O escritório estava em um silêncio tenso na manhã seguinte. Ji-woo mal conseguia se concentrar nas planilhas que tinha diante de si. As palavras de Ji-on ainda ressoavam em sua mente, e a sensação de que algo estava prestes a acontecer fazia com que cada segundo parecesse mais longo que o anterior. O futuro estava incerto, e enquanto ele tentava se manter focado no trabalho, era impossível ignorar a crescente pressão que pairava no ar.
No corredor, o burburinho já começava a se espalhar. Os colegas estavam mais quietos, mais atentos aos movimentos dos dois. Todos podiam sentir que algo estava para acontecer. O jogo político da empresa estava prestes a se intensificar. Ji-woo sabia que ele e Ji-on estavam no centro disso, e não poderia mais se dar ao luxo de ignorar os olhares de curiosidade e julgamento que os cercavam.
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Mais tarde, Ji-woo foi chamado para uma reunião com o CEO. O simples fato de ser convocado para uma conversa em particular já era uma indicação de que as coisas estavam esquentando. Ao entrar na sala, o CEO o recebeu com um sorriso profissional, mas seus olhos estavam duros, como se soubessem exatamente o que estava em jogo.
— Ji-woo, obrigado por vir. — O CEO iniciou, fazendo um gesto para que ele se sentasse. — Precisamos discutir o futuro da sua posição aqui na empresa, e o impacto das suas escolhas pessoais em sua carreira profissional.
Ji-woo permaneceu em silêncio, seu coração batendo mais forte a cada palavra. Ele sabia que aquela conversa seria crucial. Qualquer deslize, qualquer fraqueza, poderia ser o suficiente para afastá-lo de tudo o que ele construiu até ali.
— A situação é simples. Você e Ji-on são um foco de atenção dentro e fora da empresa. Como você bem sabe, a nossa imagem é tudo. Não podemos permitir que problemas pessoais interfiram nos negócios.
Ji-woo sentiu uma pontada de raiva, mas não se deixou levar pela emoção. Ele sabia que precisava ser cauteloso.
— Eu compreendo. — Respondeu com calma, tentando manter a compostura. — No entanto, minha vida pessoal não deve afetar a qualidade do meu trabalho. Estou comprometido com a empresa, e isso nunca mudará.
O CEO inclinou a cabeça, avaliando-o com mais cuidado.
— E você está disposto a fazer qualquer coisa para manter essa lealdade? — O CEO perguntou, o tom de voz insinuando que havia mais na conversa do que simples palavras.
Ji-woo sentiu o gelo se formar em sua espinha. Ele sabia o que estava implícito, e a resposta não era simples. O que o CEO estava pedindo não era só uma demonstração de lealdade profissional, mas um sacrifício pessoal. Algo que poderia afetar não apenas ele, mas também Ji-on.
— Sim. — Ji-woo respondeu, com firmeza, mas sem a certeza total de onde essa decisão o levaria. — Estou disposto a fazer o que for necessário para que o ambiente da empresa se mantenha estável.
O CEO sorriu, mas o sorriso era frio, como uma armadilha que acabara de ser armada.
— Isso é o que eu queria ouvir. — Ele levantou-se, estendendo a mão. — Estou certo de que você tomará a decisão certa, Ji-woo. Esta conversa fica entre nós por agora, mas os próximos dias serão cruciais. Sua lealdade será testada.
Ji-woo apertou a mão do CEO, sentindo a tensão aumentar dentro de si. A conversa havia terminado, mas a sensação de que ele havia sido manipulado, de alguma forma, ficou com ele.
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Naquela noite, Ji-woo encontrou Ji-on em um restaurante afastado, longe dos olhares curiosos que normalmente os observavam. Ele precisava falar sobre o que aconteceu, precisava compartilhar a angústia que sentia, mas sabia que as palavras não seriam fáceis.
Quando Ji-on chegou, Ji-woo já estava sentado, os ombros pesados, como se carregasse o mundo nas costas.
