Margarita e Maicon estavam na sala de informática da faculdade, cercados por monitores e teclados que emitiam um zumbido baixo. A ruiva apertava os olhos, tentando decifrar o que estava na tela do computador.
— Consegue ver alguma coisa? — perguntou Maicon, preocupado.
— Claro que sim, não se preocupe — respondeu Margarita, com a voz trêmula. As letras pareciam dançar na frente dela, e o cansaço de forçar a visão estava começando a se manifestar em uma leve dor de cabeça.
Maicon suspirou e sugeriu novamente:
— Margarita, você precisa colocar seus óculos. Não faz sentido se prejudicar por causa de um conselho ruim.
A garota balançou a cabeça com firmeza.
— Não, Maicon. Eu já disse que consigo. Não preciso deles — insistiu, embora a frustração em sua voz fosse evidente.
Enquanto isso, do lado de fora do prédio, sob uma árvore, Luigi estava distraído fumando um cigarro. Ele observava o movimento da faculdade com uma expressão pensativa, até que Leona se aproximou sorrateiramente e tocou em seu ombro.
— Tenho um plano para separar aqueles dois — disse ela, com um brilho de malícia nos olhos.
— Ah, é? — perguntou Luigi, curioso. — E o que você tem em mente?
— Vou pedir para minha amiga Marcela dar em cima de Tales. Eles já ficaram no passado, e sei que ele tem uma quedinha por ela. É só uma questão de tempo até ele cair nos encantos dela de novo — explicou Leona, com um sorriso triunfante.
Luigi soltou uma risada de aprovação.
— Você realmente é uma leoa inteligente — elogiou, enquanto Leona sorria satisfeita.
Na sala de aula, a professora Monalisa caminhava de um lado para o outro, explicando as instruções do próximo seminário. Sua voz firme e clara preenchia o ambiente, e ela enfatizava a importância de irem bem na apresentação.
— Lembrem-se, esse seminário vale uma grande parte da nota final. Se não se esforçarem, podem ser reprovados — avisou a professora, apontando para o quadro com as informações.
Margarita, que estava na última fileira, continuava a forçar a vista. As letras no quadro eram um borrão, e ela mal conseguia distinguir o que a professora estava escrevendo. Kira, que estava sentada mais à frente, percebeu a dificuldade da ex amiga e se virou para trás.
— Margarita, quer que eu te passe o que está no quadro? — ofereceu Kira, com gentileza.
— Não, obrigada. Eu consigo sozinha — respondeu Margarita com frieza, afastando-se novamente.
Kira voltou para o seu lugar, claramente desapontada. Ela se virou para Maicon, que estava a alguns lugares de distância.
— A Margarita não está conseguindo enxergar direito. Se ela não usar os óculos, pode acabar se prejudicando — comentou Kira, preocupada.
Maicon olhou para Margarita com um misto de preocupação e frustração. Ele sabia que a vaidade momentânea estava colocando a amiga em uma situação complicada, mas também sabia que tentar convencê-la não seria fácil.
Enquanto isso, Margarita se sentia presa entre duas escolhas: manter a nova imagem que tanto esforço tinha feito para construir ou ceder e voltar a usar os óculos, arriscando parecer "velha" como sua amiga havia sugerido. E, no meio de tudo isso, o perigo representado por Veigan e os planos de Leona e Luigi continuavam a pairar sobre eles, ameaçando não apenas suas relações, mas suas vidas.
No intervalo, Margarita caminhava pelos corredores movimentados da faculdade quando tropeçou na vassoura que seu pai, o zelador da escola, estava usando para varrer o chão. Ela quase perdeu o equilíbrio, mas conseguiu se segurar na parede próxima.
— Desculpa, pai — murmurou ela, tentando não chamar a atenção para o incidente.
— Não se preocupe, filha. Mas acho que está na hora de voltar a usar os óculos, não acha? — sugeriu ele com um tom carinhoso, mas preocupado.
Margarita franziu a testa, visivelmente irritada.
— Não preciso dos óculos. Já disse que consigo me virar sem eles — respondeu com firmeza, afastando-se rapidamente.
Vitória, que observava a situação de longe, se aproximou com um sorriso largo.
— Não liga para isso, amiga. Você está deslumbrante! Sério, todos os meninos estão caidinhos por você. Você é a sensação do campus! — elogiou, tentando animar Margarita.
Sentindo-se encorajada, Margarita se esforçou para adotar uma postura mais confiante. Ela se sentou de forma provocante em um banco do refeitório, lançando olhares despreocupados ao redor, enquanto sentia o olhar de seu pai acompanhando-a de longe.
Não demorou muito para Frederico se aproximar. Ele usava um sorriso charmoso e um brilho no olhar que chamou a atenção de Margarita.
— Você está muito bonita hoje — elogiou, inclinando-se levemente para perto dela.
