O Dr. Veigan estava furioso no laboratório. Seus rastreadores não funcionavam, e a ideia de que Luigi e Leona estavam livres e fora de seu controle era inaceitável. Ele reuniu sua equipe de homens de preto e deu a ordem com um tom ameaçador:
— Vão em busca de Luigi e Leona. Eles não podem ficar soltos por aí!
Enquanto isso, na estrada, Luigi e Leona viajavam despreocupadamente. Eles pararam em um posto de gasolina, onde Leona aproveitou para tomar um banho gelado e refrescante. Com os cabelos molhados e um sorriso marcante, ela chamou a atenção de Luigi, que não conseguia esconder o quanto estava impressionado com a beleza dela.
— Obrigada por ser tão respeitoso comigo, — disse Leona, notando o olhar admirado dele. — Eu não esperava que você fosse assim, tão... genuíno.
— E eu não achava que você fosse tão intensa e espontânea, — respondeu Luigi, sorrindo. Ele começava a ver Leona de uma forma diferente, muito além das aparências.
Logo depois, os dois seguiram para um restaurante próximo. Enquanto esperavam pela comida, Leona soltou um rugido poderoso que ecoou pelo lugar, assustando os clientes que pensaram que uma leoa de verdade estava por ali. O pânico tomou conta, e muitas pessoas fugiram do restaurante.
Aproveitando a distração, Luigi se camuflou, usando suas habilidades, e pegou dinheiro e comida, escapando rapidamente com Leona. Já do lado de fora, os dois caíram na risada.
— Quem diria que seria tão fácil! — riu Leona, abrindo uma cerveja enquanto contava o dinheiro que Luigi havia pegado.
— Parece que estamos começando a nos acostumar com essa nova vida, — comentou Luigi, brindando com ela.
De volta à faculdade, na biblioteca, Margarita estava concentrada em seus estudos quando Kira apareceu.
— Margarita, nós ainda podemos ser amigas? — perguntou Kira com um olhar esperançoso.
Mas Margarita estava magoada demais. Sua voz saiu firme e irritada:
— Amigas? Depois de tudo? Você mentiu para mim, dizendo que Maicon gostava de mim, enquanto ele, na verdade, gosta de você!
Antes que Kira pudesse responder, Margarita deu um tapa em seu rosto, pegou seus livros e saiu dali sem olhar para trás.
Enquanto isso, nos vestiários da faculdade, Tales observava sua pele na água. Algo estranho acontecia; quando ele entrava em contato com a água, sua pele mudava de textura. Assustado, ele comentou com Frederico:
— Acho que algo está errado comigo... minha pele não está normal.
Frederico, por sua vez, estava abatido.
— Eu estou preocupado com a Leona. Acho que fiz uma grande besteira, — confessou, sentindo o peso das consequências de suas ações.
— Infelizmente, agora é tarde demais, — disse Tales, tentando consolar o amigo, embora ele próprio sentisse a tensão das mudanças em seu corpo.
Kira, depois de sua discussão com Margarita, foi falar com Maicon.
— Você precisa me esquecer, Maicon. Eu não sinto o mesmo por você, — disse ela, tentando ser direta.
— Mas eu não consigo. Desde o começo, eu sempre fui apaixonado por você, — respondeu Maicon, visivelmente abalado.
— Eu fui pedida em namoro pelo Tales, e estou tentando fazer dar certo com ele, — continuou Kira, o que fez Maicon sentir uma tristeza profunda. Ele sabia que precisaria se distanciar, mas a dor de ver Kira com outro era difícil de suportar.
O clima de tensão e conflitos apenas se intensificava, e o perigo estava cada vez mais próximo, com o Dr. Veigan decidido a retomar o controle sobre seus experimentos. Luigi e Leona, por outro lado, tinham de enfrentar não apenas a perseguição do doutor, mas também a descoberta de suas próprias naturezas transformadas.
A situação na faculdade só piorava, e os conflitos entre os estudantes estavam à flor da pele. Tales, enquanto pegava seu material para a próxima aula, foi surpreendido por Kira, que se aproximou chorando.
— Margarita me agrediu! — disse Kira, com os olhos cheios de lágrimas.
Furioso, Tales foi imediatamente atrás de Margarita, questionando-a sobre o que tinha acontecido.
— Por que você fez isso com a Kira? — perguntou ele, com raiva evidente.
— E o que você vai fazer agora, Tales? Vai me prejudicar como fez com o Luigi? — respondeu Margarita, com desdém, virando as costas para ele.
