O Confronto

O silêncio na sala de reuniões era quase sufocante. Ji-on, com os braços cruzados e olhar de aço, encarava Min-kyu como se cada palavra não dita fosse uma sentença prestes a ser proferida.

— Você ultrapassou o limite, Min-kyu — Ji-on começou, a voz baixa, mas carregada de autoridade. — E agora, vai me ouvir.

Min-kyu tentou manter o semblante altivo, mas Ji-on não deu espaço para isso.

— Espalhar rumores sobre qualquer funcionário é inaceitável. Fazer isso com segundas intenções para prejudicar alguém é ainda pior.

— Eu só estava... comentando o que todos estão vendo — Min-kyu rebateu, mas sua voz tremia. — As pessoas vão falar.

— Então deixe-me esclarecer algo. — Ji-on deu um passo à frente, e o ar na sala pareceu ficar mais denso. — Meu relacionamento com Ji-woo, seja ele qual for, não é da sua conta. Nem da conta de mais ninguém aqui.

Min-kyu desviou o olhar, mas Ji-on continuou.

— Qualquer tentativa de sabotagem ou insinuação maldosa contra ele será tratada como um ataque direto a mim. Entendeu?

O silêncio de Min-kyu foi a única resposta, mas Ji-on sabia que sua mensagem havia sido recebida.

 

Enquanto isso, Ji-woo estava sentado à sua mesa, os nervos à flor da pele. Ele não sabia o que estava acontecendo na sala de reuniões, mas imaginava que Ji-on estava lidando com as consequências dos rumores.

O clique da porta se abrindo chamou sua atenção. Ji-on saiu primeiro, seguido por um Min-kyu de rosto fechado. Ji-on caminhou diretamente até a mesa de Ji-woo, seus olhos brilhando com uma determinação feroz.

— Podemos conversar? — Ji-on perguntou, mas o tom era mais uma instrução do que um pedido.

Ji-woo seguiu Ji-on até o terraço do prédio. O ar fresco bateu em seu rosto, mas a tensão ainda o apertava por dentro.

— O que aconteceu lá dentro? — Ji-woo perguntou, sem rodeios.

— Coloquei um ponto final nos rumores. — Ji-on cruzou os braços. — Mas isso não significa que os olhares ou os comentários vão desaparecer.

— Então, o que fazemos agora?

Ji-on suspirou e se aproximou de Ji-woo.

— Isso depende de você, Ji-woo. Podemos manter distância no trabalho, fingir que nada está acontecendo entre nós. Ou podemos seguir em frente e enfrentar tudo juntos.

Ji-woo ficou em silêncio, olhando para a cidade abaixo deles. Ji-on estava certo. A escolha era dele. E, pela primeira vez, ele percebeu que não queria mais fugir.

— Estou cansado de fingir que não sinto nada por você, Ji-on. E, francamente, não ligo para o que os outros dizem.

Ji-on sorriu, aquele sorriso genuíno e raro que Ji-woo só havia visto algumas vezes.

— Então vamos encarar juntos.

Antes que Ji-woo pudesse dizer mais alguma coisa, Ji-on se inclinou e o beijou. Diferente dos beijos anteriores, este não era apressado ou impulsivo. Era uma promessa. De proteção, de parceria e, acima de tudo, de amor.

O mundo lá fora continuava girando, com todas as suas complicações e desafios. Mas ali, naquele terraço, tudo parecia parar.

E, pela primeira vez em muito tempo, ji-woo sentiu estar exatamente onde deveria estar.

Ji-woo ainda estava absorto nos pensamentos após o que Ji-on lhe dissera. A revelação de que os executivos sabiam sobre o relacionamento deles fazia sua mente correr em mil direções. O peso de saber que as consequências estavam tão próximas parecia insuportável, mas ao olhar para Ji-on, algo dentro dele se acalmava. Não importa o que acontecesse, Ji-on não parecia estar arrependido de nada.

