Sombras de Conak Capítulo 14: O Despertar da Cidade

Após a partida repentina do Guardião da Verdade Oculta, Conak parecia respirar de uma maneira estranha, como se estivesse se preparando para algo grande. As ruínas da cidade, antes silenciosas, agora pulsavam com uma energia incomum, e as ruas abandonadas exalavam um cheiro de terra molhada, como se a cidade estivesse sendo reconectada com algo antigo, algo profundo. Fagner e Gabriel, ainda atordoados pela revelação sobre sua herança ancestral, caminhavam pelas ruas desertas, sentindo a pressão do destino sobre seus ombros.

— Então, o Guardião diz que a cidade é… viva? — Gabriel perguntou, tentando processar as palavras do ser misterioso. Sua mente ainda girava com as implicações do que ele e Fagner tinham acabado de ouvir.

Fagner olhou ao redor, sentindo a energia vibrando nas pedras da cidade, algo que nunca havia percebido antes.

— Eu não sei o que isso significa, mas tudo o que sei é que algo está despertando aqui. A cidade… ela sente, reage, como se fosse mais do que apenas um lugar. — Ele parou por um momento, tocando o chão sob seus pés. — Como se tivesse consciência.

Gabriel se aproximou de uma das grandes ruínas de um templo antigo, onde símbolos em runas estavam gravados nas paredes, iluminados por uma luz fantasmagórica.

— A energia está se acumulando… mas para quê? — Gabriel murmurou, observando as inscrições que brilhavam fracas, como se respondessem à presença deles.

Fagner aproximou-se de seu irmão e, juntos, eles estudaram as runas que estavam sendo reveladas aos poucos. Pareciam antigas, muito mais do que qualquer civilização que eles conheciam, e a escrita não fazia sentido imediato. Contudo, havia algo na forma como as palavras estavam dispostas que parecia estar chamando por eles, como se as runas fossem um mapa, uma chave para algo além do entendimento humano.

— A energia está nos conduzindo para aqui… Para esse templo. — Fagner disse, sua voz carregada de uma sensação de inevitabilidade.

Gabriel assentiu, sentindo a pressão da cidade intensificando.

— Mas o que estamos procurando? Como vamos restaurar o equilíbrio se nem sabemos o que ele realmente é? — Ele não conseguia esconder sua frustração.

Antes que Fagner pudesse responder, um som distante cortou o silêncio que os envolvia. Era um som profundo, ressoando nas paredes da cidade, como se algo estivesse sendo despertado nas profundezas da terra.

— O que foi isso? — Gabriel perguntou, se virando rapidamente.

Fagner já sabia. O Guardião havia dito que a verdadeira essência da cidade estava adormecida. E agora, parecia que ela estava acordando.

A terra ao redor deles começou a tremer levemente, e uma fissura se abriu na parte inferior do templo. Das profundezas da terra, uma energia pura e inconfundível começou a subir, escorrendo pelas paredes do templo em um fluxo ondulante.

— Não pode ser… — Fagner murmurou, sentindo a energia se expandir ao seu redor. Era como se o próprio coração de Conak estivesse batendo novamente.

De repente, uma figura sombria surgiu da fissura. Era uma presença imensa, feita de pura escuridão, mas ao mesmo tempo, havia algo familiar sobre ela, como se sua existência estivesse ligada à própria essência da cidade.

— Quem… é você? — Gabriel perguntou, tentando se manter firme, apesar da sensação de medo crescente.

A figura não respondeu com palavras, mas com uma onda de energia que envolveu os dois irmãos, imergindo-os em uma visão. Eles viram imagens da cidade de Conak em seu auge, uma época antiga, quando a cidade não era apenas um local de poder, mas o ponto de convergência entre diferentes mundos. Anjos, demônios, magos e criaturas antigas caminhavam lado a lado, todos unidos pela força primordial que habitava a cidade.

No centro dessa antiga Conak, uma torre imensa se erguia, sua base ancorada no coração da terra, conectando o mundo material ao espiritual. O fluxo de energia que agora emergia da fissura no templo era a mesma força que alimentava a cidade, a força que estava prestes a se manifestar completamente.

Fagner tentou se mover, mas o poder da visão era imenso, e ele e Gabriel foram forçados a assistir enquanto a cidade de Conak se tornava um campo de batalha, onde o poder das forças ancestrais se chocava. Era como se os próprios deuses estivessem envolvidos em um conflito, e Conak fosse o campo onde suas batalhas ocorreriam.

— O que está acontecendo? — Fagner gritou, tentando se libertar da visão.

A figura sombria que os observava ergueu uma mão, e a visão desapareceu, deixando-os de volta à realidade. Agora, os irmãos estavam diante de uma enorme formação de energia, que girava ao redor deles.

— A cidade… está se reerguendo. — Gabriel disse, respirando pesadamente. Ele mal podia acreditar no que acabara de ver.

Fagner olhou para ele com uma expressão grave.

— Não se trata apenas de restaurar o equilíbrio. Está em jogo muito mais do que isso. O que vimos, Gabriel, não é só uma luta pelo poder. Conak está ligada a algo muito maior, algo que vai além de qualquer batalha entre luz e escuridão.

Nesse momento, uma voz ressoou de dentro da formação de energia, a mesma presença que havia se manifestado nas profundezas da cidade.

— O despertar chegou. Conak será moldada por aqueles que têm o direito de governá-la. Fagner, Gabriel, os descendentes dos antigos guardiões, vocês têm o poder de decidir o destino não apenas desta cidade, mas de todos os mundos que ela conecta. O que farão com esse poder?

O poder emanava da figura, e os irmãos sentiram a pressão aumentada. Eles não tinham tempo para dúvidas. A cidade estava acordando, e suas escolhas agora determinaram não apenas o destino de Conak, mas o futuro de toda a realidade.

Fagner se preparou, olhando para Gabriel. Ele sentia o peso de ser o guardião do segredo de Conak, mas também a responsabilidade de tomar decisões que iriam afetar tudo o que eles conheciam.

— Precisamos entender o que está em jogo antes que seja tarde demais. Vamos até a torre, Gabriel. Lá estará a resposta.

E com essa decisão, os irmãos começaram sua jornada em direção ao coração de Conak, onde o destino de todos os mundos seria decidido.

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No próximo capítulo, Fagner e Gabriel chegam à torre antiga de Conak e enfrentam desafios que testarão seus poderes e sua coragem. Eles descobrirão mais sobre o verdadeiro papel que desempenham no destino da cidade e os mundos interligados.

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