Sentindo-se ofendido, Tales decidiu tomar uma atitude extrema. Ele foi até a coordenadora da faculdade e, em um ato de vingança, inventou que o zelador havia lhe roubado. Enquanto isso, a coordenadora recebeu uma ligação urgente dos pais de Frederico e do pai de Luigi, que fizeram uma denúncia formal contra o zelador, culminando em sua demissão.
A notícia se espalhou rapidamente pela faculdade, e os alunos ficaram revoltados com a injustiça. Margarita, ao descobrir que tudo foi provocado por fofocas envolvendo Kira, se sentiu traída e chorou de raiva.
— Ela se afundou sozinha, — murmurou Margarita para si mesma, incapaz de acreditar que Kira, sua antiga amiga, tinha sido capaz de algo assim.
Quando Maicon soube do que havia acontecido, ficou indignado com Kira. Ele havia tentado perdoá-la anteriormente, mas essa situação o fez duvidar seriamente de seu caráter.
Enquanto isso, Frederico conversava com Tales, tentando fazê-lo ver que Kira estava se tornando uma pessoa manipuladora.
— Ela está se transformando em uma cobra venenosa, não em uma gaivota, Tales. Ela já prejudicou muita gente, — alertou Frederico.
— Você não sabe de nada, Frederico! — retrucou Tales, irritado. — Kira está arrependida, e eu vou ajudá-la a mudar.
A discussão entre os dois ficou tensa, mostrando como a amizade entre eles estava se desgastando por causa das recentes intrigas.
Em casa, Kira foi aconselhada por sua mãe, que percebeu a mudança de comportamento da filha.
— Kira, você precisa rever suas atitudes. O que está acontecendo com você na faculdade?
Kira, chorando, admitiu estar arrependida.
— Eu não sei o que me levou a agir assim, mãe. Não quero mais voltar para a faculdade, está tudo um caos, e eu só causei problemas, — confessou, sentindo o peso de suas ações.
Enquanto isso, longe dali, Luigi e Leona tentavam lidar com sua nova realidade. Vagando sem rumo, eles decidiram dormir dentro do carro, estacionado em um local tranquilo. Leona, cansada e vulnerável, deitou-se no colo de Luigi, que gentilmente acariciou seu rosto, tentando confortá-la.
— A gente vai ficar bem, Leona, — disse Luigi em voz baixa, enquanto ela adormecia.
Mas no fundo, ele sabia que o perigo estava à espreita, e a sombra do Dr. Veigan continuava a rondar, tornando suas vidas uma corrida contra o tempo.
A culpa estava consumindo Kira por dentro. Depois de passar a noite em claro, ignorando as várias ligações de Tales, ela olhava para as fotos antigas com Margarita e lembrava dos bons momentos que tinham compartilhado na faculdade. A dor da amizade perdida e as consequências de suas atitudes pareciam esmagá-la.
Enquanto isso, na casa de Margarita, a situação era igualmente difícil. Ela estava sentada à mesa com seus pais e o irmão mais novo, enquanto seu pai desabafava sobre a dificuldade de estar desempregado.
— Vou sair da faculdade e arrumar um emprego para ajudar a manter a casa — afirmou Margarita, determinada.
— Não, minha filha. Com as costuras, ainda dá para a gente se virar — tentou argumentar sua mãe.
— Tenho dezenove anos, mãe. Preciso ajudar vocês, não posso continuar na faculdade enquanto a nossa situação está assim — insistiu Margarita.
— Mas medicina é o seu sonho, filha. Você lutou tanto por isso — completou sua mãe, com os olhos marejados.
A decisão de Margarita estava tomada. Ela iria sacrificar seus estudos para apoiar a família. No dia seguinte, conseguiu um emprego em uma cafeteria e decidiu trancar a matrícula na faculdade.
Enquanto isso, Kira tomou coragem e ligou para Maicon, na esperança de se redimir de alguma forma. No entanto, a recepção que teve foi fria e dura.
— Você é o pior tipo de pessoa, Kira. Por causa do Tales, o pai de Margarita foi demitido — disse Maicon, sem esconder a raiva.
— O quê? Eu não sabia que isso aconteceu por causa dele... — respondeu Kira, com a voz tremendo.
Sem pensar duas vezes, ela foi até a casa de Tales e o confrontou.
— Como você pôde fazer isso, Tales? Provocar a demissão do pai dela?
— Fiz isso porque você me disse que ela te agrediu — respondeu Tales, tentando se justificar.
Kira começou a chorar e, em um ato de desespero, deu tapas no próprio rosto.
