O Jogo de Palavras

A segunda-feira começou com o sol forte, atravessando as grandes janelas do escritório e iluminando a sala de reuniões. Ji-woo já estava lá antes de todos, como de costume, organizando os documentos e verificando o cronograma do dia. Mas havia algo diferente naquele dia. Algo no ar, como se as paredes da empresa estivessem se fechando ao redor dele.

Ele sabia que a tarde de hoje seria crucial para o andamento do projeto com os investidores, mas não podia deixar de pensar na conversa com Ji-on na sexta-feira. O olhar dele, tão preciso e carregado de intenções não ditas, ainda estava gravado na sua mente.

Quando Ji-on entrou, sua presença era inconfundível. Ele parecia ainda mais distante do que o normal, e Ji-woo logo percebeu que algo estava incomodando o empresário. Mas, ao invés de demonstrar isso, Ji-on se manteve impecável, como sempre, com um sorriso controlado, e começou a falar sobre os detalhes da reunião de mais tarde.

“Ji-woo, preciso que você revise esses relatórios e faça os ajustes finais antes da reunião. Eles são essenciais para impressionar os investidores,” Ji-on ordenou, entregando um arquivo grosso.

Ji-woo pegou o papel, mas ao olhar para Ji-on, seus olhos se encontraram novamente. Não era um olhar comum. Era um olhar que carregava algo mais profundo, algo que ele não podia identificar. A tensão estava ali, suspensa, como se ambos soubessem que a situação já não poderia ser ignorada.

“Entendido, senhor.” Ele se virou para a mesa e começou a organizar os relatórios, mas a presença de Ji-on era inegável. O empresário se movia pelo ambiente com facilidade, como se dominasse cada centímetro do espaço. Ji-woo podia sentir a energia ao seu redor, um magnetismo sutil, mas que parecia puxá-lo cada vez mais perto.

O silêncio entre eles era confortável, mas carregado de algo não falado. Ji-woo não sabia se estava apenas imaginando, mas parecia que Ji-on o observava com mais atenção do que o normal. Era como se ele estivesse esperando que Ji-woo quebrasse o gelo, como se fosse necessário dar o primeiro passo.

Mas Ji-woo hesitava. Havia algo em Ji-on que o fazia questionar seus próprios limites, e ele não sabia até onde estava disposto a ir para descobrir o que estava por trás daquela fachada controlada.

Durante a reunião, a tensão continuou a crescer. Ji-woo estava completamente concentrado, mas podia sentir os olhares furtivos de Ji-on sobre ele. Cada palavra dita, cada movimentação do corpo de Ji-on parecia mais carregada de significado. Como se o simples fato de estar ali, tão perto, fosse uma provocação silenciosa.

Quando a reunião terminou, Ji-woo se apressou a sair da sala, sentindo o alívio de finalmente escapar da pressão. Mas antes que ele pudesse chegar à porta, ouviu a voz de Ji-on chamá-lo.

“Ji-woo, espere.” A voz de Ji-on estava mais suave agora, mas havia uma insistência nela que fez o coração de Ji-woo disparar.

Ele parou, sem se virar imediatamente. Sabia que aquele momento era crucial.

“Você tem algum plano para o fim de semana?” Ji-on perguntou, se aproximando lentamente.

Ji-woo virou-se, surpreso com a pergunta. Era uma pergunta simples, mas que de alguma forma se carregava de algo mais. Algo que ele não conseguia identificar. Algo que quebrava o protocolo.

“Eu... ainda não pensei nisso,” Ji-woo respondeu, tentando manter a calma, mas sabia que estava evitando a verdade. Não conseguia parar de pensar em Ji-on, nem mesmo nos momentos em que estava longe dele.

Ji-on sorriu levemente, quase como se soubesse exatamente o que Ji-woo estava pensando. “Bem, se mudar de ideia, há sempre algo interessante acontecendo por aí.” O tom de sua voz agora estava mais descontraído, mas havia uma profundidade nele que Ji-woo não conseguia ignorar.

Antes que ele pudesse responder, Ji-on se afastou, como se a conversa tivesse terminado. Mas o olhar que ele lançou para Ji-woo antes de sair da sala não deixou dúvidas: havia algo em jogo, algo que ambos estavam tentando negar, mas que não poderia ser mais óbvio.

Ji-woo ficou parado por um momento, o peito apertado. Ele sabia que o jogo havia começado. O que quer que fosse, ele não conseguiria se esconder por muito tempo. O que começou como simples curiosidade estava se tornando uma atração perigosa, uma que ele não sabia se queria ou não controlar.

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