Verdades Entrelaçadas

A luz da vela tremulava, projetando sombras dançantes nas paredes repletas de objetos antigos. O silêncio na sala parecia quase palpável, como se o ar estivesse carregado de segredos que esperavam para ser revelados. Com o livro aberto em minhas mãos, minha mente fervilhava com perguntas. O que mais eu descobriria sobre a Espiral? Quais verdades estavam ocultas sob as camadas de tempo e histórias não contadas?

O homem, que até então permanecia um tanto distante, se aproximou novamente, sua presença imponente preenchendo o espaço. Ele me observava com um olhar intenso, como se estivesse avaliando minha determinação. Os traços em seu rosto eram marcados por uma história de experiências e desafios, e eu me perguntei o que o levara até aquele momento, naquele lugar.

— O que você encontrou? — perguntou ele, inclinando-se levemente para olhar as páginas do livro.

— Há um ritual... algo sobre como a Espiral conecta as pessoas, — respondi, minha voz baixa. — Diz que a verdade pode ser revelada, mas que exige comprometimento. O que isso significa?

Ele se afastou um pouco, parecendo contemplar a pergunta. A luz da vela refletia em seus olhos, revelando uma centelha de algo profundo — talvez um medo ou uma lembrança distante.

— Significa que você deve estar disposta a enfrentar o que quer que venha a seguir, — ele disse, seu tom sério. — A Espiral tem o poder de expor o que está oculto, mas também de revelar aspectos de nós mesmos que preferiríamos esconder.

Um calafrio percorreu minha espinha. A ideia de ter que encarar não apenas as verdades sobre o assassino, mas também sobre mim mesma, me deixou hesitante. O que eu realmente estava disposta a descobrir? A curiosidade e o medo se entrelaçavam dentro de mim, como a teia de histórias que estavam prestes a ser desvendadas.

— O que você sabe sobre o ritual? — perguntei, tentando trazer a conversa de volta ao foco.

Ele respirou fundo, como se estivesse decidindo se deveria ou não compartilhar mais. Finalmente, disse: — O ritual acontece em um lugar específico, um espaço sagrado dentro da Espiral. Somente aqueles que foram chamados podem participar, e há uma série de requisitos que devem ser atendidos.

— Como você sabe disso? Você participou? — indaguei, a curiosidade me consumindo.

Um sorriso triste cruzou seu rosto. — Eu não participei, mas conheci aqueles que foram. E vi o que aconteceu. As consequências podem ser devastadoras, tanto para aqueles que buscam a verdade quanto para aqueles que preferem ignorá-la.

As palavras dele ecoaram em minha mente. O que poderia ser tão aterrorizante que até mesmo ele hesitava em compartilhar? Uma parte de mim queria saber, enquanto outra parte queria recuar, proteger-me das feridas que a verdade poderia trazer.

— E se eu não estiver pronta? E se a verdade for pior do que eu imagino? — eu disse, minha voz falhando ligeiramente.

— Então você deve se perguntar se vale a pena continuar — respondeu ele, sua expressão séria. — Porque uma vez que você adentra a Espiral, não há como voltar atrás. O passado e o presente estão entrelaçados de maneiras que você pode não compreender.

Fechei os olhos por um momento, tentando organizar meus pensamentos. A Espiral prometia respostas, mas também carregava o peso de revelações que poderiam mudar tudo. Eu estava disposta a arriscar? A busca por justiça e a proteção de Clara eram o suficiente para me impulsionar a frente.

— Eu preciso ir, — declarei, sentindo a determinação crescer dentro de mim. — Eu não posso deixar isso para depois.

Ele me observou com um misto de preocupação e respeito. — Então, prepare-se. O primeiro passo é encontrar o local do ritual. Mas você deve se lembrar, o que você descobrirá pode afetar não apenas você, mas todos ao seu redor.

Com um aceno de cabeça, concordei. A adrenalina corria em minhas veias enquanto o homem começava a se mover pela sala, suas mãos passando pelas prateleiras, como se estivesse em busca de algo específico. Minhas mãos ainda seguravam o livro, e eu o abri novamente, percorrendo as páginas em busca de pistas.

— Há um mapa — disse ele, interrompendo meus pensamentos. — Um mapa que leva ao local do ritual. Se você puder encontrá-lo, terá uma chance de participar.

— Um mapa? Onde está? — perguntei, minha mente se acelerando.

— Em uma das prateleiras mais altas. Mas cuidado — ele advertiu —, ele pode não estar sozinho. Outros também podem estar em busca desse conhecimento.

Meus olhos se fixaram nas prateleiras, e eu me levantei rapidamente, tentando alcançar o topo. O espaço era pequeno, e a escada antiga estava escorregadia, mas a determinação me impulsionava. Eu precisava desse mapa. Enquanto buscava, um item caiu de uma prateleira e se despedaçou no chão, revelando um pequeno compartimento oculto.

Eu me agachei para examinar os fragmentos e, para minha surpresa, encontrei um pedaço de papel amarrotado que parecia antigo. O coração acelerou enquanto eu desdobrava o papel, revelando um desenho intrincado. Era um mapa, e no centro estava um símbolo que reconheci como a Espiral.

— Eu encontrei! — exclamei, segurando o papel com firmeza.

O homem se aproximou, e um brilho de reconhecimento iluminou seus olhos. — Sim, isso é. Você pode ter encontrado o seu caminho para o ritual.

O desenho revelava uma série de marcos que levavam até um lugar marcado por uma estrela — a localização do ritual. Eu estava a um passo de descobrir a verdade que havia me perseguido, mas uma parte de mim estava apavorada com o que isso poderia significar.

— Precisamos nos apressar, — disse ele, seu olhar fixo em mim. — O ritual acontece em breve, e você não pode se atrasar.

Sem mais hesitações, eu me preparei. O caminho à frente estava coberto de incertezas e perigos, mas a busca pela verdade não me deixaria recuar. A Espiral aguardava, e eu estava prestes a descobrir o que realmente significava fazer parte daquela teia de histórias entrelaçadas, onde o passado e o presente se uniam em um único destino.

Com o mapa em mãos e o peso da determinação no peito, eu estava pronta para o que viesse. A Espiral prometia segredos, e eu estava determinada a revelá-los. O que aconteceria a seguir? O tempo diria, mas uma coisa era certa: a jornada estava apenas começando, e a verdade estava mais próxima do que eu jamais imaginei.

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