— Eu sou horrível. Como eu pude fazer algo assim? — lamentou Kira.
Tales tentou acalmá-la.
— Vou resolver isso. Vou ajudar a família de Margarita — prometeu ele.
No entanto, quando ele foi até a cafeteria no dia seguinte para falar com Margarita, a recepção foi cortante.
— Não precisamos de sua ajuda. Meu pai não vai voltar para a faculdade, e eu não quero ver nenhum de vocês nunca mais — afirmou Margarita.
— Mas já fomos amigos antes... — Tales tentou apelar para os sentimentos dela.
— Não somos amigos de ninguém. E a Kira é a pior pessoa que eu já conheci — retrucou Margarita, sem deixar margem para discussão.
Enquanto isso, Kira se afundava cada vez mais em sua tristeza. Na faculdade, tentou se aproximar de Maicon, mas ele a ignorou completamente, deixando-a ainda mais desolada. A rejeição era esmagadora. Procurou por Frederico, mas ele também não mostrou qualquer simpatia.
— Você sabe onde está o Tales? — perguntou Kira.
— Não sei e nem quero saber — respondeu Frederico, virando as costas para ela.
Sentindo-se rejeitada e como se fosse a pior pessoa do mundo, Kira não conseguiu assistir às aulas. Voltou para casa aos prantos, assustando sua mãe.
— O que está acontecendo com você, Kira? Como se tornou tão frágil assim? — perguntou sua mãe, preocupada.
Kira não respondeu, apenas se trancou no quarto, lutando para lidar com o peso de suas escolhas.
Doutor Veigan começava a perceber que a situação estava saindo de controle. Os comportamentos agressivos e as mudanças físicas nos jovens indicavam que o DNA animal inserido neles já estava afetando suas personalidades e capacidades. Conversando com sua assistente Renata, ele expressou sua preocupação.
— Parece que os efeitos do DNA animal estão começando a se manifestar — disse Veigan.
— Isso é fascinante. Está quase como se fosse um reality show, com todos esses dramas acontecendo — respondeu Renata, rindo.
— Só que temos dois desaparecidos, e isso não é parte do plano — lembrou o doutor, ficando sério novamente.
Enquanto isso, os homens designados por Veigan para procurar Luigi e Leona seguiam pistas pela estrada. Os dois, alheios à perseguição, estavam em um café de beira de estrada, comendo pão de queijo e tomando cappuccino. A música alta enchia o ambiente, e Luigi, que descobrira uma nova habilidade — uma língua anormalmente longa —, não sabia se ria ou se ficava apavorado com a mudança.
— Com essa língua, você vai fazer sucesso, hein, Luigi? — brincou Leona, dando uma risada.
— Acho que prefiro não ter que lidar com essa "habilidade especial" — respondeu ele, meio desconcertado.
Leona pareceu não se importar muito com os efeitos que estavam surgindo.
— Não sinto falta de casa ou da faculdade, sinceramente. Tudo parece mais interessante aqui fora — comentou.
De volta à faculdade, Frederico tentava entrar em contato com Leona, mas o telefone dela continuava no modo avião desde o dia em que fugiu.
Tales, por sua vez, tentou consertar as coisas com Frederico.
— Me desculpe por ter sido agressivo. Acho que o "tubarão" dentro de mim está tentando me dominar — disse ele.
Frederico aceitou as desculpas e os dois se abraçaram.
— E a Margarita? Ela vai voltar para a faculdade? — perguntou Frederico.
— Não. Ela disse que não quer mais saber da gente. Está trabalhando para ajudar a família — respondeu Tales.
Nesse momento, Maicon apareceu, visivelmente irritado.
— Tales, você é um problema. Estamos todos prestes a ser destruídos pelo doutor Veigan, e você acha que pedir desculpas vai resolver tudo? — desabafou Maicon.
O clima ficou tenso, e as palavras de Maicon pairaram no ar, trazendo à tona a verdade que todos temiam: suas vidas estavam sendo manipuladas e suas transformações pareciam apenas estar começando.
Kira e sua mãe estacionaram o carro perto de um lago tranquilo. Enquanto observavam o reflexo da água, Kira desabafou.
— Não quero mais voltar para a faculdade. Tudo parece errado, e estou preocupada com os meus amigos.
Sua mãe a olhou com compreensão, mas também com firmeza.
— Fugir não vai resolver nada, Kira. Você precisa encarar os problemas e tentar consertar o que está quebrado. É assim que você cresce e aprende.
