O caos que se seguiu ao ataque de Caelus deixou Conak em ruínas. O templo, símbolo de proteção e mistério, agora era apenas um conjunto de escombros, sua energia corrompida. O céu, que havia começado a clarear, tornou-se novamente sombrio, e uma sensação de opressão tomava conta da cidade. Fagner e Gabriel estavam no centro da destruição, atordoados pela força de Caelus. O poder do anjo caído não era algo que pudessem facilmente enfrentar.
Eles se arrastaram até uma das áreas mais seguras da cidade, tentando se recuperar enquanto observavam os danos que o ataque tinha causado. Ruas desertas, prédios desmoronando e a população perdida, sem saber a quem recorrer. A paz que havia reinado por tantos anos parecia ter sido consumida em um único golpe.
— Isso não é apenas uma batalha física. — Fagner murmurou, olhando para as ruínas. — É como se as próprias forças da cidade estivessem desmoronando.
Gabriel olhou para o irmão, preocupado, mas também cheio de dúvidas.
— Caelus disse que ao interferirmos no ciclo, trouxemos algo ainda pior. O que será que ele quis dizer com isso? E por que ele fala sobre "o equilíbrio"? O que isso tem a ver com Azrathal?
Fagner franziu a testa, pensando. As palavras de Caelus ecoavam em sua mente, mas ainda estavam envoltas em mistério. O que ele mencionara sobre o "verdadeiro teste" e a perturbação do equilíbrio parecia ser mais do que uma simples ameaça. Era como se algo mais profundo, mais antigo, estivesse prestes a ser revelado.
— O equilíbrio… — Fagner repetiu, sentindo o peso das palavras. — O que aconteceu aqui não é apenas sobre Azrathal ou Lilith. É como se as forças de luz e escuridão tivessem sido interrompidas. Algo que transcende os reinos dos anjos e demônios.
Antes que Gabriel pudesse responder, uma figura apareceu no horizonte. Seus olhos brilham com uma luz escarlate, e seu corpo estava envolto em sombras e fumaça. Era uma mulher, mas não uma mulher comum. Ela se movia com uma graça sobrenatural, suas roupas eram feitas de uma matéria que parecia ser composta de pura energia.
— Ah, os famosos heróis de Conak. — a mulher disse, sua voz suave, mas carregada de poder. — O que pensam que estão fazendo? Tentando restaurar o que não pode ser restaurado?
Fagner e Gabriel imediatamente se colocaram em posição de defesa, reconhecendo a ameaça na presença dessa nova figura.
— Quem é você? — Fagner perguntou, tentando se manter calmo.
A mulher sorriu, seus dentes afiados reluziam como lâminas, e seus olhos vermelhos eram penetrantes, como se pudesse ler seus pensamentos.
— Meu nome é Morwen, e estou aqui para garantir que o equilíbrio seja... corrigido. — ela respondeu, com um tom ameaçador. — Caelus não deveria ter interrompido o processo. Agora, vocês terão que pagar o preço.
Morwen avançou, e com um simples gesto de sua mão, uma onda de energia escura se espalhou pela cidade, fazendo as ruas tremerem. O poder dela era palpável, e Fagner e Gabriel sentiram a pressão em seus corpos. Ela não estava brincando.
— Você está em um erro, Morwen! — Gabriel gritou, tentando conjurar uma barreira de fogo. Mas sua magia foi rapidamente drenada pela presença esmagadora de Morwen.
— Não há erro algum. O equilíbrio não foi apenas perturbado, ele foi quebrado. O ciclo de Azrathal não é um erro, é um meio de restaurar o que foi perdido. O que vocês não sabem, Fagner, Gabriel, é que o verdadeiro caos já começou. E só aqueles que têm o poder para restaurá-lo têm direito a governar.
A cidade começou a reagir às palavras de Morwen, as ruínas ao redor começando a emitir uma luz dourada, e símbolos antigos surgindo nos edifícios, como se estivessem sendo ativados pela energia de Morwen. Era como se a cidade estivesse se conectando a algo maior, algo ancestral.
Fagner, sabendo que não poderiam se permitir falhar, fechou os olhos e se concentrou. Ele sentiu as sombras à sua volta, sua conexão com o poder que se escondia nas profundezas de Conak. O que quer que fosse que Morwen estivesse trazendo à tona, ele precisava encontrar uma maneira de usá-lo contra ela.
— Gabriel, eu preciso de você! — Fagner gritou, sua voz cheia de urgência.
Gabriel, embora fraco, já entendia o que seu irmão estava pedindo. Ele concentrou o fogo dentro de si, criando uma explosão de energia que, embora pequena em comparação com a de Morwen, foi o suficiente para criar uma distração.
Morwen se virou rapidamente, desviando da explosão de fogo, mas isso deu a Fagner a oportunidade de avançar. Ele saltou em direção a Morwen, sua adaga de sombras em punho, mas antes que pudesse atingi-la, a energia escura de Morwen o paralisou no ar, suspendendo-o com um olhar fixo.
— Tão previsível. Vocês realmente acreditam que podem me enfrentar com essas forças pequenas? — ela disse, sua voz carregada de desdém.
Fagner sentiu o poder de Morwen penetrando em seu corpo, e, por um momento, tudo o que conseguiu sentir foi uma onda de desespero. Ele estava completamente impotente diante dela.
Gabriel, vendo o irmão em perigo, atacou novamente, mas foi imediatamente desarmado pela onda de energia de Morwen. O fogo que ele conjurou foi apagado antes mesmo de atingir seu alvo.
— Não! — Fagner gritou, tentando resistir à pressão, mas seus músculos estavam paralisados, e sua adaga não passava de um simples reflexo sem força.
Foi então que uma voz ecoou, vinda das profundezas da cidade.
— Chegou a hora de revelar o que está enterrado aqui.
Fagner, Gabriel e Morwen se voltaram para a origem da voz. Das ruínas da cidade, uma figura surgiu. Ela era imponente, sua presença era como um abismo, e o ar ao redor dela parecia se torcer e se esticar.
Era um ser de pura escuridão, com olhos que refletiam a essência de todo o mal. Não era Azrathal, mas sua energia era tão antiga e primordial que fez até Morwen recuar.
— O que é isso? — Fagner perguntou, sua voz cheia de incredulidade.
A figura, com um sorriso enigmático, olhou para os irmãos.
— Eu sou o Guardião da Verdade Oculta. E vocês… têm uma decisão a tomar.
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No próximo capítulo, Fagner e Gabriel terão que enfrentar não apenas Morwen, mas a verdade por trás da existência de Conak e a origem da destruição iminente. O Guardião da Verdade Oculta traz respostas, mas também novas ameaças.
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Atualizado até capítulo 100
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