No dia seguinte, na faculdade, Tales, com o rosto contorcido de raiva, se aproximou de Luigi, os olhos fixos como os de um predador. Ele o empurrou contra a parede, chamando a atenção de todos que passavam pelo corredor.
— Achei que era engraçado roubar as coisas dos outros, não é, largato de esgoto? — gritou Tales, erguendo o punho.
Antes que ele pudesse lançar o golpe, Frederico apareceu, segurando o braço do amigo. — Ei, para com isso, cara. Você já sabe que foi ele, não precisava desse show todo — disse, com um sorriso debochado.
Os alunos ao redor observavam, perplexos. Tales bufou, abaixando o punho. — Só queria que ele soubesse o que acontece quando alguém mexe com as minhas coisas — rosnou, dando um passo para trás. Luigi, ainda encostado na parede, retribuiu o olhar sem se intimidar.
Enquanto isso, no laboratório, Margarita e Kira estavam mexendo em alguns documentos antigos, tentando encontrar qualquer pista sobre o projeto do Doutor Veigan. O corredor estava silencioso, até que os passos firmes do professor ecoaram. Ele passou por elas, mas notou o nervosismo estampado em seus rostos.
— Bom dia, meninas — disse Veigan, com um sorriso enigmático. — Espero que estejam se saindo bem nos estudos. E lembrem-se, o que estamos fazendo aqui é para o bem de vocês.
As duas jovens forçaram um sorriso e balançaram a cabeça em concordância, mas assim que ele virou as costas, elas trocaram olhares preocupados.
Mais tarde, durante o intervalo, Margarita e Kira se sentaram no jardim para conversar. — E o Maicon, hein? — perguntou Margarita, tentando mudar de assunto. — Acho que ele está gostando de você.
Kira balançou a cabeça. — Ele é um bom amigo, mas... a verdade é que ele está apaixonado por você, Margarita. E, aliás, no jantar com Tales, ele tentou me beijar. — Kira mordeu o lábio, incerta de como a amiga reagiria.
Enquanto isso, Leona e sua amiga Marcela estavam no refeitório. Marcela derrubou um copo de suco no chão, e o zelador, que era o pai de Margarita, apressou-se para limpar a bagunça. As duas riram baixinho, e Marcela comentou: — Olha lá, o paizinho da estudiosa correndo para limpar nossa sujeira.
Leona, com um sorriso irônico, respondeu: — Acho que ele está acostumado, né?
Maicon, que estava por perto, ouviu o comentário e se aproximou, furioso. — Vocês não têm vergonha, não? — Ele encarou Leona. — Zombando de um homem trabalhador, só para se sentirem melhores?
Antes que ela pudesse responder, Frederico surgiu e se posicionou entre eles. — O que está acontecendo aqui, Maicon? Quer bancar o herói agora? — Ele se aproximou ameaçadoramente, e de repente, um rugido gutural escapou de sua garganta, silenciando o ambiente.
Os alunos no refeitório congelaram de medo, enquanto Frederico, surpreso com a própria reação, tentava se recompor. Ele respirou fundo e olhou para Leona. — Precisamos sair daqui.
No jardim, longe dos olhares curiosos, Frederico e Leona se sentaram em um banco, ainda abalados pelo que havia acontecido. — Isso está ficando fora de controle — disse ele, passando a mão pelos cabelos loiros. — Me sinto cada vez mais selvagem, como se os instintos estivessem tomando conta.
Leona suspirou, concordando. — Eu também sinto. Às vezes, parece que não sou mais eu mesma. É assustador.
Frederico se inclinou para mais perto e, sem pensar duas vezes, a beijou. Leona retribuiu, os instintos mais fortes que a razão, e por um breve momento, esqueceram o caos que os cercava.
Luigi adentrou o banheiro da faculdade, fechando a porta atrás de si com um golpe firme. Ele se encarou no espelho, os olhos carregados de determinação e rancor.
— Vou me vingar de Tales — sussurrou para si mesmo, enquanto suas mãos se cerravam em punhos. Ele não suportava a arrogância do herdeiro, que se achava superior a todos. Luigi jurou que não iria descansar até ver Tales no chão.
Do lado de fora, Kira e Margarita se reuniram em uma mesa do refeitório.
— Você viu o professor Veigan? — Kira começou, o olhar preocupado. — Ele parece saber de tudo que acontece aqui. Devemos fazer a pesquisa em sua casa, longe de olhares curiosos.
Margarita concordou, batendo os dedos na mesa nervosamente.
— Você tem razão, Kira. Eu fui ingênua em pensar que poderíamos ficar aqui e ainda ter privacidade.
Enquanto isso, Maicon estava sentado com Kira e decidiu confrontá-la.
— Então, Kira, você realmente quer ficar com Tales? Não sei se vocês combinam.
Kira franziu a testa, defensiva.
— Ele é uma ótima pessoa, só é um pouco explosivo às vezes.
Maicon revirou os olhos, mas não insistiu. Sabia que Kira tinha uma queda por Tales, mesmo que isso não fizesse sentido para ele.
