A noite chegou como um manto pesado sobre Ji-woo, trazendo mais perguntas do que respostas. Ele estava sentado em seu pequeno apartamento, a pilha de papéis espalhada pela mesa da sala. Mas, por mais que tentasse, os números não faziam sentido. Não era por falta de conhecimento, mas pela avalanche de emoções que Ji-on havia desencadeado com aquela conversa.
A frase "tudo o que você faz me afeta" ecoava repetidamente em sua mente. Aquilo era mais do que ele estava preparado para lidar. Desde que entrou na empresa, Ji-woo sempre soube que Ji-on era um homem complexo, mas nunca esperou que a relação profissional entre os dois cruzasse a linha do desconhecido.
Na manhã seguinte, o escritório estava mais silencioso do que o normal. Ji-woo chegou cedo, como sempre, mas havia algo diferente na atmosfera. Ele tentou focar em seus relatórios, mas sentia o olhar invisível de Ji-on pesando sobre ele, mesmo sem o empresário estar presente.
Quando o relógio marcou dez horas, seu telefone tocou. A voz da secretária de Ji-on veio direta: “Sr. Ji-woo, o Sr. Ji-on gostaria de vê-lo em sua sala agora.”
O coração de Ji-woo acelerou. Ele se levantou lentamente, alisou o paletó e seguiu para o escritório do CEO. A porta estava entreaberta, e ele viu Ji-on olhando para a grande janela de vidro que dominava o espaço, com as mãos nos bolsos.
“Entre,” Ji-on disse, sem se virar.
Ji-woo entrou e fechou a porta atrás de si. O silêncio se alongou, criando uma tensão quase insuportável. Finalmente, Ji-on se virou, seus olhos encontrando os de Ji-woo com uma intensidade que parecia queimar.
“Por que você está fugindo de mim?”
A pergunta foi direta, sem rodeios. Ji-woo sentiu seu corpo enrijecer. Ele tentou formular uma resposta lógica, mas nada parecia suficiente para expressar o que sentia.
“Eu não estou fugindo,” ele disse, embora sua própria voz não carregasse muita convicção.
Ji-on deu um passo à frente. “Está sim. E não vou mais fingir que não percebo.”
O ar parecia ter sido sugado da sala. Ji-woo sentiu sua respiração acelerar, mas se forçou a manter a compostura. Ele sabia que precisava ser honesto, mas também temia as consequências de sua franqueza.
“Se estou agindo de forma distante, é porque preciso proteger o que construí,” Ji-woo finalmente disse. “Não quero que minhas emoções interfiram no meu trabalho.”
Ji-on estreitou os olhos. “Você acha que eu me importo com isso? Eu te escolhi para estar ao meu lado porque vejo algo em você, Ji-woo. Algo além das suas habilidades profissionais.”
Aquelas palavras foram como um choque. Ji-woo sentiu uma mistura de medo e desejo crescendo dentro dele. Era isso que Ji-on queria o tempo todo? Ele estava se expondo de uma forma que ninguém nunca havia feito antes.
“Eu não sei como lidar com isso,” Ji-woo confessou, sua voz mais baixa. “Você é meu chefe. Eu sou apenas… eu.”
“E isso é suficiente para mim.”
A proximidade entre eles se tornou insuportável. Ji-on estava agora a poucos centímetros de Ji-woo, e o mundo parecia ter parado naquele instante. Nenhum dos dois disse mais nada. O silêncio não era desconforto, mas expectativa.
Ji-woo sentiu o impulso de recuar, mas seus pés não obedeciam. Algo dentro dele, algo que ele tentava reprimir há tanto tempo, estava prestes a romper a superfície.
“Ji-on…”
A voz dele era um sussurro, mas carregava todas as emoções não ditas. Ji-on inclinou-se ligeiramente, os olhos presos aos de Ji-woo. E, por um instante, tudo pareceu se alinhar.
Mas, antes que qualquer barreira fosse quebrada, o telefone de Ji-on tocou, trazendo ambos de volta à realidade. Ji-on respirou fundo e se afastou lentamente. Ji-woo sentiu o frio voltar à sala com a distância entre eles.
Ji-on atendeu a ligação, sua expressão fechada. “Sim? Sim, estarei lá em cinco minutos.”
Ele desligou e olhou para Ji-woo novamente, mas dessa vez com uma expressão diferente. Havia arrependimento, mas também determinação.
“Esta conversa não acabou,” Ji-on disse. “Mas por enquanto, volte ao trabalho.”
Ji-woo assentiu lentamente e saiu da sala sem dizer mais nada. Seu coração ainda estava acelerado, e sua mente girava com mil possibilidades.
De volta à sua mesa, Ji-woo tentou se concentrar, mas sabia que tudo havia mudado. A tensão entre eles havia chegado a um ponto crítico, e não havia mais como voltar atrás.
Ele não sabia o que o futuro reservava, mas uma coisa era certa: não importava o quanto tentasse, Ji-on agora fazia parte de sua vida de uma maneira que ele não poderia mais ignorar.
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Atualizado até capítulo 30
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