você pensa. Você está me evitando, mas por quê? Você tem medo de se envolver? Ou simplesmente não se importa?”
As palavras de Ji-on cortaram o ar como uma lâmina afiada. Ji-woo não sabia o que responder. Ele estava completamente perdido, entre o desejo de ser honesto e o medo de se deixar envolver em algo que poderia complicar ainda mais a sua vida. O que ele sentia por Ji-on estava se tornando algo confuso, intenso, e ele temia que, ao admitir isso, tudo mudasse entre eles.
“Não é assim, senhor,” Ji-woo murmurou, sem saber como articular melhor seus pensamentos. “Eu só… preciso de espaço.”
Ji-on observou-o por um momento, como se tentasse entender as palavras e os sentimentos não expressos de Ji-woo. “Eu entendo,” ele disse, e, por um momento, parecia mais vulnerável do que o normal. Mas logo a máscara de CEO voltou, e Ji-on se afastou lentamente.
“Não precisa de explicações, Ji-woo. Apenas saiba que, de alguma forma, tudo o que você faz, tudo o que você sente, me afeta. Mesmo que você não queira admitir.”
Ji-woo engoliu em seco, a tensão no ambiente tornando-se quase insuportável. Ele sabia que não poderia mais fugir daquele confronto, mas também não sabia o que fazer com as palavras que Ji-on acabara de dizer. Estava claro que a situação estava mais delicada do que nunca, e Ji-woo começava a perceber que, por mais que tentasse se manter distante, ele não conseguiria mais ignorar o impacto que Ji-on tinha sobre sua vida e seus sentimentos.
“Eu vou… terminar o relatório que pediu,” Ji-woo disse, sem saber o que mais dizer.
Ji-on apenas acenou com a cabeça, e a resposta foi breve, mas cheia de significado. “Faça isso. E lembre-se de que não precisa fazer tudo sozinho.”
Quando Ji-woo saiu da sala, o peso das palavras de Ji-on continuou a ecoar em sua mente. O que isso significava? Por que Ji-on estava insistindo tanto? Ele estava se aproximando de Ji-woo de uma maneira que parecia inevitável, e cada momento parecia levá-los mais perto de algo que, até agora, Ji-woo tentava desesperadamente evitar.
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Atualizado até capítulo 30
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