Capítulo 13

Felizmente, durante os dias em que decorreu o processo de protesto com Rebecca, o rei não enviou nenhum convite, embora no momento em que Valerian se despede de Rebecca, a princesa entra na boutique, pois tinha ido buscar um vestido que encomendou para o aniversário da rainha. Rebecca comenta com Valerian quem é aquela moça, então Valerian apenas a cumprimenta com a reverência adequada e uma saudação amável.

— Não a vi no reino e parece nobre, de que casa é? — pergunta a princesa.

— Peço desculpas, não sou daqui, só vim negociar com a senhorita Rebecca. — comenta Valerian.

— É isso mesmo, e deixe-me dizer que ela me trouxe uma seda de ótima qualidade, exatamente a mesma com que fiz seu vestido. — responde Rebecca.

— Eu já sabia, Rebecca me disse que essa seda vinha de Celes, então você é de Celes... — a princesa ficou em silêncio, pois lembra que Callisto disse que acompanhou sua noiva em uma viagem de negócios.

A princesa observa Valerian, sem dúvida era uma mulher linda, seu cabelo dourado combinava perfeitamente com seus brilhantes olhos azuis, que refletiam segurança. Ela aperta as mãos na saia do vestido, sentindo-se com ciúmes porque aquela mulher é a razão pela qual Callisto não a aceita.

— É isso mesmo, vim negociar a seda. É uma honra saber que a princesa usará vestidos feitos com essa seda. — mostrando um leve sorriso amável.

— C-claro... Gostei muito da cor e da textura da seda. — responde nervosa.

— Perfeito, então agora poderá usar essa seda quando quiser, porque a Senhora Lacaster fez um contrato comigo. — comenta Rebecca com emoção.

— Exatamente. — ela mostra a pasta do contrato. — Isso me deixa muito feliz, finalmente fechei meu primeiro contrato, mal posso esperar para contar ao meu noivo.

Valerian parece emocionada com a ideia, enquanto a princesa só sente a raiva crescer dentro dela.

— Noivo? Não me surpreende, a Senhorita Lacaster é linda. Espero que me deixe desenhar seu vestido de noiva. — comenta Rebecca.

— Sim. Meu noivo é o príncipe herdeiro de Celes. — sorri olhando para a princesa. — Então, um design da Senhorita Rebecca certamente me fará parecer uma rainha.

— Que surpresa! Mas, sem dúvida, a Senhorita Lacaster é digna de um compromisso tão importante. — responde Rebecca.

Valerian e Rebecca continuam conversando, enquanto a princesa abaixa o olhar, pois comprovou que Valerian é realmente a noiva de Callisto. A princesa se desculpa e sai correndo do local.

— Parece que a princesa não gostou. — expressa preocupada.

— É que não é segredo que ela queria se casar com o príncipe herdeiro de Celes. Embora o compromisso já tivesse sido anunciado, o rei continuou insistindo, porque a princesa está obcecada por ele. — sussurra Rebecca.

— Que pena, mas por que insistir com um homem comprometido? Isso só a tornará motivo de chacota de todos. — expressa com falsa preocupação.

Como o negócio já havia sido fechado, Valerian se despede de Rebecca e a informa que estará enviando os tecidos assim que chegar a Celes.

Valerian retorna à pousada, onde Callisto já preparou tudo para a viagem de volta ao reino. No entanto, justamente quando Valerian estava subindo na carruagem, os cavaleiros do palácio chegam diante deles, entregando uma mensagem a Callisto, na qual o convidam para um chá que a princesa oferecerá naquela tarde. Callisto responde que deve fazer uma viagem importante, então eles devem recusar o convite.

— Diga à princesa que, como pedido de desculpas, enviarei um convite para o meu casamento e espero que ela possa comparecer. — acrescenta Callisto.

Valerian ouve isso e não consegue conter um sorriso ladino, não acreditava que Callisto fosse capaz de dizer algo tão malicioso quanto isso. Após a recusa do convite, Callisto dá a ordem de avançar, deixando para trás os cavaleiros daquele reino.

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Cada vez que Marlene sai para a cidade, é inevitável ouvir críticas a ela, sobre sua falta de respeito para com a rainha e como ela deseja tirar o noivo de Valerian. E embora os gêmeos tentem calar essas críticas, eles são julgados por deixarem que uma "recolhida" tome atribuições que não lhe cabem, tentando roubar o que pertence à filha legítima da casa Lacaster.

— Por que todos me tratam assim? Eu só quero me dar bem com todos, não quero roubar nada da nossa irmã. — ela chora.

— Não é sua culpa, são essas harpias que estão sempre do lado daquele monstro... — responde Kenai.

— Não fale assim da Valerian, ela é nossa irmã... certamente não sabe que suas amigas são más pessoas. — fala Marlene.

— Você é tão nobre que não consegue ver o mal nas pessoas, Valerian é igual às suas amigas. — responde Einar.

Marlene não diz mais nada, apenas abaixa o olhar, embora esteja frustrada por saber que a maioria das garotas sempre fala bem de Valerian, de sua boa educação e do quão gentil ela é.

— Se elas soubessem o quão má ela é... — murmura para si mesma.

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Durante a viagem de volta a Celes, nenhum problema ocorreu e eles chegaram à mansão de campo rapidamente. Valerian conversou com Walter para explicar sobre o acordo que fez com a costureira Rebecca, que é muito conhecida por seus belos designs e, além disso, seus vestidos são vendidos até em reinos diferentes, pois em Celes ela também tem uma loja, onde a maioria dos nobres compram suas roupas.

Diante da notícia, Walter a parabenizou e também lhe deu a notícia de que ninguém da família apareceu na mansão, mas que o Marquês havia enviado uma carta. Ao lê-la, Valerian vê que se trata de um pedido para enviar Marlene, pois houve alguns inconvenientes com ela na capital. Valerian mostra a carta para Walter e este se indigna com tal pedido.

— Ela está sendo motivo de chacota na capital, dizem que o Marquês pediu à rainha que a educasse, porque queria mudar o compromisso e que fosse ela quem se casasse com o príncipe herdeiro. A rainha a expulsou porque ela e os gêmeos foram desrespeitosos com ela. — explica Walter.

— Então devo responder ao Marquês... — Valerian sorri.

Na carta, ela escreve que não pensa em receber a senhorita cuja reputação está arruinada, visto que não pensa em se misturar com esse tipo de pessoa que poderia manchar sua reputação. E se ele a enviar, Marlene dormirá na rua, porque na casa que seu avô lhe deixou não entram as filhas de suas amantes. E se ele a enviar, ela espalhará essa notícia pelo reino. Este é um toque final e ofensivo para o Marquês, pois está insinuando que Marlene é sua bastarda, embora não seja o caso, não custa nada enfatizar algo assim. E que, se ele estiver preocupado, um convento seria mais adequado, para que ela pare de procurar por homens comprometidos. Com tudo escrito, ela ordenou a Walter que enviasse a carta, embora seja uma pena que ela não possa ver a cara de raiva que o Marquês fará quando vir sua resposta.

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