A manhã chegou trazendo uma luz fraca e difusa através das janelas do apartamento de Ji-woo. Ele havia passado a noite em claro, seus pensamentos presos ao que acontecera com Ji-on. O gosto do beijo ainda estava ali, marcando sua pele e sua mente com uma intensidade que ele não conseguia apagar.
No trabalho, Ji-woo manteve sua máscara de sempre: profissional, meticuloso, inabalável. Mas bastou um único olhar para Ji-on no início da reunião para que tudo desmoronasse dentro de si. Os olhos de Ji-on eram como uma promessa não dita, uma lembrança silenciosa da noite anterior que fazia o corpo de Ji-woo arder sob a superfície de sua fachada controlada.
Quando a reunião terminou, Ji-woo tentou sair rapidamente, mas Ji-on o seguiu, seus passos firmes e decididos ecoando pelo corredor estreito. Ji-woo sabia que fugir não era uma opção.
— Ji-woo — a voz de Ji-on soou firme, mas baixa o suficiente para não chamar atenção. — Precisamos conversar.
Ji-woo parou. Ele sentiu o peso daquela ordem e, mesmo contra sua vontade, virou-se para encará-lo.
— Não há o que conversar, Ji-on. O que aconteceu foi... um erro.
Ji-on estreitou os olhos, como se não gostasse daquela palavra.
— Um erro? É isso que você acha?
— Sim. Foi uma perda de controle — Ji-woo respondeu, tentando manter o tom frio. — E nós dois sabemos o quanto isso é perigoso.
Ji-on deu um passo à frente, reduzindo a distância entre eles. Seus olhos escuros carregavam uma intensidade que deixava Ji-woo sem ar.
— Perder o controle com você nunca será um erro para mim, Ji-woo.
As palavras pairaram no ar como uma confissão inesperada. Ji-woo sentiu seu coração disparar. Ele abriu a boca para responder, mas Ji-on o puxou para dentro de uma sala vazia ao lado antes que ele pudesse dizer qualquer coisa.
A porta se fechou com um estalo suave, e o silêncio se instalou entre os dois. Ji-woo encostou-se na parede, seu coração batendo freneticamente, enquanto Ji-on se aproximava lentamente.
— Por que você está lutando contra isso? — Ji-on perguntou, sua voz mais suave, quase vulnerável. — Você quer tanto quanto eu.
Ji-woo desviou o olhar, incapaz de sustentar o peso daquele momento. Mas quando Ji-on levantou seu rosto gentilmente com a ponta dos dedos, ele não conseguiu mais esconder.
— Eu não quero perder quem sou, Ji-on. E com você... sinto que estou perdendo tudo o que construí.
Ji-on permaneceu em silêncio por um momento, seu olhar suavizando.
— Então se perca, Ji-woo. Às vezes, perder o controle é a única forma de encontrar algo real.
Antes que Ji-woo pudesse reagir, Ji-on o beijou novamente. Diferente da noite anterior, o beijo foi lento, profundo, e cheio de uma emoção que Ji-woo não conseguia definir. Sua resistência se desfez, e ele finalmente cedeu ao desejo que o consumia.
Os dois ficaram ali, presos naquele momento, esquecendo o mundo ao redor. Quando se separaram, Ji-woo sabia que algo havia mudado entre eles. Algo que não poderia ser desfeito.
E, pela primeira vez, ele não sabia se queria voltar atrás.
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Atualizado até capítulo 30
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