Depois de quase três horas de carro, chegam a Belo Horizonte, o carro para em frente a um portão e um homem imenso com cara de poucos amigos vem os receber, assim que Vinícius desce ele abraça-o forte, o levantando no ar. Alice se sente menor ainda do que já é. O que os amigos de Vinícius vão pensar dela? Pensarão como Clara, que ela é uma interesseira e está dando um golpe no amigo? Ela percebeu que Marcos não gosta dela, mal lhe dirigiu a palavra desde que a conheceu, a olhando de atravessado.
Paulo: — E aí amigão? Por onde andava? Estávamos o esperando para o meu casamento mais ninguém sabia onde estava!
Vinícius: — Saí com Marcos para umas férias e não disse a ninguém aonde iria.
Paulo o coloca no chão, abraça Marcos e parece não notar a pequena figura atrás deles.
Vinícius: — Esta é Alice! A minha noiva.
Pedro a olha por alguns segundos: — Me desculpe, Alice! Sou muito distraído. Vamos entrar, devem estar cansados, Sofia os espera.
Vinícius segura o braço de Alice que o guia entrando na casa, Pedro os leva até a cozinha onde uma mulher muito bonita prepara um café. Ela deixa o que está fazendo e abraça Vinícius com carinho a abraçando em seguida.
Sofia: — Você deve ser a garota de sorte que conquistou o coração de Vinícius. Devem estar com fome, sente-se vou servir o café.
Alice sente que Sofia é sincera, mal sabe ela que o casamento será um acordo, não há sentimento envolvido. Sofia não lhe mediu de cima a baixo como a maioria, o que a deixou menos insegura.
Vinícius: — Então quer dizer que Pedro conseguiu convencer—te a se casar com ele Sofia? Eu sabia que acabariam juntos. Pedro só falava em você depois que a conheceu.
O homem imenso parece envergonhado, olha para mulher ao seu lado e sorri.
Sofia: — Esse grandalhão conseguiu conquistar o meu coração. — Beija a face de Pedro que enrubece — Me disseram que pretendem se casar aqui?
Vinícius: — Sim, em um ou dois dias. O tempo dos papéis estarem prontos. Eu gostaria de pedir a sua ajuda. Alice precisa comprar roupas, um vestido de noiva... você entende, coisas que uma noiva precisa.
Sofia olha para Alice e sorri: — Será um prazer!
Vinícius: — Será uma cerimônia simples…
Pedro: — Amigo, já que faltou ao meu casamento não pense que será como imagina. Terei o prazer de chamar todos os nossos amigos de exército e faremos a festa que perdeu, garanto que se não os convidar perderá os amigos.
Vinícius se vira para Alice: — O que acha?
Alice: — São os seus amigos! Querem desejar-te felicidades.
Vinícius: — Está bem, afinal vou casar-me!
Vinícius procura pela mão de Alice, a segura com força: — Vamos nos casar!
Alice fica ouvindo os comentários sobre o seu casamento, seu. Estranhamente não se sente invisível, ouve com atenção, Sofia está tão empolgada como se fosse seu próprio casamento e passa essa empolgação a todos.
Sofia: — No meu casamento fui mera espectadora, agora quero participar, Alice não se preocupe será uma cerimônia inesquecível, será simples, mais inesquecível.
Alice concorda com a cabeça e sorri. Sofia se levanta e a pega pela mão.
Sofia: — Venha, vamos para o quarto, vamos deixar os homens conversando assuntos que só eles gostam.
Alice a segue, um quarto amplo, com cama macia, tudo bem limpo e organizado, se sente deslocada com as suas roupas. Sofia percebe o seu desconforto.
Sofia: — Deve estar cansada, querendo um banho, deixei toalhas limpas, um pijama meu, se quiser usar, ficará um pouco grande em você, use somente se quiser.
Alice: — Eu não quero dar trabalho...
Sofia: — Se Vinícius te escolheu é porque tinha que ser você. Conheço ele a um bom tempo. Vinícius, Pedro e os seus companheiros de exército passaram por momentos bem difíceis. São homens especiais.
Alice concorda com a cabeça: — Obrigada!
Sofia a deixa sozinha, Alice toca a toalha macia, pega a roupa que Sofia deixou, um conjunto de calça azul e um camiseta branca, no meio uma calcinha nova, sabonete e outros produtos de higiene feminina. Por um instante Alice pensa em não usar, depois olha para suas roupas, seria até indelicado continuar com elas. O banheiro é imenso, com uma banheira, Alice nunca usou uma, mesmo tendo na casa dos tios, a coloca para encher, a água quente relaxa o seu pequeno corpo, fecha os olhos e afunda a cabeça, quer lavar o seu corpo e a sua alma, deixar para trás uma vida de invisibilidade e sofrimento, viver o momento, aproveitar as oportunidades, deixar o passado para trás.
Alice esquece do mundo ali, desperta com Sofia batendo na porta.
Sofia: — Alice!? Desculpa incomodar-te. Vinícius e Pedro saíram para cuidar dos últimos detalhes do casamento. Eu achei que gostaria de começar as compras.
Alice se enrola na toalha: — Estou indo. Perdi a noção do tempo.
Sofia: — Te trouxe um vestido, acho que serve, ele molda no corpo e, não sei se fiz certo, chamei uma amiga para ir com a gente as compras. Vai gostar dela, Joana é esposa de Mateus, amigo de Vinícius e Pedro.
Alice: — Não tem problema. Vou precisar de toda a ajuda possível. Não entendo nada de moda, não será fácil me deixar apresentável.
Sofia se aproxima de Alice, toca o seu rosto: — Tem olhos lindos e verdadeiros, é educada, um rosto de menina, não será nada difícil. — Toca o seu cabelo — Já o cabelo… Eu conheço alguém que dará um jeitinho nele, vai ver, será uma noiva linda.
Alice sorri, se veste e o vestido a faz se sentir uma mulher, uma pequena e delicada mulher, não mais um garoto.
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Atualizado até capítulo 51
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