Chapter 9

Genevieve Ashford

A manhã seguinte foi uma das mais exaustivas que já passei. Estava mal-humorada, cansada, e as visitas sociais que minha mãe organizava já estavam começando a se tornar uma tortura. A falta de privacidade me incomodava, as intermináveis conversas sobre trivialidades me cansavam, mas o que mais me perturbava era o que acontecera no teatro naquela noite. Edward. Seu sorriso. A forma como ele sempre parecia me desafiar, como se soubesse que minhas defesas estavam enfraquecendo a cada encontro.

Tentei afastar os pensamentos dele enquanto caminhava pelo jardim, observando o suave balançar das árvores, tentando encontrar um pouco de paz em meio ao turbilhão de emoções que ele causava em mim. Mas, como sempre, o destino não me deixou em paz por muito tempo. Ao virar a esquina do jardim, deparei-me com ele. Edward Blackwell, encostado na parede de pedras, com o mesmo sorriso desafiador no rosto.

Ele estava esperando por mim.

— Genevieve. — Sua voz, suave como seda, cortou o silêncio, e senti uma estranha mistura de frustração e... algo mais. Algo que eu não queria reconhecer.

Eu parei, por um momento, tentando decidir qual reação teria. O ignoraria, como sempre? Ou enfrentaria o homem que parecia sempre saber exatamente o que me afetava?

— Lord Blackwell — disse, tentando manter a voz firme, mas sabia que estava falhando em esconder o tom de irritação. — Não me diga que sua diversão diária é me provocar.

Ele deu um passo em minha direção, seu sorriso ampliando, como se estivesse completamente ciente da batalha interna que eu estava travando.

— Não, Genevieve — respondeu, a voz quase como um sussurro. — Minha diversão é fazer com que você perca essa fachada de indiferença. Você é mais interessante do que qualquer um desses jantares tediosos. E, honestamente, muito mais intrigante.

Isso me fez parar no lugar. Ele realmente não sabia o que dizia. Eu não estava interessada em ser um enigma para ele, não queria ser um mero passatempo. Mas, por algum motivo, sua admiração, disfarçada de provocação, me atingia em cheio.

— Eu não sou nenhum mistério para você, milorde. — Respondi, tentando manter a postura. — Você só está tentando me irritar, como sempre.

Edward riu, aquele som irresistível, e se aproximou ainda mais, como se o simples fato de estar perto de mim fosse um triunfo para ele. Era como se ele soubesse exatamente o que fazer para me deixar desconfortável.

— Talvez. Mas, Genevieve, admito que a irritação é uma emoção interessante. Ela traz à tona algo que você tenta esconder. — Ele inclinou a cabeça, os olhos brilhando com uma intensidade que me deixou sem palavras.

Eu respirei fundo, tentando me recompor. A última coisa que eu queria era me expor a ele dessa forma. Ele estava me desafiando de um modo que eu não conseguia entender.

— Não estou aqui para ser o seu alvo de diversão, Lord Blackwell — disse, tentando passar por ele e continuar meu caminho.

Mas ele bloqueou minha passagem com um movimento quase imperceptível, tornando-se ainda mais irritante.

— Oh, mas você já é, Genevieve. Desde o momento em que cruzamos o caminho um do outro, você se tornou minha maior diversão. E a melhor parte? Você não consegue mais fingir que não está se divertindo também.

Eu parei novamente, minha respiração descompassada. Ele estava certo. Eu não estava me divertindo, mas havia algo dentro de mim, algo que eu relutava em reconhecer, que estava... sentindo algo. Algo que, sem querer, ele havia despertado em mim.

— Não quero fazer parte do seu jogo, Edward. — Aquelas palavras saíram com mais convicção do que eu esperava, mas, mesmo assim, não consegui evitar a tensão crescente entre nós.

Ele deu um passo para trás, parecendo mais interessado do que nunca. O olhar nos seus olhos estava carregado de uma certeza arrogante, como se ele soubesse exatamente o que estava fazendo.

— Eu sei. Mas você não pode evitar o que sente, Genevieve. Você é tão... intensa. — Ele deu um sorriso travesso, com a ponta dos lábios quase levantada, como se estivesse vendo algo que eu não conseguia perceber. — E isso me fascina.

Fiquei em silêncio por um momento, tentando controlar a reação. A tensão entre nós estava palpável, como se o espaço que nos separava estivesse cheio de uma energia que eu não conseguia ignorar. Aquelas palavras dele estavam reverberando dentro de mim, e a cada segundo que passava, ficava mais claro que eu estava ficando cada vez mais envolvida, mais atraída.

Mas eu não podia ceder. Eu sabia disso. Edward Blackwell era tudo o que eu não queria. E, por mais que me fizesse sentir algo, eu me recusava a ser outra mulher que caísse em suas armadilhas.

— Você não me conhece, milorde. — Eu disse, com a voz mais firme, tentando tomar o controle novamente. — Não faça suposições sobre o que eu sinto.

Ele apenas sorriu, mais uma vez. Era como se, com aquele simples gesto, ele tivesse conquistado algo dentro de mim.

— Talvez. Mas isso faz parte da diversão, não é? — Ele se afastou lentamente, olhando para mim como se soubesse que, por mais que eu tentasse resistir, não conseguiria fugir dessa atração crescente.

Eu me afastei, tentando manter a dignidade. Mas, à medida que caminhava de volta para o interior da casa, uma sensação desconcertante se apoderou de mim. Eu estava perdendo o controle, e não sabia como lidar com isso.

Edward Blackwell era, sem dúvida, mais do que eu queria. Mas, ao mesmo tempo, ele também estava começando a ser tudo o que eu não conseguia mais negar.

E, no fundo, eu sabia que estava começando a me apaixonar por ele.

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