Saí da cozinha e voltei para meu quarto, se fosse ver eu precisava de um banho gelado, para acalmar esse calor mas também sei que não tem banho que vai dar jeito nisso, eu não entendo fui casada cinco anos e parece que não era assim, nós namorávamos, mas esse fogo, só o beijo do Max deu conta de amolecer as minhas pernas e me fazer querer ir para a cama com ele, como vou conseguir me afastar dele?
Não posso me deixar dominar por esse sentimento. Deve ser carência, ou porque estou sem namorar há seis meses, mas que o danado do cowboy beija bem, com certeza beija.
Fui dormir ainda sob o efeito do beijo e tive um sonho erótico com Max, em minha cama, acordei suada e bati a mão do lado para ter certeza de que estava sonhando. E agora tenho que me levantar e encarar meu dia e o cowboy mais gostoso que conheço. Que por um acaso é marrento, implicante, mandão, mas beija bem para caralho, e dorme de meias, ainda vou perguntar porque ele dorme de meias.
Coloquei uma saia longa “ferrugem” e uma regata azul bem vintage, um tênis confortável porque vou andar bastante.
Prendi meu cabelo em um rabo de cavalo, um batom rosa. Estou pronta para começar o dia.
Entrei na cozinha e Inez já me olhou sorrindo.
-Podemos conversar normalmente?
Achei engraçado o jeito dela e perguntei.
- No meu normal ou no seu normal?
-Acho melhor no meu normal, no seu eu ainda erro muito.
-Está se saindo muito bem, bom dia, meninos!
-Virei e cumprimentei meu pai e Max, que estavam nos olhando.
Inez perguntou:
-O que vocês dois tanto olham? Eu e Lola já somos como carne e unha.
Rodrigo rebate.
-Me dá a receita, porque estou precisando, vocês nem ficaram sozinhas e já são amigas.
-É um segredo nosso, senta lá, menina, que vou te servir o melhor leite com chocolate que você já tomou em toda sua vida.
Rodrigo faz uma pose como se tivesse sido flechado.
-O melhor leite com chocolate é o meu, Inês, como você rouba o meu momento.
-Agora já foi, Lola, a pipoca doce dele também é boa, um dia desses ele faz para você e o Max é especialista em brigadeiro de colher.
-Nossa, se eu não engordar dessa vez, não engordo mais, vocês só fazem porcaria.
Eles ficaram bravos.
-Você não pode falar isso da nossa comida predileta, e você cozinha ou só sabe comer.
-Comer também é uma arte, mas sim sei fazer uma carne assada ótima.
-Sentei e eles continuaram a me falar seus pratos prediletos, e como revezavam na cozinha nas folgas de Inês.
-Agora sei porque chego aqui e não tem uma panela limpa, vocês são uns bagunceiros.
Sei que uma boa parte é mentira da Inês porque vi eles deixando a cozinha arrumada de noite após o jantar.
Max falou:
-Como você é residente desta casa, terá que dividir as tarefas conosco, direitos iguais.
Falei brincando:
-Sou veterinária e não vou lavar a vossa louça.
Max já pegou ar:
-Viu só como você criou ela, pensa que não tem limites, que não tem obrigações.
-Cala a boca, Max, se você não sabe brincar, não começa.
-Rodrigo, olha como ela fala comigo, que falta de respeito, você não vai falar nada.
Ficamos ambos olhando para Rodrigo, e Max, sério, realmente esperando uma atitude do pai dele, eu só esperando para ver o que Rodrigo vai fazer.
-Lola, não fale assim com o Max, ele fica magoado.
“Lola”
Eu não aguentei e comecei a rir da cara que Max fez.
-Rodrigo não precisa me defender mais se for para me tratar como um menino.
-É como você está reagindo, Lola, é mais velha que você, quem deve mandar são sempre os mais velhos, mas você não me escuta.
-Rodrigo, eu não sou tão mais velha que Max.
-Não! Juro que não havia percebido!
Achei que você fosse a tia Lola.
-Se o senhor está tentando me tirar do sério, já conseguiu.
-Vai lá, tia Lola, o Max vai te levar para conhecer as instalações, mais tarde nos encontraremos para você me dizer o que achou.
-Tudo bem, velhinho, se sou tia, você é um avô.
-Se você tivesse casado com um garanhão como o Max, com certeza eu já seria avô, mas foi casar com um frouxo.
-Você está querendo briga?
-Viu como é difícil lidar com alguém que está sempre na defensiva?
-Você é muito engraçado, vamos, Max, antes que eu mostre para ele o que é ficar na defensiva.
-Até! Rodrigo!
-Toma cuidado com os javalis.
-Pode deixar.
Quando saímos, perguntei:
-Temos uma manada de javalis?
-Sim, como eles são animais exóticos, podemos criá-los para tratar das onças. Os primeiros viveiros, como você já viu, são onde estão os animais em tratamento ou que chegaram de outra reserva. Eles ficam em quarentena até ser colhido o sangue e confirmar que estão livres de parasitas ou qualquer tipo de doença que possam ser transmitidas para os animais daqui.
-E os próximos viveiros?
-São as onças com filhotes, aqui, conforme eles vão crescendo, avaliamos a agressividade e a adaptação em cativeiro.
-E os que não se adaptam?
-São colocados em uma área sem contato com humanos e preparados para a soltura.
-Então, na maioria das vezes, é melhor ser agressivo, assim ganham a liberdade.
-Se for ver por esse lado, sim, mas vão ter que enfrentar o mundo lá fora, e a luta não é justa. Estes viveiros da esquerda são da Harpia, vou te ser sincero, ela me assusta, parece que me olha na alma.
Comecei a rir porque a Harpia tem esse olhar fixo mesmo, mas na maioria das vezes foge do ser humano. Perguntei para Max:
-Você sabe identificar o macho e a fêmea?
- Rodrigo me ensinou que a fêmea é maior, podendo atingir até um metro e o macho é menor, até uns 90 cm, é só essa a diferença.
-Quando estão de filhotes, os dois caçam. A reprodução é nos meses de setembro e novembro. Você sabia que todos falam que a águia americana é a maior ave de rapina do mundo, mas estão erradas. A maior ave de rapina é a nossa Harpia, ela é tão forte que pode carregar uma preguiça adulta ou uma pequena ovelha nas garras.
-Ela cria todo ano?
-Não, ela demora até três anos de uma chocada para outra. Enquanto o filhote não estiver pronto para viver sozinho, ela não o deixa ir embora. No primeiro ano, ele tem a plumagem branca e os seus voos são curtos.
Quando ele troca de pena no segundo ano, é que vem as penas cinzas, aí, sim, ele consegue voar mais longe e começa a ter habilidade de caça.
-E, por que é tão difícil a reprodução em cativeiro?
-Porque elas escolhem sempre as árvores mais altas, e em um cativeiro não tem isso, então é como se o corpo dela entendesse que não tem como procriar, nem botar ovos ela bota.
-Você parece gostar bastante das Harpias.
-Meu TCC foi baseado na vida delas, sei tudo o que você imaginar sobre as Harpias.
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Atualizado até capítulo 66
Comments
Vanusa Crispim Da Silva
👍👍👍👍👍👍
2025-03-17
2
Carmem Lùcia Pimenta
Frouxo e traidor kkkkk
2025-03-04
1
Maria Lima De Souza
👏👏👏🥰
2025-02-05
2