Do outro lado da sala, Leona estava empolgada, contando a Marcela sobre o beijo que tinha trocado com Frederico.
— Ele me convidou para ir à casa dele esta noite! — exclamou, os olhos brilhando de excitação. — Vai ser incrível!
As duas meninas soltaram risadas contagiantes. No entanto, a animação de Leona rapidamente se dissipou quando Margarita se aproximou.
— Por que você debocha do meu pai, Leona? — perguntou Margarita, claramente incomodada.
Leona a ignorou, dando de ombros.
— Eu não me importo com bobagens. Tenho o cara mais gato da escola ao meu lado — disse com um sorriso malicioso. — E me sinto poderosa, sabe?
Marcela, curiosa, indagou:
— Poderosa por quê? Você não pode revelar o segredo?
Leona fez uma pausa, seu olhar distante, como se ponderasse sobre o que dizer. Ela decidiu não entrar em detalhes e mudou de assunto.
Em outro canto, Tales viu Kira e a chamou:
— Oi, Kira! Que tal ir à minha casa hoje à noite?
— Desculpe, Tales, mas vou para a casa da Margarita — ela respondeu, tentando esconder seu desinteresse.
Tales franziu a testa, resmungando para Frederico:
— Essa garota está se fazendo de difícil. Para mim, que sou um dos mais cobiçados da faculdade, isso é inaceitável.
Frederico, por outro lado, concordou, rindo da situação.
— Ela só quer te provocar, Tales.
Os olhares na faculdade mudavam de assunto, mas a tensão entre os grupos permanecia. A cada instante, os segredos e instintos dos jovens pareciam se entrelaçar, e o clima de mistério os seguia como uma sombra.
Os jovens estavam prestes a descobrir que o que havia começado como um simples experimento se tornaria um emaranhado de relações, rivalidades e surpresas inesperadas.
Enquanto a conversa se desenrolava no refeitório, Kira e Margarita decidiram ir para a biblioteca, onde poderiam se concentrar na pesquisa longe do burburinho da faculdade. No caminho, Kira não conseguia tirar Tales da cabeça. A curiosidade sobre os sentimentos dele e a sua própria confusão a atormentavam.
— O que você realmente acha do Tales? — Margarita perguntou, interrompendo seus pensamentos. — Ele é bom para você?
Kira hesitou, buscando as palavras certas.
— Ele é... interessante. Mas, às vezes, eu sinto que ele tem um lado mais sombrio, algo que não entendo completamente.
Margarita olhou para a amiga, preocupada.
— Tome cuidado, Kira. Às vezes, as aparências enganam.
Enquanto isso, do outro lado da faculdade, Leona se reunia com Frederico e suas amigas.
— Você já pensou em como será a noite? — perguntou uma das amigas, com um sorriso malicioso.
Leona sorriu, lembrando-se do beijo de Frederico.
— Vai ser perfeito. Ele é lindo e divertido, e eu sou a única que conseguiu conquistar esse "rei" da faculdade.
Frederico, por sua vez, estava perdido em seus próprios pensamentos. Ele se perguntava se realmente conseguia controlar seus instintos. Ao olhar para Leona, a beleza dela o deixava inquieto.
— Espero que você esteja pronta para o que vem depois — ele comentou, com um brilho nos olhos.
— Ah, estou sempre pronta — respondeu Leona, piscando para ele.
No entanto, a animação do grupo foi interrompida por uma agitação repentina. Maicon entrou no refeitório, seu rosto pálido e preocupado. Ele se aproximou de Kira e Margarita assim que as viu.
— Vocês não vão acreditar no que aconteceu! Eu vi Luigi no banheiro, ele parecia mais do que nunca determinado a se vingar de Tales! — disse ele, a voz cheia de urgência.
Margarita franziu a testa, lembrando-se da conversa que tiveram sobre Luigi e suas intenções.
— O que ele pretende fazer?
— Não sei, mas ele estava falando sozinho, prometendo algo — respondeu Maicon, olhando para Kira. — Você precisa se afastar de Tales por um tempo.
Kira hesitou, a preocupação crescendo dentro dela.
— Vou pensar no que você disse.
A tensão estava palpável quando os três decidiram se reunir com os outros alunos. O clima na faculdade parecia mudar a cada dia, e todos estavam cada vez mais conscientes dos conflitos que surgiam.
À medida que o intervalo se aproximava do fim, Tales se juntou a eles, com um olhar que não prometia nada de bom.
— O que está acontecendo aqui? Por que vocês parecem tão preocupados? — perguntou ele, tentando disfarçar a irritação.
Maicon respondeu, firme:
— Luigi está em um estado perigoso, e ele está atrás de você. É melhor você se preparar.
Tales riu, desprezando a advertência.
— Deixe Luigi fazer o que quiser. Eu não tenho medo dele.
Enquanto isso, Leona se juntou ao grupo, seu olhar arrogante se fixando em Kira.
— O que você está fazendo aqui? Se não está interessada no Tales, deve procurar um lugar mais adequado — disse Leona, fazendo questão de subestimar Kira.
