A cidade de Conak respirava com um alívio temporário. O céu, antes coberto por uma cortina de nuvens negras, começava a clarear, e os ventos sombrios que envolviam o templo começaram a desaparecer. Fagner e Gabriel estavam ao lado do altar, ainda sentindo os efeitos da batalha. Seus corpos estavam exaustos, os músculos doloridos, e seus corações ainda acelerados pela luta contra Lilith e as forças que tentaram libertar Azrathal.
O templo, que antes pulsava com uma energia opressiva, agora parecia mais quieto, como se estivesse esperando para se curar. A pedra negra, símbolo do poder de Azrathal, estava agora coberta por um manto de cinzas e rachaduras, como se estivesse em processo de destruição.
— Conseguimos… por enquanto. — disse Gabriel, respirando pesadamente. — Mas algo não parece certo.
Fagner estava em silêncio, seus olhos fixos na pedra. Ele sabia que a vitória não significava o fim da ameaça. A presença de Lilith ainda pairava sobre o templo, e suas palavras ecoavam na mente dele: "O ciclo sempre encontrará um caminho."
— Você tem razão. Isso não é o fim. — respondeu Fagner, seu tom grave. — O que fizemos foi apenas retardar o inevitável. Azrathal ainda está ligado a Conak de alguma forma. A destruição que ele trará… ainda não terminou.
Gabriel olhou para o irmão, seu rosto tenso.
— Mas, como isso é possível? Conseguimos restaurar o selo, impedimos a libertação dele. O que mais podemos fazer?
Fagner olhou para a cúpula do templo, onde símbolos antigos estavam gravados nas paredes de pedra. Ele sabia que as respostas estavam escondidas ali, em algum lugar, mas as informações eram vagas. O selo de Azrathal não era simples, e havia muitas camadas de proteção para garantir que ele não fosse libertado. Contudo, mesmo com o selo restaurado, havia algo mais no fundo da ameaça de Azrathal.
— Precisamos entender mais sobre o que exatamente estamos enfrentando. — disse Fagner, determinado. — O ciclo não se refere apenas à prisão de Azrathal. Ele está conectado ao próprio equilíbrio do mundo. Algo precisa ser feito para garantir que o ciclo não possa ser completado, ou Conak será consumida.
Antes que pudessem dar mais um passo, o templo tremeu, mais uma vez. Não era um tremor natural, mas algo que parecia vir do próprio centro da cidade, um sinal de que a batalha estava longe de ser resolvida.
Gabriel franziu a testa.
— O que foi isso?
Fagner olhou para o irmão, já com um pressentimento. Ele sabia que a paz momentânea estava prestes a ser quebrada.
— Isso… não pode ser bom.
De repente, uma figura apareceu à entrada do templo, uma sombra que emergiu das trevas como um predador silencioso. Seus olhos brilhavam com um tom prateado, e sua aura era densa, fria como a morte. Fagner e Gabriel se colocaram de imediato em posição de defesa, reconhecendo a ameaça.
— Eu sabia que você viria. — disse Fagner, sua voz grave.
A figura sorriu, mas não era um sorriso amigável. Era um sorriso cheio de segredos e intenções malignas.
— É bom ver que ainda estão de pé. Mas não podem fugir do destino. — disse a figura, sua voz suave, mas com uma presença autoritária.
Era um anjo, mas não como qualquer um que já tivessem conhecido. Sua essência era corrompida, marcada pela queda. Suas asas, embora ainda majestosas, estavam sujas e enegrecidas, e o brilho prateado em seus olhos era gélido, distante da luz divina.
— Quem é você? — perguntou Gabriel, apertando os punhos.
A criatura riu levemente, como se se divertisse com a pergunta.
— Eu sou Caelus. E venho em nome do equilíbrio. — ele respondeu, olhando diretamente para Fagner. — O que vocês não compreendem é que, ao interferirem no ciclo de Azrathal, vocês desencadearam outra força. Uma força que é ainda mais antiga e perigosa.
Fagner e Gabriel trocaram olhares preocupados. O que Caelus queria dizer com aquilo? O equilíbrio? O que isso significava para o destino de Conak e para o mundo?
— O ciclo não é apenas sobre Azrathal. Não é sobre Lilith. É sobre manter o equilíbrio entre os reinos. E vocês... — Caelus fez uma pausa, como se estivesse avaliando os irmãos. — Vocês quebraram esse equilíbrio. E agora, precisam pagar o preço.
Fagner não se deixou intimidar.
— Não vamos permitir que destruam nossa cidade, Caelus. Conak ainda tem um propósito, e nós não vamos deixar que nenhum ser, seja anjo ou demônio, a destrua.
O anjo sorriu mais uma vez, mas dessa vez com um toque de desdém.
— Então, preparem-se. O verdadeiro teste está apenas começando. Azrathal não será o único a se levantar. O equilíbrio foi perturbado, e agora as forças que vocês chamaram para combater serão aquelas que vocês terão que enfrentar.
Antes que Fagner ou Gabriel pudessem reagir, Caelus se moveu rapidamente, suas asas quebrando o ar com uma força que os empurrou para trás. Uma onda de energia pura, carregada de luz e escuridão, os envolveu, e o templo começou a desmoronar ao redor deles, como se a própria estrutura estivesse sendo consumida.
A última visão que tiveram de Caelus foi ele se afastando, sua figura se dissolvendo na escuridão enquanto o templo colapsava, deixando para trás uma cidade que começava a sentir os efeitos da distorção no equilíbrio.
— O que ele queria dizer com "o verdadeiro teste"? — perguntou Gabriel, seus olhos fixos na destruição ao redor deles.
Fagner, lutando para se manter de pé, olhou para o irmão, com uma sensação crescente de que as forças que estavam despertando eram muito mais antigas e perigosas do que qualquer coisa que já haviam enfrentado.
— O verdadeiro teste… começa agora. E não sabemos quem sairá vivo dessa vez.
Conak estava à beira do abismo, e uma nova guerra estava prestes a começar.
---
No próximo capítulo, Fagner e Gabriel terão que enfrentar as consequências de seu confronto com Caelus e as forças que estão começando a emergir. A luta pelo equilíbrio e pela sobrevivência de Conak está apenas começando.
***Faça o download do NovelToon para desfrutar de uma experiência de leitura melhor!***
Atualizado até capítulo 100
Comments