Alice não se assusta com a crise de Vinícius, mais fica apreensiva, ele parece sofrer muito. Só de imaginar pelo que ele possa ter passado sente um nó na garganta, uma dor no seu coração. Gradualmente ele vai se acalmando, as suas mãos gélidas e suadas começam a voltar a temperatura normal. Voltam para dentro do carro, Vinícius descansa a sua cabeça no colo dela que lhe faz cafune o fazendo adormecer de novo.
Vinícius acorda com a exclamação de admiração de Alice.
Alice: — Me diga que estamos chegando!? Uma fileira de palmeiras dos dois lados da estrada, metricamente plantadas, árvores floridas, parece uma pintura!
Vinícius: — Já estamos nas terras que me pertencem. Daqui a pouco você vai avistar a casa.
Alice fica extasiada com a beleza do lugar, sente um frio na barriga ao lembrar que vai conhecer a família de Vinícius e ele parece adivinhar, segura as mãos dela a as beija.
Vinícius: — Estou do seu lado. Vai dar tudo certo. Vamos conseguir…
Vinícius respira fundo, sabe que vai ouvir poucas e boas da sua mãe e irmãs pelo que fez, tem certeza que Alice vai o ajudar ase tornar independente.
Dona Dalva passou todo o tempo que Vinícius esteve longe preocupada com ele, ligou para todos que conhecia, queria pegar um carro e ir atrás dele, a sua avó e Valéria não deixaram.
Valéria: — Se Vini resolveu correr o mundo é porque estava precisando!
Dalva: — Tudo bem correr o mundo, mais se casar?! Escondido?
Avó: — Mais não era isso que queriam? Casar Vini? Do que estão a reclamar?
Vanessa: — Não conhecemos a moça! Sabe lá o que ela quer com ele.
Avó: — Vini não é bobo! Casou-se com quem ele escolheu. Devemos respeitar a decisão dele.
Dalva: — Não sei não! Vamos ver, para ele casar assim as presas... Os nossos antigos vizinhos George e Mirtes disseram que ela é uma aproveitada.
Avó: — Não estão contentes com nada. Deem uma oportunidade para a menina.
Quando o carro para em frente a bela e imensa casa de Vinícius Alice sente o nervosismo crescer no seu coração. Antes mesmo de chegarem a porta ela vê a fila de mulheres esperando por eles e parecem não muito contentes. Uma delas, vem apressada até eles a agarra Vinícius
Dalva: — Filho! Está bem? Quase matou-me de susto! Não se faz isso com uma mãe! Seu filho ingrato!
As outras mulheres se aproximam, Alice se sente invisível novamente, elas cercam-no de perguntas, puxões de orelha, beijos e abraços, parecem não notar a sua pequena figura ali parada atrás dele. Foi Vinícius que fez com que a vissem, apontando para onde ela estava.
Vinícius: — Mãe! Vó! Essa é Alice minha esposa!
Alice se aproxima timidamente e cumprimenta a todas, é avaliada dos pés a cabeça.
Avó: — Devem estar cansados da viagem, vamos entrar e tomar um café?!
Alice sente o olhar inquisidor de todas, não lhes tira a razão, tudo foi rápido demais, a pouco mais de uma semana nem mesmo se conheciam e agora ela e Vinícius são marido e mulher. Vinícius saiu de casa solteiro e volta casado.
Vinícius dá o braço a Alice: — Vem, vai conhecer a sua nova casa!
A mãe de Vinícius agarra o seu outro braço o puxando para dentro.
Alice fica deslumbrada com a casa, móveis antigos, ampla, bem iluminada, com muitas plantas e muito bem cuidada. Vinícius atravessa a sala sem dificuldade, mesmo assim a sua mãe não o larga. Ela sente que estão com perguntas presas na garganta,
Vinícius: — Mãe, o meu quarto está arrumado? Fizemos uma viagem longa e estamos cansados. Depois conversamos com calma e eu explico tudo o quiser.
Dalva : — Está bem filho. Vá, mais tem muito o que explicar! — Olha para Alice
A sós no quarto Vinícius se senta na beira da cama e puxa Alice para se sentar no seu colo.
Vinícius: — Me desculpe pela recepção nada calorosa para você, quando te conhecerem melhor mudarão a maneira de tratar você
Alice encosta a cabeça no seu peito: — Eu espero que sim. A sua casa é muito bonita e grande.
Vinícius: — A nossa casa! É minha esposa e será a senhora dessa casa.
Alice: — Não poderia tirar o lugar da sua mãe, ela gostaria menos ainda de mim.
Vinícius: — Ela pode demorar um pouco mais vai mudar, ela sempre falou de voltar para casa onde vivemos, em reforma-lá, com você aqui ela pode fazer o que quer. Vem vamos descansar um pouco até a hora do almoço. Depois quero mostrar-te o resto da fazenda, os cavalos…
Os olhos de Alice brilham, sonha desde pequena em andar a cavalo, sentir os seus cabelos ao vento, correr sem ter destino certo.
Alice: — Tem cavalos? Sabe montar?
Vinícius: — Sei. Amava correr sobre um cavalo. Agora tenho que me contentar com Marcos me puxando, me levando para passear.
Alice percebe a tristeza na sua voz, vai o ajudar, agora vem-lhe a mente que não será muito fácil, depois que viu como é a família dele, terá que se esforçar para os conquistar e muito.
Se deitam para descansar um pouco e acabam tirando um cochilo.
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Atualizado até capítulo 51
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