A noite em Conak era um palco perfeito para o sobrenatural. As ruas estreitas da cidade, iluminadas por postes de luz vacilantes e vitrines de neon, ocultavam segredos sombrios. No coração dessa metrópole sombria, dois irmãos caminhavam lado a lado, seus passos ecoando na calçada molhada pela garoa.
Fagner ajeitou o casaco longo enquanto seus olhos analisavam cada canto da rua deserta. As sombras pareciam se esticar na sua direção, como se sussurrassem segredos que apenas ele podia ouvir.
— Sinto isso de novo. — disse, sua voz grave cortando o silêncio.
— Você sempre sente. — respondeu Gabriel, de braços cruzados, seu hálito quente visível no ar frio. Ele conjurou uma pequena chama entre os dedos, apenas para iluminar seu rosto por um instante. — Mas, desta vez, espero que seja algo que valha a pena. Estou cansado de perseguir ratos e fantasmas.
Fagner parou de repente, colocando a mão no peito de Gabriel para detê-lo.
— Silêncio. Está aqui.
As sombras à frente começaram a se mover de forma antinatural, formando uma silhueta indistinta. Uma criatura surgiu das trevas: alta, magra, com olhos brilhantes e presas à mostra. Um vampiro menor, mas faminto, o tipo que não respeitava as regras do submundo.
— Vocês dois de novo... — sibilou o vampiro, sua voz gotejando desprezo. — Por que não deixam o submundo em paz?
— E deixar você continuar drenando gente inocente? — retrucou Gabriel, dando um passo à frente. Ele ergueu a mão, e a chama que brincava entre seus dedos se tornou uma esfera ardente. — Não mesmo.
Fagner ergueu a mão, e as sombras da rua começaram a se contorcer, envolvendo os pés do vampiro e imobilizando-o.
— Fale. Quem está por trás dos desaparecimentos no Distrito Leste? — Fagner perguntou, sua voz soando como um trovão baixo.
— Vocês acham que sou idiota? Eu prefiro morrer... — o vampiro tentou lutar, mas as sombras de Fagner apertaram mais, até que ele começou a gritar.
— Não precisa ser assim. — Gabriel interveio, sua expressão suavizando por um instante. — Coopere, e podemos garantir que você será levado em segurança para julgamento.
O vampiro riu, um som seco e amargo.
— Segurança? Vocês não têm ideia do que estão enfrentando. Lilith já marcou este lugar. Não há segurança para ninguém.
Antes que Fagner ou Gabriel pudessem reagir, o vampiro fez algo inesperado: murmurou um encantamento antigo, e seu corpo começou a se desintegrar em pó diante deles.
— Droga! — gritou Fagner, chutando o chão. — Mais uma pista que desaparece.
Gabriel encarou o pó que restava, seu olhar sombrio.
— Ele mencionou Lilith. Isso não é bom.
Fagner ficou em silêncio por um momento, ouvindo o vento que parecia carregar vozes distantes.
— Precisamos de Helena. Ela sabe mais sobre essa bruxa do que qualquer um.
Gabriel assentiu, apagando a chama em sua mão.
— Então, vamos. Mas espero que ela não cobre um preço muito alto desta vez.
Os dois irmãos desapareceram na escuridão da cidade, deixando apenas o eco de seus passos e o murmúrio das sombras. A noite de Conak continuava, carregada de mistérios e ameaças que mal começavam a se revelar.
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Atualizado até capítulo 100
Comments
Rossana Gomes
já tô animada
2024-11-23
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