Na manhã seguinte, o clima na faculdade continuava intenso, com os alunos apreensivos devido ao fim do semestre. Todos estavam concentrados em suas últimas provas e apresentações, o que fazia a tensão no ar ser quase palpável.
Mais uma vez, o vice-coordenador reuniu os estudantes no ginásio para anunciar oficialmente a Olimpíada Estudantil. Os murmúrios de empolgação preencheram o local assim que ele explicou os detalhes, mencionando que as competições não só ajudariam os participantes a ganharem pontos em todas as disciplinas, mas também promoveriam o espírito de equipe e a superação pessoal.
Enquanto a voz do vice-coordenador ecoava pelo ginásio, Leona sussurrou para Marcela:
— Já está tudo certo, vou trancar a faculdade e viajar com o Luigi. Eu preciso viver de verdade. — Os olhos dela brilhavam de entusiasmo.
— Você só pode estar maluca, Leona. Desde quando a medicina deixou de ser o seu sonho? O Luigi bagunçou sua cabeça completamente. — Marcela a encarou com uma expressão severa.
— Relaxa, amiga. Um dia eu volto e termino o curso. Agora, o que eu estou vivendo é muito melhor do que qualquer faculdade — disse Leona, dando de ombros. Marcela suspirou, claramente desapontada.
Em outra parte do ginásio, Frederico e Tales conversavam descontraidamente.
— E aí, vai continuar enrolando a Margarita? — provocou Tales, com um sorriso maroto.
— Você sabe que eu não assumo ninguém, cara. Estou só aproveitando o que ela tem para oferecer — respondeu Frederico, com um tom de despreocupação. Os dois riram juntos.
Do outro lado, Margarita acenava para Frederico enquanto conversava com sua amiga Vitória.
— O Frederico é o homem mais maravilhoso que eu já conheci, Vitória. Ele me trata tão bem, e eu não poderia estar mais feliz — disse Margarita, com um sorriso largo.
— Amiga, aproveita. Homem com dinheiro é mil vezes melhor — respondeu Vitória, piscando para a amiga.
Depois do anúncio, os alunos saíram do ginásio e se dirigiram para a secretaria para se inscreverem nas modalidades esportivas. Tales e Frederico caminharam juntos, prontos para garantir suas vagas.
— Vou me inscrever no futebol. Sou rápido como um leão e posso correr sem me cansar — disse Frederico, confiante.
— E eu vou na natação. O homem-tubarão aqui vai mostrar como se faz — afirmou Tales, dando uma risada.
Mais adiante, Maicon, Kira e Margarita discutiam sobre suas escolhas.
— Vou me inscrever no xadrez. É bom usar a mente para variar — disse Margarita, com um tom decidido.
— Ginástica para mim. Quero testar minha resistência e força — afirmou Maicon, animado.
— Acho que vou para o vôlei. Gosto da energia do jogo em equipe — completou Kira, com um sorriso.
Com as inscrições em andamento, os alunos sentiam uma mistura de nervosismo e empolgação para os dias que viriam. O fim do semestre prometia ser intenso, mas a perspectiva de competir nas olimpíadas dava um novo fôlego à rotina da faculdade.
Pela tarde, o clima estava tenso na faculdade. Tales e Kira estavam juntos no refeitório, conversando e trocando carícias. Ele acariciava o rosto dela, sussurrando palavras doces. Do outro lado do refeitório, Marcela os observava de longe, com um sorriso sarcástico no rosto. Enquanto assistia ao casal, pegou o celular e enviou uma mensagem para Tales:
— Estou com saudades. Quando nos veremos de novo?
Em poucos segundos, a resposta veio:
— Também estou. Vamos dar um jeito.
Maicon, que também estava no refeitório, notou a interação suspeita entre Tales e Marcela. Ele se aproximou do amigo André, que estava bebendo um refrigerante, e perguntou casualmente:
— E aí, em qual modalidade você se inscreveu para a olimpíada?
André respondeu com um sorriso:
— Natação, claro.
Maicon fez uma pausa, olhou na direção de Tales e Marcela, e comentou em tom de alerta:
— Tome cuidado com Tales quando ele entra na água... ele sempre tem algo escondido.
André, confuso, apenas deu de ombros e voltou ao seu refrigerante.
Enquanto isso, Margarita estava assistindo Kira treinar vôlei. Ela torcia animadamente para a amiga, que estava se destacando entre as demais jogadoras.
— Você está arrasando! — exclamou Margarita, aplaudindo quando Kira fez um ponto.
Kira sorriu, agradeceu o apoio, e disse:
— Estou exausta. Vou tomar um banho na faculdade antes da próxima aula.
Poucos minutos depois, enquanto Margarita caminhava pelos corredores, viu Tales e Marcela se beijando intensamente em um local escondido. Ela ficou boquiaberta, sem acreditar no que estava vendo.
— Isso não pode estar acontecendo... — murmurou para si mesma, com o coração acelerado.
Sem pensar duas vezes, correu em direção ao vestiário feminino, onde Kira estava terminando de se enxugar.
— Kira, você não vai acreditar no que eu acabei de ver! — disse Margarita, ainda ofegante.
Kira olhou para ela, surpresa e um pouco desconfiada.
— O que houve, Margarita?
Margarita segurou a mão de Kira e a puxou pelo corredor, determinada a mostrar o que tinha presenciado, mas quando chegaram lá, Tales estava sozinho, segurando uma caixa de presente. Ele sorriu para Kira e disse:
— Tenho um presente para você.
