13 Capítulo

Flora narrando ✨

Flora se afastou de Renan, sentindo uma onda de desconforto tomar conta de si. Ele, com aquele sorriso provocador, a fazia ficar nervosa, mas ela tentou manter a firmeza em suas palavras. Precisava manter a situação sob controle, ainda mais com o que estava acontecendo entre eles.

Flora: Você só vai ficar aqui essa noite e vai embora bem cedo. Não vou deixar você sair tão tarde da noite, ainda não está bem o suficiente para saber o caminho de casa.

Renan riu, achando que a explicação de Flora era apenas uma desculpa para mantê-lo ali. Ele, com seu olhar desafiador, deu um passo à frente e a olhou nos olhos, sorrindo de maneira provocadora.

Renan: Você acha que é só uma desculpa, Flora? A cama tem espaço para nós dois, sabia?

Flora franziu as sobrancelhas e, com um tom firme, afastou-se ainda mais dele, tentando manter a distância que, para ela, era necessária para controlar a situação.

Flora: Não, Renan. Eu vou colocar um edredom no chão e vou dormir lá. Não é o que você está pensando.

Renan, então, a surpreendeu. Sem aviso, ele a pegou nos braços com facilidade e a colocou delicadamente na cama. Flora tentou protestar, mas antes que conseguisse dizer algo, Renan a olhou com um sorriso travesso.

Renan: Eu estava só brincando, Flora. Vou dormir no chão, ok?

Ele se levantou e, sem hesitar, foi até o armário dela. Pegou um edredom e, com a calma de sempre, colocou-o no chão, preparando seu lugar para dormir. Flora ficou atônita, ainda processando a situação e, ao mesmo tempo, tentando manter a compostura.

Quando Renan terminou de arrumar o edredom, ele se aproximou mais uma vez da cama e, para surpresa de Flora, se inclinou sobre ela. Antes que ela pudesse se virar ou protestar, ele deu-lhe um beijo suave na testa.

Flora ficou paralisada. O gesto, tão inesperado, fez seu coração acelerar. Ela não sabia como reagir, mas sabia que a sensação de nervosismo aumentava a cada segundo. Por um momento, ela ficou com a respiração presa, o calor da situação a invadindo. Ele estava tão perto, e o que era para ser uma noite tranquila havia se tornado algo muito mais confuso.

Renan, ainda sorrindo, foi para o chão e se deitou. Ele tentou se ajeitar, mas não conseguia parar de pensar nela. Estava tão perto, e o cheiro dela ainda estava no ar, invadindo seus sentidos. Ele olhou para a cama, observando Flora virar de lado, cobrindo-se com o cobertor, tentando se afastar o máximo possível dele.

Renan fechou os olhos, mas não conseguia adormecer. A tensão no ambiente era palpável, e ele sentia a inquietação de ter Flora tão próxima e, ao mesmo tempo, tão distante. Ele não conseguia parar de pensar no beijo que tinha dado em sua testa, como se aquele gesto tivesse significado algo mais do que ele queria admitir.

Flora, deitada de costas, também não conseguia dormir. O calor do quarto parecia insuportável, e, apesar de tentar se concentrar em qualquer outra coisa, a presença de Renan estava em cada canto da sua mente. Ela não queria pensar nisso, não queria dar importância a ele, mas o comportamento dele a confundia ainda mais.

Ela apertou os olhos, tentando se afastar mentalmente de tudo o que acontecia ao seu redor, mas não conseguia. O simples fato de ele estar ali, perto dela, mudava tudo. E, apesar de querer manter o controle, ela sabia que aquela noite seria mais difícil do que imaginava. Ela virou de lado, escondendo a cara no travesseiro, na esperança de conseguir dormir, mas a consciência de Renan estar ali a consumia a cada segundo.

Renan, no chão, se virou de lado, observando o movimento da cama. Não conseguia entender o que estava acontecendo entre eles. O beijo na testa ainda estava fresco em sua mente, e ele se perguntou o que aquilo realmente significava para Flora. Ela parecia tão fechada, tão distante, mas, ao mesmo tempo, ele sentia que ela o desafiava o tempo todo. Ele estava desconfortável, não conseguia relaxar, e a sensação de ter ela tão perto, mas tão inacessível, o incomodava profundamente.

Ambos ficaram ali, na quietude da noite, sem saber como seguir com o que estava acontecendo. O silêncio tomou conta do quarto, mas os pensamentos de ambos estavam em plena agitação, tentando entender os sentimentos confusos e as emoções contraditórias que estavam crescendo entre eles. Era como se o ar estivesse carregado de algo indefinido, algo que nenhum dos dois estava pronto para enfrentar, mas que ambos sentiam profundamente.

A madrugada avançava, e o silêncio no quarto permanecia quase absoluto, exceto pelo leve som da respiração de Flora e Renan. Ela tentava manter os olhos fechados, mas o turbilhão em sua mente não deixava. Tudo naquela noite parecia estranho, desconcertante, mas também... diferente.

Renan, deitado no chão, revirava-se de um lado para o outro. A rigidez do chão não o incomodava tanto quanto os pensamentos que se acumulavam em sua mente. Ele não entendia por que estar perto de Flora o afetava tanto, mas havia algo nela que o fazia querer prolongar aquele momento. Ele suspirou, frustrado.

Renan: Flora, você está acordada?

Flora apertou os olhos, tentando fingir que dormia, mas era óbvio que seu corpo tenso a entregava. Ela soltou um suspiro resignado.

Flora: Estou. O que foi agora?

Renan virou-se para encará-la, mesmo que ela ainda estivesse de costas para ele.

Renan: Só... queria te agradecer. Você não precisava ter feito tudo isso por mim.

Flora, ainda olhando para o travesseiro, sentiu suas bochechas esquentarem. Não sabia como responder, então apenas murmurou algo inaudível.

Renan continuou: E... desculpa por ter te deixado desconfortável antes. Eu não devia ter brincado daquele jeito.

As palavras dele pegaram Flora de surpresa. Virando-se levemente, ela o encarou. Havia algo no olhar de Renan que parecia genuíno, algo que ela não costumava ver nele. Ela suspirou profundamente, relaxando um pouco.

Flora: Tudo bem, Renan. Mas você precisa parar com essas brincadeiras. Nem sempre as pessoas entendem.

Ele assentiu lentamente, com um sorriso fraco.

Renan: Vou tentar, prometo.

Depois disso, o silêncio voltou ao quarto. Flora se virou novamente, mas desta vez sua mente estava um pouco mais tranquila. Aos poucos, seu corpo relaxou, e ela finalmente começou a sentir o sono chegando.

Quando os primeiros raios de sol entraram pela janela, Flora acordou com a luz tocando seu rosto. Espreguiçando-se, olhou em direção ao chão, esperando ver Renan ainda dormindo. Mas, para sua surpresa, ele não estava mais lá.

Ela levantou-se rapidamente, o coração batendo acelerado, e foi até a porta do quarto. Olhou para o corredor e viu Renan na cozinha, tentando preparar algo.

Flora: Renan! O que você está fazendo aqui?

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