— Não sei o que fazer com isso, Ji-on. A pressão... eu não sei se consigo lidar. — Ji-woo murmurou, sua voz trêmula, ainda tentando processar tudo o que estava acontecendo.

Ji-on observou-o por um momento, seus olhos intensos, como se estivesse pesando cada palavra antes de falar. Ele se levantou lentamente, indo até a janela e olhando para as luzes da cidade lá fora, uma visão quase distante, como a sensação que Ji-woo tinha naquele momento. Estava tudo acontecendo rápido demais.

— Eu sei que é muito para lidar. Eu também tenho medo, Ji-woo. — Ji-on disse finalmente, sua voz mais suave, mas sem deixar de carregar a sinceridade. — Mas o medo não pode nos paralisar. Pode até nos alertar, mas não vai nos impedir. A questão é: você quer enfrentar isso comigo ou vai fugir?

Ji-woo sentiu o nó apertado em sua garganta. Queria fugir, queria fugir de tudo, de todas as implicações, de todos os olhares e julgamentos. Mas ao olhar para Ji-on, ele sabia que a fuga não era uma opção. O que eles estavam construindo era real demais para ser deixado para trás.

— Não vou fugir de você, Ji-on. — Ji-woo falou, finalmente encontrando a coragem para dizer as palavras que estavam engasgadas em sua garganta. — Eu... quero enfrentar isso com você. Eu só não sei como.

Ji-on se aproximou devagar, como se soubesse o quão delicado aquele momento era para Ji-woo. Ele pegou sua mão, e o toque, simples e suave, foi o que Ji-woo mais precisava naquele instante.

— Vamos fazer isso juntos. Isso é tudo o que importa. Não vamos deixar que o medo ou as pressões externas nos definam. O que temos aqui, o que construímos, não é algo que vou deixar escapar.

O calor da mão de Ji-on envolveu a de Ji-woo de forma reconfortante. Ji-woo não sabia se estava pronto para tudo o que estava por vir, mas sabia que, enquanto estivessem juntos, conseguiria encarar o futuro com um pouco mais de esperança. Ele se apoiou na promessa de Ji-on, sentindo a força dele se refletindo em seu próprio peito.

— E se não der certo? E se não conseguirmos vencer as dificuldades? — Ji-woo perguntou, o medo novamente invadindo seu peito.

Ji-on não hesitou em sua resposta, suas palavras saindo com firmeza.

— Se não der certo, então pelo menos saberemos que tentamos. Eu vou lutar até o fim, Ji-woo. Mas o que não vou fazer é deixar você escapar de mim sem tentar.

Era como se o peso do mundo tivesse se afastado, pelo menos por um instante. Ji-woo sabia que as coisas não seriam fáceis, mas o que ele sentia por Ji-on já estava além das dificuldades. Eles haviam se encontrado em um ponto onde não havia mais como voltar atrás, onde as escolhas feitas estavam entrelaçadas e não podiam ser desfeitas. E ele não queria desfazer isso.

O silêncio entre eles era confortável, um momento de compreensão mútua, onde as palavras não eram mais necessárias. Ji-woo sabia que, não importa o que acontecesse, ele não estaria sozinho. Ji-on estava ao seu lado, e isso era tudo o que ele precisava para enfrentar o que estava por vir.

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O final de semana passou em um borrão de conversas tensas e pequenas decisões que marcaram um novo capítulo para ambos. Ji-woo voltou ao trabalho com a certeza de que a luta ainda estava apenas começando. Os olhares curiosos e as fofocas silenciosas eram agora algo com o que ele teria que aprender a lidar. Mas havia algo diferente agora. Ele sabia que, por mais desafiador que fosse, ele não estava enfrentando tudo aquilo sozinho.

Quando Ji-woo cruzou a porta do escritório naquela segunda-feira, ele não sentiu mais o medo que o consumia anteriormente. Sentiu-se mais forte, mais decidido. Ele não sabia exatamente o que o futuro reservava, mas uma coisa ele tinha certeza: ele e Ji-on estavam prontos para qualquer coisa.

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