Kira ficou feliz e olhou para Margarita, perguntando:
— Era isso que você queria me mostrar?
Margarita, sem alternativa, acabou confirmando com um aceno de cabeça.
Margarita olhou furiosa para Tales, que lhe devolveu um sorriso debochado. Sem perder tempo, ela correu até Maicon para contar o que tinha acabado de acontecer.
— Tales é muito sínico e esperto demais! — exclamou Margarita, com raiva evidente.
Maicon balançou a cabeça em concordância.
— Eu já te disse, ele é assim mesmo. Mesmo que a gente consiga tirar fotos para provar, Kira ainda não vai acreditar.
Margarita respirou fundo, frustrada. Ela sabia que era difícil convencer a amiga de que Tales não era confiável, principalmente com o jeito manipulado dele.
No jardim da faculdade, Leona e Luigi estavam deitados no gramado, aproveitando o tempo livre. Leona virou-se para ele com curiosidade nos olhos.
— Em que modalidade você se inscreveu? — perguntou.
Luigi deu de ombros, sem muito interesse.
— Em nenhuma.
Leona ergueu as sobrancelhas, surpresa.
— Sério? Por quê?
Ele deu um sorriso misterioso e respondeu.
— Estou planejando algo melhor. Quero fazer uma viagem e conhecer toda a América Latina.
Os olhos de Leona se iluminaram de empolgação, e ela se inclinou para mais perto.
— Sério? Eu quero ir também! — exclamou, com entusiasmo.
Luigi passou a mão pelo cabelo loiro dela, sorrindo.
— Onde eu for, você vai também. Sempre — disse, puxando-a para um beijo apaixonado.
Depois de se beijarem, Leona o olhou nos olhos, emocionada.
— Eu te amo, Luigi.
Ele permaneceu em silêncio por alguns segundos, apenas sorrindo em resposta, enquanto o vento soprava levemente o cabelo dos dois.
Luigi olhou para Leona com um sorriso de canto.
— Eu sei que você já visitou quase todos os países do mundo — disse, com um tom descontraído.
Leona balançou a cabeça e segurou a mão dele.
— Com você é diferente. Viajar sozinha ou com a minha família nunca teve esse gosto de liberdade. Dessa vez vai ser especial, vai ser só a gente — respondeu, com os olhos brilhando de expectativa.
Enquanto isso, na clínica, o pai de Leona, Dr. Leonardo, um médico renomado, estava sentado em seu escritório analisando atentamente as gravações das câmeras de segurança de sua casa. Com os olhos fixos na tela, ele observava cada detalhe das imagens, buscando pistas que confirmassem suas suspeitas. Depois de alguns minutos, ele se inclinou para trás em sua cadeira de couro, passando a mão pelo queixo.
— Dessa vez, eu vou armar uma que ela nunca vai esquecer... — murmurou para si mesmo, com uma expressão fria. — E a Marta não vai conseguir me convencer a mudar de ideia.
Ele sabia que a esposa, Marta, sempre tentava amenizar os conflitos com a filha, mas sentia que agora era diferente. Algo precisava ser feito, e ele estava determinado a lidar com a situação à sua maneira, sem se deixar influenciar por ninguém.
Kira, animada, abriu a pequena caixa que Tales lhe entregara e encontrou um colar delicado com um pingente de coração, onde estava gravado "gaivota e tubarão". Ela sorriu ao ver o presente, achando o gesto carinhoso, e o abraçou apertado.
— Eu te amo, Tales — disse, com sinceridade.
Dessa vez, ele não respondeu. Apenas desviou o olhar, mantendo um leve sorriso. Kira sentiu uma ponta de desconforto e afastou-se um pouco.
— Vamos? Te levo pra casa — falou ele, já começando a caminhar em direção ao carro. Kira o seguiu, mas com uma sensação de desconfiança que ela não conseguia afastar.
Enquanto isso, Margarita estava voltando para casa com Frederico. No carro, ela não conseguia parar de pensar no que havia visto.
— Eu vi Tales e Marcela se beijando no corredor, e ele ainda tentou disfarçar. Eles estão enganando a Kira — contou, irritada.
Frederico soltou uma risada incrédula.
— Eu não acredito nisso. Tales é louco pela Kira. E, além do mais, você deve estar confundindo as coisas — disse ele, como se fosse óbvio.
— Você acha que eu tenho cara de mentirosa? — Margarita rebateu, com o rosto ficando vermelho de raiva.
Frederico a olhou de lado, deu de ombros e sorriu.
— Mais ou menos — respondeu, com um tom brincalhão.
Indignada, Margarita saiu do carro e bateu a porta com força.
— Cuidado! Esse carro vale mais do que três casas iguais à sua — ele gritou pela janela, ainda rindo.
Ela correu para dentro de casa, de coração acelerado. Sua mãe a esperava na sala e observou a cena com um olhar crítico.
— Esse tal de Frederico é muito arrogante. Não gosto de como ele fala com você — comentou.
Margarita secou uma lágrima que começava a escapar.
— Mãe, nenhum homem me tratou tão bem quanto ele. Você não entende — respondeu, com a voz embargada.
— Eu vi muito bem como ele te tratou, querida — retrucou a mãe, com sarcasmo. — Não se deixe enganar por gentilezas superficiais.
Sem querer prolongar a conversa, Margarita subiu para o quarto, jogou a mochila no chão e se atirou na cama. As lágrimas vieram com força, e ela chorou, misturando frustração e uma tristeza que parecia afogar suas esperanças.
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Atualizado até capítulo 32
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