A caminhada até a torre antiga foi longa e repleta de desafios. À medida que Fagner e Gabriel se aproximavam do coração pulsante de Conak, a cidade ao seu redor parecia se transformar. O ar ficou mais denso, como se o tempo estivesse sendo comprimido em um único ponto. A energia emanada pela fissura no templo crescia, e a torre no horizonte, uma enorme estrutura de pedra coberta por musgo e raízes antigas, parecia ser a chave para entender o que estava acontecendo.
— Estamos chegando. — Fagner disse, sua voz grave, com um misto de determinação e apreensão.
Gabriel olhou ao redor, sentindo uma presença crescente, como se a cidade estivesse observando seus passos. Ele podia ouvir os sussurros nas sombras, os ecos de algo antigo e poderoso que estava despertando.
— Eu não gosto disso, Fagner. A cidade… a energia está ficando cada vez mais instável. Não sei o que vai acontecer quando chegarmos lá.
Fagner assentiu, compartilhando da preocupação de Gabriel. O que eles tinham visto na visão anterior era apenas um fragmento da verdade. Conak não era apenas uma cidade, mas um ponto de convergência entre os reinos, e a torre parecia ser o epicentro dessa conexão.
À medida que se aproximavam da base da torre, a entrada imensa se revelou diante deles. Suas portas eram feitas de um metal negro, adornadas com símbolos que pareciam brilhar fracamente. Havia uma sensação de estranheza no ar, como se a própria entrada estivesse testando a coragem daqueles que ousassem cruzá-la.
— Você sente isso? — Gabriel perguntou, sua voz quase um sussurro. — A entrada parece… viva.
Fagner tocou a porta, e no momento em que seu dedo fez contato com o metal, uma onda de energia percorreu seu corpo, fazendo com que sua visão tremesse momentaneamente. Ele sentiu uma conexão profunda, como se a cidade estivesse se reconhecendo neles, como se a torre fosse uma extensão de algo muito maior, algo que os dois ainda não compreendiam completamente.
Sem hesitar, Fagner empurrou a porta, que se abriu com um estrondo, revelando uma escada íngreme que descia para as profundezas da terra. O ar estava pesado e gelado, e uma neblina espessa começava a subir dos degraus.
— Temos que descer. — Fagner disse, sua voz ecoando na vasta caverna subterrânea.
Gabriel, mais hesitante, observou a neblina que se arrastava em espiral.
— Eu não gosto disso. A sensação de estar sendo observado é mais forte aqui. O que será que nos espera lá embaixo?
Fagner não respondeu, mas sua expressão mostrava que ele também estava apreensivo. O que quer que estivesse aguardando na torre, eles precisavam descobrir. Conak estava em um ponto crítico, e cada passo em direção ao centro da cidade os aproximava mais do desfecho que precisavam enfrentar.
A escada parecia não ter fim. As paredes ao redor estavam cobertas de runas que piscavam com uma luz fraca, e conforme desciam, a sensação de presságio aumentava. Quando finalmente chegaram ao fundo da escada, encontraram uma vasta sala subterrânea, no centro da qual havia um grande altar. No topo deste altar, uma esfera brilhava com uma luz branca intensa, mas ao mesmo tempo sombria.
— Isso… deve ser o coração de Conak. — Fagner murmurou, a visão da esfera deixando-o sem palavras.
Gabriel também estava hipnotizado pela esfera. Sua energia era densa e pura, como se fosse a fonte de toda a cidade. Mas havia algo perturbador sobre ela, algo que não parecia natural.
Antes que eles pudessem se aproximar mais, uma voz ecoou nas paredes da caverna, profunda e ameaçadora.
— Vocês chegaram até aqui… mas não sabem o que estão buscando. A verdade que desejam descobrir está além do que podem compreender.
A voz era familiar, mas Fagner e Gabriel não conseguiam identificar sua origem. Olharam ao redor, mas não havia ninguém. A escuridão parecia engolir cada canto da sala.
— Quem está aí? — Gabriel gritou, sua voz reverberando nas paredes.
A esfera começou a brilhar ainda mais intensamente, e de dentro dela emergiu uma figura encapuzada, com uma aura sombria que a cercava. Sua presença fazia o ar ficar mais pesado, como se a própria realidade estivesse sendo distorcida.
— Eu sou o Guardião da Verdade. O que buscam aqui não é apenas o destino de Conak, mas o equilíbrio dos mundos. Vocês são mais do que apenas humanos. São a última esperança e o maior sacrifício que esta cidade precisará.
Fagner deu um passo à frente, sua expressão determinada.
— O Guardião da Verdade… Você falou com a gente antes. O que significa tudo isso? O que é Conak, realmente?
O Guardião olhou para Fagner e Gabriel com uma expressão vazia, como se suas palavras já estivessem sendo ditas há milênios, mas nunca compreendidas.
— Conak é o ponto de origem de todos os mundos. Ela conecta o material e o espiritual, o passado e o futuro, a luz e a escuridão. O segredo que vocês buscam não pode ser revelado sem que um preço seja pago. A cidade não está apenas despertando. Ela está se transformando. Para que o equilíbrio seja restaurado, um sacrifício será exigido de vocês.
Gabriel deu um passo para trás, sentindo o peso daquelas palavras. O que significava aquele sacrifício? Eles estavam realmente prontos para fazer isso?
— O que você quer dizer com sacrifício? — Fagner perguntou, tentando manter a calma diante da revelação assustadora.
O Guardião levantou sua mão encapuzada, e a esfera no altar começou a brilhar mais intensamente, lançando uma luz cegante.
— O sacrifício não será apenas físico. Será a sua essência, a própria razão de sua existência. O equilíbrio de Conak será restaurado, mas apenas se vocês estiverem dispostos a perder tudo o que são. O destino de todos os mundos repousa sobre vocês.
A sala começou a tremer, e as paredes pareciam desmoronar, como se a própria cidade estivesse reagindo ao que estava prestes a acontecer. O Guardião deu um último olhar para os dois irmãos, suas palavras carregadas de um peso insuportável.
— Agora, a escolha é de vocês. O que farão?
Fagner e Gabriel ficaram em silêncio, a tensão no ar quase palpável. O futuro de Conak estava em suas mãos, mas o preço que teriam que pagar para restaurar o equilíbrio poderia ser mais do que estavam dispostos a sacrificar.
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No próximo capítulo, Fagner e Gabriel enfrentarão uma decisão impossível, onde terão que escolher entre salvar Conak e perder suas próprias identidades, ou sucumbir à escuridão e permitir que a cidade caia no abismo.
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Atualizado até capítulo 100
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