“Lola”
Vi Suzi olhando com cara feia para nós dois e acho que ali tem, vou descobrir.
-Porque você não tenta com a Suzi? Ela me parece uma boa moça.
-Eu já tentei sair com algumas que saíram com o Max e não deu muito certo. Sou diferente dele, e na comparação eu sempre saio perdendo.
-E se você mostrar para elas seu lado bom, da próxima vez seja mais você e menos o Max. Elas já tiveram o Max, talvez elas se assustem porque você quer ser uma cópia dele.
-Tem razão, doutora, eu vou começar com a senhora. Sou Maycon, estou cursando o terceiro ano, adoro literatura e quero ser professor de português.
-Muito prazer, Maycon. Em casa, tenho alguns clássicos da literatura, vou ver se consigo falar com minha mãe para me mandar. Se conseguir, você terá alguns livros para te inspirar na sua jornada.
-Nossa, eu não sei o que dizer, muito obrigado, doutora, eu vou contar para os outros.
Maycon saiu e eu fui falar com a Susi.
Entrei e ela nem me dirigiu o olhar, sei que está com ciúmes, mas vou resolver.
-Bom dia! Como está sua mão?
-Está melhor, não precisa fingir que se preocupa comigo, eu sei me virar.
-Susi, por que você está reativa desse jeito?
-Não estou reativa, é impressão sua.
-Ontem eu estive aqui com o Max e você me tratou bem, mesmo já tendo ficado com ele e hoje parece que mexi com alguma coisa particular sua. Você gosta do Maycon?
Susi arregalou os olhos e me disse:
-Você é sempre direta desse jeito?
-Sou, eu acho que, se falar o que penso, pode até que algumas pessoas não gostem, mas tenho a possibilidade de me entender com elas e, se eu deixar sem falar, a animosidade pode chegar em uma posição que não terá mais como resolver.
-Ok, eu vou ser sincera com você, eu não tenho estudo, trabalhei a minha vida toda para ajudar minha mãe a criar meus irmãos. Não sei o que é animosidade, mas estou gostando muito do Maycon, ele me encanta com suas histórias de livros que já leu, ele vai ser professor e eu vou continuar aqui cuidando dos bichos, não sou mulher para ele.
-Maycon não me parece que olha muito esse lado, ele me pareceu um menino legal. Mas se você acha isso um problema, volte a estudar.
-E quem vai fazer meu serviço?
-Podemos remanejar alguém, tem uma parte do dia que os meninos ficam ociosos, eles podem ajudar a cuidar do berçário.
-Os meninos são estudantes de veterinária e fazem estágio aqui, não vão querer ficar no berçário.
-Deve ter um professor ou simplesmente eles vêm e fingem trabalhar e ganham a nota do estágio?
-O professor vem a cada 15 dias, faz uma avaliação e o resto fica por conta do seu pai e do Max.
-Vou resolver isso, eles vão aprender a trabalhar e vou começar hoje, depois do almoço vou arrumar um para ficar aqui e você vai à cidade com o Maycon fazer sua matrícula na escola ou ver que documentos que precisa.
-Com o Maycon?
-Sim, ele estuda lá e vai saber te orientar.
-Você é, quem sabe, eu vou fazer o que você mandar.
-Cuide de seus afazeres e deixe que do resto eu cuido.
“Lola”
Deixei a Susi e fui procurar o Maycon, vi os meninos do outro lado da cerca eu não consigo entender porque eles estão gritando tem muito vento e eu não consigo escutar o que eles estão falando, abri a porteira e entrei meu celular vibrou, peguei ele na mão e continuei indo em direção aos meninos, aqui tem torre porque será que eles não vêm aqui para falar nem está tão longe da casa.
Olhei as mensagens e vi que tem várias do Alex querendo saber onde estou porque não atendo as ligações dele, o que será que ele quer falar comigo, estava tão distraída que só voltei a mim quando ouvi um arruar(ronco feito pelo javali), ergui minha cabeça devagar e dei de cara com um javali gigante.
Com presas enormes pronto para me atacar, agora entendo porque os meninos estavam gesticulando tanto, estavam tentando me avisar que esta era a área dos javalis.
Um javali com esse porte corre mais de 14 km/ hora, não dá para correr, nesse horário ele deveria estar dormindo porque são animais noturnos devo ter atrapalhado o sono dele, não são territorialistas, mas devem estar de cria, ele vai defender a fêmea, ele é perfeito deve ter uns 270 quilos, 1 metro de altura e mais ou menos 1,80 cm de comprimento, presas grandes e bem saudáveis.
Se eu me mexer, ele vem para cima, preciso fazer um barulho, ele é grande e tem cara de mal, mas morre de medo de barulho. Devagar, comecei a procurar um som no celular, de repente vi Max pular a cerca só com uma mão e uma buzina na outra.
Acionou e o javali correu para se esconder. Me abraçou e perguntou.
-Você está bem? Ele te machucou? Eu já falei para Rodrigo que devemos matá-lo, não dá para ter um animal desse tamanho aqui.
-Max, estou bem e ninguém vai matar uma criatura tão bela, ele só estava defendendo a família dele.
-Aquele javali é uma criatura bela? Bonito é o pavão, não aquele bicho mal-encarado. Você é estranha, era para estar chorando em meus braços, me agradecendo por salvar sua vida, mas claro que não! E ainda quer defender o javali!
-Max, não fique magoado, eu sou veterinária, sempre vou defender os animais, o ser humano que é um animal sem coração.
-Vamos sair daqui, senão aquele javali resolve voltar e aí sim você vai ver quem não tem coração, ele poderia ter te rasgado, te machucado, você viu o tamanho das presas dele?
-Sim, eu vi! Leva anos para ele ter aquelas presas. Max me promete que não vai machucá-lo.
Coloquei minhas mãos na cintura esperando a resposta dele, não estou nem aí que estamos dentro do espaço do javali.
-Da para falarmos disso lá fora?
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Atualizado até capítulo 66
Comments
Vanusa Crispim Da Silva
o pai dela tá proibido aproximação deles /Facepalm//Facepalm//Facepalm//Facepalm/
2025-03-17
1
Adelia Cabral
Mais uma história maravilhosa dessa autora maravilhosa parabéns 👏👏
2025-03-27
1
Carmem Lùcia Pimenta
Uau que cena linda, Max pulando
2025-03-04
1