Vendo a onça ferida

“Lola”

Fui chegando com meu pai e a primeira coisa que vi foi Max de costas para mim," que visão" ele tem um corpo perfeito, uma bunda que dá vontade de apertar para ver se é durinha.

Os esturros das onças me impressionam.

-Quantas onças temos aqui?

-Entre as que foram criadas em cativeiro e as que estão em recuperação, 10. Três machos e sete fêmeas. Elas estão agitadas deste jeito porque sentem o cheiro da outra que não fazia parte.

-Sei, cadê a nossa nova interna.

-Max deixa Lola ver nossa amiga.

“Lola”

Olhei para Max e vi que ele está com um sorriso de vitória, achando que vou me assustar, mas ele não me conhece.

Olhei para aquele animal acuado e morrendo de medo de nós, se ele soubesse a força que tem não estava tão acuado, olhei para ela e não me olha de frente, cheirou a carne e não comeu, se fosse dor de ouvido ela comeria, ela está com dor de dente.

-Rodrigo, ela está com dor de dente, olha como ela não fica com a cabeça reta.

-Eu também estava desconfiado.

-Temos centro cirúrgico aqui?

-Temos, sim, Max leva Lola até o centro cirúrgico e a auxilia em tudo o que ela precisar.

-Rodrigo, você não pode me ajudar?

-Não, filha, minha mão não é mais firme como antes, preciso que vocês façam.

“Rodrigo”

Vi minha filha indo com Max em direção a nossa sala cirúrgica, meu capataz está comigo desde o começo me conhece bem.

-Que história é essa de que suas mãos não podem mais fazer uma cirurgia?

-Quero que eles se entendam, e se precisar vou tirar férias e deixo ambos cuidando de tudo.

-Você sabe que eles são dois animais feridos pela vida, e que não vai ser fácil.

-Sei, ela não confia em ninguém e ele também não, mas estou colocando fé, vão fazer um casal bonito, não vão?

-Se der certo com certeza, mas se não der pelo menos podem virar bons amigos.

-Vamos deixar a vida seguir o curso, e vamos ver o que vai dar.

-Acho melhor irmos lá ver se não se mataram.

-Vamos esperar aqui, José logo eles voltam.

“Lola”

Cheguei na sala cirúrgica e está tudo empoeirado, não pode ser usado assim.

-Vamos ter que lavar tudo, não pode ter sujeira.

-Sim, madame, mais alguma coisa madame.

-Para Max, eu não quero briga, aquela onça precisa que trabalhemos juntos.

-O que a senhora quer que eu faça? Peguei um vidro e já ia jogar nele.

-Não me chame de senhora, eu não sou tão mais velha que você.

-É o respeito, você é filha do meu patrão.

-Não foi o que ele me disse.

-E o que ele te disse?

-Ele me disse que você é como um filho para ele, então para com a palhaçada que somos quase irmãos.

-Então a partir de hoje vou te tratar como uma irmã.

-Por mim tudo bem, só não esquece que sou um pouco mais velha, então mando em você.

Max fez uma careta engraçada e perguntou:

-Quantos anos você acha que eu tenho?

-Com essa carinha de bebê, uns 20, acho que é isso.

-Tenho 25 anos e você deve ter uns 50.

-Viu só, você acertou precisamente. Acho que vou assumir o papel de Tia Lola, o que você acha?

-Acho que será ótimo. Mas me diz quantos anos você tem?

-Não se deve perguntar a idade de uma mulher, principalmente quando você chama ela de velha.

-Eu disse que você parece uma velha dando ordens, faz isso, faz aquilo, precisa lavar ali, não pode ter sujeira.

-Vou tentar me controlar, sou controladora e quando vejo já estou dando ordens.

-Vou tentar não responder na lata tudo o que você fala.

Estiquei a mão esperando um aperto.

-Amigos?

Quando Max apertou minha mão eu senti a eletricidade correr nas minhas veias, ele segurou alguns momentos, abriu um sorriso lindo e soltou.

-Você vai ajudar a lavar tudo isso ou vai ficar aí como uma madame só dando ordens?

-Lavo os instrumentos cirúrgicos.

-Ok, eu vou lavando a mesa, mas vai molhar toda a barra da sua saia chique.

Vi Lola pegar a saia no meio das pernas e dar um nó, transformando a saia em uma calça esquisita, mas funcional.

-Gostou? Quer que eu te ensine a fazer?

-Quero, sim, porque no dia que eu estiver de saia já vou saber o que fazer.

-Ha, Ha, Ha! Esta foi minha risada para você.

_ Já melhorou, pelo menos você não quis me cortar com o bisturi.

_ Eu ainda posso mudar de ideia, para de falar que a coitada da onça está com dor e nós precisamos deixar esse lugar apresentável.

***Esta obra está sob contrato com a NovelToon, e a pirataria, como a reimpressão sem permissão, é estritamente proibida.***

***Faça o download do NovelToon para desfrutar de uma experiência de leitura melhor!***