— O que aconteceu? — Ji-on perguntou, seus olhos analisando Ji-woo com atenção.
Ji-woo olhou para ele, sentindo o peso daquilo tudo. Ele sabia que não poderia esconder o que estava acontecendo, mas ao mesmo tempo, não queria preocupar Ji-on mais do que já estava. Ele tomou um fôlego antes de falar.
— O CEO me fez uma proposta. Está claro agora que ele quer que eu escolha entre minha lealdade à empresa ou à minha vida pessoal. Ele… ele quer que eu faça um sacrifício.
Ji-on franziu a testa, o desconforto evidente em seu rosto.
— O que ele está pedindo, exatamente? — Ele questionou, sua voz carregada de preocupação.
Ji-woo hesitou antes de responder.
— Ele quer que eu me afaste de você, Ji-on. Que eu finja que não há nada entre nós. Ele está usando nossa relação como moeda de troca para controlar a minha posição aqui na empresa.
O silêncio que se seguiu foi ensurdecedor. Ji-on olhou para Ji-woo, seus olhos escuros refletindo uma mistura de incredulidade e raiva. Mas ao invés de explodir de raiva, ele se levantou, seu rosto tomado por uma expressão resoluta.
— Eles pensam que podem nos dividir. Mas isso é algo que eu não vou permitir. — Ji-on disse com uma intensidade que fez o coração de Ji-woo acelerar. — Não vou me afastar de você. E se isso significa que precisamos enfrentar a tempestade juntos, então é isso que vamos fazer.
Ji-woo sentiu uma onda de alívio ao ouvir aquelas palavras. Ele sabia que estava em um ponto sem retorno. A situação não estava apenas testando sua lealdade à empresa, mas seu compromisso com Ji-on, com o futuro deles juntos. Mas, naquele momento, ele soubera que, independentemente do que acontecesse, ele estava disposto a lutar por isso. E não importava a tempestade que se aproximava — ele e Ji-on enfrentariam juntos.
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O que restava agora era enfrentar o que estava por vir, e os próximos dias seriam cruciais. A tempestade estava a chegar, e Ji-woo sabia que não haveria mais como voltar.
O clima estava carregado de uma tensão palpável. Ji-woo e Ji-on sabiam que a batalha estava apenas começando. As palavras do CEO ainda ecoavam na mente de Ji-woo, como um aviso sombrio de que a qualquer momento, tudo poderia desmoronar. Mas, ao olhar para Ji-on, ele se sentia mais forte, mais determinado. Não importava o que viesse, ele não enfrentaria isso sozinho.
A noite passou devagar, e quando Ji-woo finalmente chegou em casa, o silêncio parecia sufocante. A decisão de enfrentar a tempestade ao lado de Ji-on estava tomada, mas ele sabia que o que estava por vir poderia ser irreversível. A empresa, a política de poder, e até mesmo a relação com Ji-on estariam em jogo de agora em diante. O risco era alto, mas a recompensa de não perder o que construíram também era enorme.
Ji-woo não conseguia dormir. Ele virou de um lado para o outro na cama, o pensamento cada vez mais agitado. As perguntas sem resposta martelavam sua mente. Como ele conseguiria equilibrar sua lealdade à empresa e seu relacionamento com Ji-on? Será que realmente estavam prontos para enfrentar os desafios que viriam? Cada cenário que imaginava parecia mais assustador que o anterior.
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Na manhã seguinte, o telefone de Ji-woo tocou logo cedo. O número desconhecido, mas a voz ao outro lado da linha era familiar.
— Ji-woo, preciso que você venha até a sede da empresa hoje. Temos uma reunião urgente. — A voz do CEO era firme e impositiva, sem espaço para questionamentos.
Ji-woo sentiu um nó na garganta, mas não demonstrou hesitação. Ele sabia que aquele encontro seria decisivo. Era a hora de enfrentar as consequências das suas escolhas.