Frederico, percebendo a tensão, tentou intervir.
— Leona, não precisa ser assim. Kira é nossa amiga.
Leona cruzou os braços, desdenhando.
— Amiga? Não me faça rir. Ela é só uma garota comum que está tentando se misturar com os grandes.
A situação estava prestes a esquentar, quando um grito vindo do banheiro ecoou pelo corredor, interrompendo a conversa. Todos os olhos se voltaram para a direção do som, um prenúncio do caos que estava por vir.
Maicon olhou para Kira, preocupado.
— Precisamos ver o que está acontecendo.
Os amigos se dirigiram apressadamente para o banheiro, prontos para enfrentar o que quer que estivesse acontecendo, sem saber que, nesse momento, suas vidas tomariam um rumo inesperado.
Os gritos vindos do banheiro se intensificaram, e um grupo de alunos começou a se aglomerar em frente à porta. Kira, Margarita, Maicon, Tales e Frederico se apressaram, tentando entender o que estava acontecendo. Quando finalmente conseguiram abrir a porta, a cena que se apresentou a eles era surreal.
Luigi estava no chão, se contorcendo e gemendo. Sua pele tinha mudado de cor, uma tonalidade estranha e metálica, como se ele estivesse se transformando em algo que não era humano.
— O que aconteceu? — gritou Tales, enquanto ele e Frederico correram para socorrê-lo.
Apressadamente, eles levantaram Luigi do chão, tentando mantê-lo calmo enquanto o arrastavam para fora do banheiro.
— Ele parece estar se transformando — sussurrou Margarita, o medo crescendo dentro dela.
Kira olhou para a amiga, sua expressão de pânico refletindo a gravidade da situação.
— Precisamos levá-lo para um lugar seguro. Isso não é normal!
Uma vez do lado de fora, Luigi parecia mais consciente, mas sua respiração estava pesada, como se a transformação estivesse o consumindo.
— O que aconteceu com você, Luigi? — perguntou Frederico, sua voz trêmula.
Luigi, entre os lábios trêmulos, murmurou:
— Doutor Veigan... Ele está... ele está fazendo algo. O experimento... está piorando.
Maicon olhou para Kira e Margarita, a mente trabalhando a mil por hora.
— Precisamos avisar a coordenadora. Não podemos deixar que isso aconteça com mais ninguém!
Os amigos concordaram, mas Kira estava em estado de alerta.
— O que se ele estiver rastreando todos nós? E se ele souber que estamos tentando intervir?
Nesse momento, a coordenadora da faculdade apareceu, alarmada com o tumulto que estava se formando. Maicon tentou disfarçar sua preocupação, sorrindo nervosamente.
— Estava tudo sob controle, só uma pequena situação — tentou acalmar.
Mas os olhares apreensivos de Kira e Margarita tornaram claro que a situação estava muito além de uma pequena confusão. A coordenadora, percebendo a tensão, decidiu que era melhor cancelar as aulas da tarde, enquanto os alunos se recuperavam do susto.
Enquanto isso, no bar próximo à faculdade, o grupo se reuniu em uma mesa isolada, ainda processando o que havia acontecido com Luigi. A atmosfera estava carregada de medo e incerteza.
— Precisamos descobrir o que realmente está acontecendo — disse Kira, olhando para os amigos. — Se o Dr. Veigan está por trás disso, ele pode ter algum tipo de antídoto.
Maicon, que estava inquieto na cadeira, concordou.
— Precisamos agir rápido. O que quer que Luigi tenha ingerido ou o que quer que tenham feito com ele... isso pode acontecer com qualquer um de nós.
Frederico, normalmente despreocupado, parecia nervoso.
— Você acha que isso é sério o suficiente para afetar todos nós?
Margarita franziu a testa, pensando no que Luigi havia dito.
— Se ele estava passando por um experimento e isso o transformou assim... O que mais o doutor Veigan pode estar fazendo?
Kira, determinada, sugeriu:
— Precisamos infiltrá-lo. Descobrir o que está acontecendo no laboratório dele e o que ele realmente está fazendo com os alunos.
Tales olhou para Kira, admirando sua coragem.
— Estou dentro. Não podemos deixar que isso continue.
A tensão começou a se dissipar, e eles sentiram a determinação crescer. Sabiam que precisavam agir, não só por Luigi, mas por todos os que estavam em risco. Eles trocaram olhares resolutos, cada um ciente de que estavam prestes a entrar em um caminho perigoso, mas necessário.
— Então, vamos nos preparar — concluiu Kira, com um brilho de determinação nos olhos. — Estamos juntos nessa.
A conversa fluiu para estratégias e planos, e embora a sombra do medo ainda pairasse sobre eles, uma nova esperança começou a surgir. Eles não seriam apenas vítimas; eles lutariam para entender e parar o que estava acontecendo antes que fosse tarde demais.
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Atualizado até capítulo 32
Comments
Rosária 234 Fonseca
a questão é como
2024-10-26
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