Voltei para a mesa onde Lúcia e os outros estavam, ainda tentando processar o que tinha acontecido.
Lúcia: O que foi aquilo? — Olhou para mim com os olhos arregalados, visivelmente surpresa, tentando entender o que tinha acontecido.
Flora: Não faço ideia. Ele só começou a falar comigo... — Respondi, ainda confusa, tentando processar o que acabara de acontecer.
Lúcia: Renan nunca faz “só isso”. Cuidado com ele. E cuidado com a Filipa também, porque ela não gosta nada quando ele dá atenção para outra garota. — Riu levemente, mas com um tom sério, alertando-me sobre a situação.
Eu balancei a cabeça, sem saber exatamente o que pensar. Mais uma vez, o sinal tocou, e todos começamos a nos mover para a próxima aula.
Flora: Isso vai ser mais complicado do que eu esperava. — Pensei, sentindo uma leve apreensão sobre o que o futuro poderia reservar para mim nessa escola.
Segui Lúcia para a sala de aula ainda pensando na cena da cantina. A forma como Filipa agiu me incomodou. Não fazia nem sentido; Renan só havia falado comigo por alguns segundos.
Sentamos em nossos lugares, e o professor começou a dar a aula de história. Apesar de interessante, minha mente estava em outro lugar. A escola já parecia uma aventura bem mais intensa do que eu havia imaginado.
No final da aula, enquanto eu guardava meus cadernos na mochila, senti uma leve batida no meu ombro.
Lúcia: Ei, vamos sair rápido. — Lúcia olhou para mim com um tom de urgência.
Flora: Por quê? — Perguntei, confusa, enquanto olhava na direção dela.
Lúcia: Filipa está vindo na nossa direção. — Ela apontou discretamente para o fundo da sala com o queixo.
Virei-me e vi Filipa se aproximando com aquele andar confiante e um olhar que não deixava dúvidas: ela queria falar comigo.
Filipa: Flora, certo? — Perguntou, cruzando os braços, enquanto me analisava da cabeça aos pés.
Flora: Isso. — Tentei parecer tranquila, mas meu coração estava disparado.
Filipa: Então... só queria deixar uma coisa clara. O Renan é meu namorado. E, bom, ele é super educado com todo mundo, sabe? Mas acho que você pode ter entendido errado. — O sorriso dela era falso, quase cínico.
Flora: Não entendi nada errado. Ele só falou comigo.— Respondi, franzindo o cenho, tentando esconder minha irritação.
Filipa: Ótimo. Então espero que continue assim. Não gosto de mal-entendidos. — Ela deu meia-volta e saiu da sala, deixando um rastro de perfume caro e tensão no ar.
Lúcia: Eu te avisei! Essa garota é um problema. — Sussurrou, parecendo preocupada, enquanto eu ainda processava a situação.
Flora: Ela nem precisava vir falar comigo. Foi só uma conversa! — Disse, indignada, enquanto jogava a mochila no ombro.
Lúcia: Pra ela, tudo é ameaça. Melhor você tomar cuidado. — Respondeu, dando de ombros com um ar de quem já tinha visto isso acontecer antes.
Suspirei, tentando não deixar aquilo me abalar, mas era difícil. Já tinha o suficiente para me preocupar com a adaptação à nova escola, e agora parecia que Filipa tinha decidido que eu era um problema.
Flora chegou em casa logo após a escola, a tarde começando a se estender à sua frente. Ela havia caminhado três quarteirões até sua casa, acompanhada de Lúcia, que morava a dois quarteirões de distância. Quando entrou, o cheiro de comida já se espalhava pela casa, mas ela se dirigiu diretamente ao seu quarto, preferindo a paz do seu espaço.
No corredor, encontrou seu avô José, que estava sentado na sala, como sempre, lendo um livro.
José: Como foi o dia, minha neta? — Ele olhou para Flora, sorrindo suavemente.
Flora: Foi tranquilo, vovô. Nada demais. Só mais um dia. — Ela deu um breve beijo na testa dele e subiu as escadas até seu quarto.
A janela de seu quarto estava com as cortinas fechadas, como sempre, bloqueando qualquer visão do mundo lá fora. Flora sentou-se na cama, sentindo-se aliviada por estar em casa. Era o momento em que podia relaxar, sem as obrigações da escola ou da interação com outras pessoas. Mas algo parecia diferente naquele dia, como se algo estivesse prestes a mudar.
Mais tarde, a hora do jantar chegou, e Flora desceu até a cozinha. A mesa estava posta, e o cheiro de arroz, feijão e bife grelhado estava no ar. Seu pai, já estava sentado, esperando, e seu avô estava servindo a comida. A mãe de Flora estava no quarto durante em uma reunião.
Alexandre: Como foi a escola hoje, Flora? — Ele perguntou, enquanto pegava o prato.
Flora: Tranquilo. Conheci algumas pessoas novas, como a Lúcia. — Ela se sentou à mesa e começou a servir sua comida.
José: Fico feliz que tenha feito uma amiga logo no primeiro dia. — José, sempre otimista, sorriu para Flora, que apenas assentiu, saboreando a comida.
Durante o jantar, conversaram sobre coisas simples: o trabalho de Alexandre no hospital, as histórias que José sempre contava sobre suas viagens e a rotina de Flora na escola. Foi uma refeição tranquila, e Flora se sentiu confortável no ambiente familiar.
Após o jantar, Flora subiu para o seu quarto, tentando deixar para trás o cansaço do dia. A casa estava tranquila, e ela se jogou na cama, respirando fundo. Mas, ao olhar para o canto da cama, algo chamou sua atenção. Havia um envelope dobrado de forma cuidadosa, sem nenhum indício de quem poderia ter deixado ali.
Flora: O que é isso? — Pensando, ela se aproximou, curiosa e desconfiada. O envelope era simples, de papel pardo, com um toque áspero. Não havia nenhum nome ou endereço, apenas uma pequena marca no centro, como se alguém tivesse feito isso propositalmente.
Com a mente cheia de perguntas, Flora abriu o envelope e, ao tirar o conteúdo, percebeu que a carta estava escrita à mão. Mas a caligrafia era estranha. As letras eram irregulares, algumas com formas arredondadas, outras com ângulos agudos, uma mistura difícil de ler, como se o escritor tivesse pressa ou estivesse tentando disfarçar sua identidade.
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Atualizado até capítulo 30
Comments
Gigliolla Maria
quem será que estw enviando cartas a ela
2025-02-19
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