Ele se levantou rapidamente e se preparou para o que estava por vir. O dia parecia mais pesado do que o habitual, cada passo em direção ao escritório era como uma caminhada rumo a algo desconhecido. A ideia de que sua vida estava prestes a ser virada de cabeça para baixo não o deixava em paz.
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Ao chegar à sede, Ji-woo foi imediatamente levado para uma sala privada. O CEO já estava lá, acompanhado de outros executivos, que observavam com uma intensidade que fazia Ji-woo se sentir pequeno. Ele sabia que o que acontecesse ali definiria o seu futuro na empresa.
O CEO olhou para ele com um sorriso frio, mas suas palavras eram afiadas como lâminas.
— Ji-woo, você teve tempo suficiente para refletir sobre a nossa conversa, e agora é hora de tomar uma decisão. Como já mencionei, sua posição na empresa e seu relacionamento com Ji-on estão em jogo. Se você realmente deseja continuar aqui, será necessário fazer uma escolha.
Ji-woo sentiu o peso daquelas palavras, mas não se intimidou. Ele já sabia o que precisava fazer.
— Eu já tomei minha decisão. — Ele respondeu, com a voz firme. — Não vou me afastar de Ji-on. A minha vida pessoal é minha, e eu não vou permitir que a empresa use isso contra mim.
O CEO pareceu surpreso por um instante, mas rapidamente voltou à sua postura calculista.
— Então, você está ciente de que sua escolha terá consequências. Não só para você, mas para Ji-on também. Esta empresa não tolera dissonâncias, e se você insistir em continuar com isso, podemos garantir que sua situação será complicada.
Ji-woo respirou fundo, sentindo o peso daquelas ameaças. Mas ele sabia que não podia retroceder. Ele não ia mais ceder à manipulação. Ele já havia tomado a decisão, e agora precisava arcar com as consequências, qualquer que fosse o preço.
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Quando a reunião terminou, Ji-woo saiu da sala com a sensação de que uma bomba prestes a explodir estava prestes a lançar tudo pelos ares. Ele olhou para os outros executivos, que o observavam com uma mistura de desconfiança e julgamento. Mas, em vez de se encolher, ele ergueu a cabeça. Ele não estava mais ali para agradar ou se curvar a ninguém. A pressão era grande, mas ele se sentia mais firme do que nunca.
Ao sair da sede da empresa, Ji-woo sentiu uma tempestade se formando em seu peito. A batalha havia sido travada, e agora, não havia mais volta. O que vinha a seguir seria a verdadeira prova de seu compromisso, não apenas com sua carreira, mas com Ji-on e com o futuro deles.
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Naquela noite, Ji-woo e Ji-on se encontraram novamente, dessa vez em um local mais íntimo, longe das tensões da empresa. Ji-woo sentou-se, ainda com o olhar intenso e preocupado.
— A reunião foi difícil. Eles fizeram ameaças, disseram que eu tinha que escolher entre a empresa e você. — Ele olhou diretamente nos olhos de Ji-on. — Mas eu não posso fazer essa escolha. Eu não vou fazer isso.
Ji-on sorriu, com os olhos brilhando com uma gratidão silenciosa. Ele se aproximou, colocando a mão sobre a de Ji-woo, como se quisesse garantir que estivessem na mesma página.
— Não precisamos mais de respostas fáceis, Ji-woo. Não existe escolha fácil. Mas nós dois já sabemos o que queremos. E isso é o que importa. Não vou te deixar enfrentar isso sozinho.
Ji-woo sentiu uma onda de alívio tomar conta dele. Ele não estava sozinho. Não mais. Eles tinham o que mais importava: o apoio e a confiança um no outro.
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A tempestade que se aproximava ainda era incerta, mas uma coisa estava clara para Ji-woo naquele momento. Ele estava pronto para lutar por aquilo que era seu. E, ao lado de Ji-on, não importava o quão difícil fosse o caminho. Eles enfrentariam juntos o que viesse pela frente.
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Atualizado até capítulo 30
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