Na faculdade, Maicon se aproximou novamente de Tales, visivelmente irritado.
— Você não percebe o que fez? A Margarita desistiu do sonho dela por sua causa. Você vive agindo como um cachorro cego por causa dos seus impulsos.
Tales, embora irritado, reconheceu que havia errado e decidiu agir para reparar o dano. Dirigiu-se à coordenação e admitiu que havia feito uma acusação injusta. Como era conhecido por sua família rica, ofereceu-se para cobrir os custos para que o pai de Margarita fosse recontratado. A coordenadora, ciente de sua influência, acatou o pedido, e logo o pai de Margarita voltou a trabalhar na faculdade, para a alegria dos alunos.
Mais tarde, Maicon foi à cafeteria onde Margarita trabalhava para lhe dar a notícia.
— Seu pai foi recontratado. Ele está de volta à faculdade! — disse Maicon, animado.
— Isso é ótimo, Maicon. Mas, para ser sincera, eu não sinto vontade de voltar a estudar — respondeu Margarita, com um toque de tristeza na voz.
Maicon a olhou com seriedade.
— Margarita, você é uma das melhores alunas. Não pode deixar o orgulho falar mais alto. A faculdade precisa de você, e você merece seguir seus sonhos.
Ela sorriu levemente e o abraçou. O toque carinhoso de Maicon ao alisar seu rosto a fez sentir-se segura e protegida.
— Você tem sido uma pessoa importante para mim nesses dias difíceis, Maicon. Não sei o que faria sem você — confessou Margarita.
O momento compartilhado parecia dar um novo fôlego a Margarita, deixando Maicon esperançoso de que, talvez, a amiga reconsiderasse voltar à faculdade e retomar o caminho que havia deixado para trás.
Luigi notou pelos retrovisores que havia carros se aproximando rapidamente. Sentiu o coração acelerar e pressionou o pedal até o fundo, aumentando a velocidade na pista. Desviou bruscamente para a entrada de uma floresta, abandonando o asfalto, e parou o carro ao lado de uma árvore densa. Ele e Leona saíram rapidamente do veículo e correram mata adentro. Leona, com agilidade sobre-humana, movia-se com a velocidade de uma verdadeira leoa, enquanto Luigi se camuflava como um lagarto, desaparecendo na vegetação. Os homens que os perseguiam vasculharam o local, mas não conseguiram capturá-los.
Doutor Veigan, monitorando a situação, socou a mesa ao perceber que suas criaturas estavam superando suas expectativas.
— Como eles conseguiram fugir de novo? Eles estão se tornando melhores do que eu — murmurou para Renata, sua assistente, visivelmente irritado.
Enquanto isso, na faculdade, Kira retornava para encarar os amigos. Tentou se aproximar, mas foi recebida com olhares frios e repreensões. Tales a consolou, segurando sua mão e tentando aliviar a tensão.
Frederico, ao perceber a situação, informou aos amigos:
— A polícia já foi acionada pelos pais de Leona. Eles estão buscando os dois, mas até agora não encontraram nenhuma pista.
— Isso é muito estranho — comentou Maicon. — O doutor Veigan tem recursos para rastrear qualquer coisa. Como ele ainda não os encontrou?
Margarita refletiu por um momento e, com uma expressão de entendimento, respondeu:
— Eles devem ter se livrado dos rastreadores, e acho que sei como.
Pouco tempo depois, um alarme disparou na faculdade, e os alto-falantes ecoaram o alerta: um incêndio estava ocorrendo. Os alunos, assustados, saíram correndo do prédio. Aproveitando o caos, o grupo se dirigiu ao laboratório de anatomia, onde, com instrumentos improvisados, conseguiram remover seus rastreadores.
— Agora é a nossa chance! — exclamou Frederico, cheio de adrenalina. — Vamos sair daqui enquanto eles estão distraídos.
Os amigos rapidamente se dividiram. Tales e Kira pegaram o carro de Tales, enquanto Frederico, Maicon e Margarita se acomodaram no veículo de Frederico. A adrenalina pulsava em suas veias enquanto fugiam da faculdade.
Frederico, dirigindo com um sorriso de alívio, olhou para os amigos no banco de trás.
— Finalmente estamos livres do controle do doutor Veigan. Não estamos mais sendo rastreados.
Com a faculdade às suas costas e o futuro incerto à frente, o grupo agora precisava descobrir como sobreviver e, ao mesmo tempo, encontrar uma forma de se proteger do homem que os havia transformado em algo além de humanos.
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Atualizado até capítulo 32
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