A noite se estendia como um manto sobre Conak, e os irmãos Fagner e Gabriel estavam mais determinados do que nunca. Eles haviam se preparado para a jornada até o Templo de Eboran, um lugar enterrado nas catacumbas sob a cidade, onde o poder de Azrathal, o ser primordial aprisionado, aguardava para ser libertado. Cada passo dado em direção ao templo os afastava da segurança da base e os aproximava de um confronto que poderia decidir o destino de Conak — e talvez, de todo o mundo.
A entrada para as catacumbas estava oculta, em um edifício decadente no centro da cidade, disfarçado como uma antiga biblioteca pública. Com um mapa fornecido pelo vendedor no mercado negro, os irmãos desceram por um túnel secreto, suas lanternas iluminando apenas a escuridão ao redor. O ar estava denso e pesado, como se o próprio espaço estivesse saturado com a energia de algo antigo e esquecido.
— Esse lugar não está certo. — murmurou Gabriel, franzindo a testa. — Como se o próprio chão estivesse respirando.
Fagner acenou com a cabeça, mas manteve os olhos atentos à estrada à sua frente.
— Azrathal não é um ser comum. Ele é a personificação do vazio, do caos. O que estamos prestes a enfrentar aqui é muito maior do que qualquer coisa que já vimos.
Gabriel assentiu, sentindo uma pressão crescente sobre os ombros. Cada passo parecia mais difícil que o anterior, como se algo invisível estivesse tentando puxá-los para a escuridão.
Finalmente, chegaram ao portal que dava entrada à caverna onde o templo estava escondido. À medida que se aproximavam, a atmosfera se tornava mais densa, e a sensação de desconforto aumentava.
— Estamos prestes a entrar no coração de tudo. — disse Fagner, com um tom de aviso.
— E não há volta. — completou Gabriel, seu olhar firme.
A entrada para o templo se abriu com um estrondo ensurdecedor, como se os próprios portões de outro mundo estivessem sendo rompidos. Dentro, a sala era colossal, cheia de estátuas antigas e inscrições em línguas esquecidas. No centro da sala, uma plataforma elevada sustentava um altar, e sobre ele, uma enorme pedra negra, a mesma que os irmãos haviam visto nas ruínas da igreja, estava repousada.
Mas, agora, algo estava diferente. A pedra não parecia mais inerte; ela emitia um brilho intenso e pulsante, como se estivesse viva. O ar ao redor da pedra parecia distorcido, como se o próprio espaço estivesse sendo sugado por ela.
— Azrathal está mais perto de despertar. — disse Gabriel, com um tom grave.
Fagner apertou sua adaga de sombra, mantendo-se em alerta.
— Se Lilith já não chegou aqui, ela não deve estar longe. Precisamos destruir a pedra antes que seja tarde demais.
Mas antes que pudessem avançar, uma figura se materializou diante deles, saindo das sombras do templo. Seus olhos brilhavam em um tom dourado feroz, e sua presença era tão opressiva que parecia deformar o ar ao redor.
— Não será tão simples. — disse a figura, com uma voz que reverberou como um trovão.
A figura se revelou ser um dos acólitos de Lilith, uma criatura que parecia meio humana, meio espectro, com asas negras e garras afiadas. Ela estava envolta em uma aura de escuridão pulsante.
— Se é a destruição que querem, terão que lutar por ela. — desafiou a criatura, seu sorriso maligno iluminado pela luz das chamas mágicas que dançavam ao redor de seu corpo.
Fagner avançou com rapidez, suas sombras se estendendo como garras em direção à criatura. Gabriel invocou chamas que iluminavam a sala com uma luz abrasadora. A batalha que se seguiu foi feroz, com cada golpe ecoando nas pedras do templo. A criatura parecia se mover como uma sombra, desafiando cada ataque, enquanto disparava rajadas de energia negra que corriam pelo chão como veneno.
Mas os irmãos estavam preparados. Fagner usou suas sombras para imobilizar a criatura, prendendo-a contra uma das colunas de pedra. Gabriel, com um grito de determinação, lançou uma bola de fogo que acertou diretamente a criatura, fazendo-a gritar de dor.
Quando a criatura desmoronou, a sala voltou a cair no silêncio. Mas o tempo não estava a seu favor.
— Isso não será o suficiente. — disse Fagner, olhando para a pedra pulsante no altar.
— Concordo. Precisamos destruir isso, ou não haverá como impedir o despertar de Azrathal. — respondeu Gabriel, já se preparando para invocar uma nova rajada de energia.
Mas antes que pudessem dar mais um passo, a sala começou a tremer violentamente. O altar e a pedra começaram a brilhar com uma intensidade insuportável, e uma onda de energia negra explodiu em direção aos irmãos. Eles foram jogados para trás, atingidos por uma força esmagadora, suas pernas cedendo sob o peso da energia.
— Está acontecendo! — gritou Gabriel, tentando se levantar.
Fagner, com esforço, conseguiu se manter de pé. Ele olhou para o altar e viu a figura de Lilith se materializando em frente à pedra. Sua presença era tão imponente que o ar parecia se curvar à sua vontade.
— Não podem impedir o inevitável. — disse Lilith, com um sorriso cruel. — Azrathal será libertado. E Conak será o primeiro de muitos reinos a ser consumido.
Fagner se ergueu, seus olhos ardendo com determinação.
— Não vamos deixar isso acontecer.
Mas Lilith riu, uma risada gélida que reverberou pelas catacumbas.
— Já é tarde demais, Fagner. O ciclo está prestes a começar. E vocês... já são parte dele.
Quando ela estendeu a mão para a pedra, o templo inteiro pareceu se apagar, deixando os irmãos na mais densa escuridão. A batalha pela sobrevivência de Conak estava apenas começando, e a verdadeira ameaça de Azrathal estava prestes a ser revelada.
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No próximo capítulo, os irmãos enfrentarão a verdadeira extensão do poder de Azrathal e Lilith. Será uma luta desesperada para impedir o despertar do caos. O que acontecerá quando a escuridão se liberar de sua prisão?
CONTINUA...
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Atualizado até capítulo 100
Comments
Rossana Gomes
cada vez mais empolgante, mas o poder deles é fraco pra enfrentar Lilith
2024-11-23
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