Margarita sorriu, tentando esconder o rubor que começava a colorir suas bochechas.
— Obrigada — respondeu, um pouco sem jeito.
Frederico continuou a conversa, aparentemente decidido a conquistá-la.
— Sabe, sempre gostei de ruivas... Acho que elas têm uma beleza única — acrescentou, com os olhos fixos nos dela.
Margarita ficou ainda mais sem jeito e sentiu o coração acelerar.
— Obrigada de novo — disse, rindo nervosamente.
— O que acha de sair para dançar hoje à noite? Tem uma boate nova que abriu na cidade, e eu adoraria te levar. Passo na sua casa para te buscar — convidou ele, com um sorriso confiante.
Margarita hesitou por um momento, mas aceitou, sem esconder a felicidade na voz.
— Claro, acho que seria divertido. Pode passar lá por volta das oito? — sugeriu ela.
Frederico assentiu e se afastou, satisfeito. Margarita observou ele se afastar e, quando percebeu Maicon olhando de longe, sentiu-se ainda mais vitoriosa. Ela adorava a ideia de causar ciúmes nele, e a expressão no rosto de Maicon era exatamente o que ela esperava.
Enquanto se levantava para ir embora, Vitória sussurrou animada:
— Eu disse que você estava arrasando! O Frederico não conseguiu resistir.
Por mais que Margarita se sentisse lisonjeada com a atenção, ainda havia uma parte dela que sabia que estava tentando provar algo — não apenas para os outros, mas para si mesma. E, em meio à confusão de sentimentos, os planos de Leona e Luigi continuavam em segundo plano, como uma ameaça iminente que pairava sobre todos.
Capítulo Quinze: Planos e Preparações
Leona estava sentada em um banco da praça, nervosa e animada ao mesmo tempo. Quando Marcela chegou, ela imediatamente começou a expor seu plano.
— Preciso da sua ajuda para me vingar de Kira — disse Leona, com um brilho travesso nos olhos.
Marcela arqueou uma sobrancelha, intrigada.
— Espera, por que você está tão obcecada por ela? Não entendo por que você está com Luigi. Ele é tão... estranho e pobre — disparou Marcela, sem pensar muito.
Leona se revoltou com a observação da amiga.
— Ele é uma ótima pessoa, Marcela! Ele me faz sentir bem e me entende — respondeu, com firmeza.
A determinação de Leona era evidente, e Marcela logo percebeu que a amiga estava levando aquilo a sério.
— Ok, ok! Mas o que você quer que eu faça? — perguntou, tentando mudar de assunto.
— Quero que você dê em cima de Tales. Isso vai desestabilizar Kira, e o resto eu deixa comigo. — explicou Leona, com um sorriso malicioso.
Marcela soltou uma risada contagiante, gostando da ideia.
— Isso pode ser divertido! Eu topo. Vou fazer de tudo para beijá-lo de novo. Sinto saudades daquelas mãos pesadas em mim — brincou, dando uma piscadela.
As duas começaram a rir, planejando a vingança que prometia ser tão doce quanto divertida.
À noite, o momento tão aguardado finalmente chegou. Frederico foi buscar Margarita em sua casa. Ao chegar, sua família ficou admirada com o carro esportivo que ele dirigia. Os pais de Margarita trocaram olhares de aprovação, enquanto a ruiva se arrumava.
Vitória a ajudava, aplicando a maquiagem com cuidado e escolhendo o vestido perfeito. Margarita estava mais linda e atraente do que nunca. Quando se olhou no espelho, não pôde deixar de sorrir, sentindo-se confiante e animada.
Quando Frederico chegou à porta, sua presença a deixou ainda mais radiante. Ele abriu a porta do carro para ela, e Margarita não conseguiu conter o sorriso de felicidade ao entrar.
— Você está incrível — comentou Frederico, admirando-a de maneira sincera.
— Obrigada! — respondeu ela, um pouco tímida.
Assim que ele ligou o som do carro, Margarita reconheceu a música que tocava e seu rosto iluminou-se.
— É minha música favorita! Como você sabia? — perguntou, surpresa.
— Eu simplesmente tinha um bom pressentimento — ele sorriu, com um ar charmoso.
Ele se aproximou dela, e o perfume de Margarita invadiu o carro, criando uma atmosfera de encanto e expectativa. Frederico elogiou a fragância.
— Você está cheirando tão bem. Isso só faz você ficar ainda mais irresistível.
Margarita sorriu, cheia de expectativa. Aquela noite prometia ser cheia de surpresas e novas descobertas, mas também havia uma sombra de intriga pairando sobre todos os jovens. Enquanto os planos de Leona e Marcela começavam a se desenrolar, a tensão entre os grupos aumentava, tornando tudo mais complicado.
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Atualizado até capítulo 32
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